domingo, 25 de julho de 2010

Pensamentos: Preta Chaves “Eu sou neguinha?”

Explicação:
 
Tenho recebido emails sobre o Blog, e estes recebi ontem da Preta Chavez. Não a conheço pessoalmente, ela é de Indaiatuba, filha da D.Zezé do Edimur, velho parceiro da antiga.
Há quase 25 anos não o encontrava. Na Convenção do PSB, ele atravessou a Avenida da Liberdade correndo, quase foi atropelado.
Desse reencontro, começou uma troca de emails, surgiu aí Preta Chaves, que citei no post “Eu sou neguinha?”, somente como “Preta......”.
Ontem mantivemos uma série de emails. Solicitei autorização para publicar. Preta Chaves concordou.
Mostra o que uma parcela de jovens pensa.
Ia dar uma formatada, mas acredito que a forma de emails é a mais certa de mostrar como foi essa troca de sentimentos.
Apenas dei uma arrumada para facilitar a leitura:
 

Pensamentos da Preta Chaves : “Eu sou neguinha?”

erika Preta Chaves
qua 7/7/2010 21:17
Já estou cansada de ver injustiças nesses pais, principalmente no que se diz respeito aos negros.
Claro que ninguém é igual a ninguém assim como nem todos pensam igual, mas para mudarmos definitivamente várias coisas deveriamos seguir a mesma linha de raciocínio.
O negro tem o menor salário, o negro não esta no poder...até quando???
Nos negros não devemos nos deixar oprimir, temos que levantar a cabeça e lutar, lutar e lutar. Nada vem de graça se você não trabalha você não come e isso é muito justo, já que temos que lutar para viver porque não lutar um pouco mais para viver um pouco melhor???
Engraçado né se uma mulher branca "faz um barraco" na porta de um banco, as pessoas dizem: "Olha ela é corajosa, ela fala não tem medo, etc". Agora se é uma negra "Tinha que ser preto pra fazer isso, é maloqueira" e dai por diante.
Porque é bonito uma branca expor seus pensamentos e uma negra não? Já vivi uma situação dessa e tive que aturar o povo me olhando com cara de aberração, ainda bem que não ligo, fiz e não me arrependo até porque todas as outras vezes que fui ao mesmo banco nunca mais tive problemas.
A mulher negra não pode ser a atriz principal, mas pode ser a cozinheira sempre, não pode ser gerente, mas limpar o chão pode, não pode ser deputada, mas ser copeira pode, mais uma vez pergunto até quando?
Ao longo de meus 28 anos já tive muitas experiencias na vida, algumas boas outras nem tanto, mas que me fizeram ser essa pessoa que sou hoje Érika dos Santos Chaves também conhecida como Preta Chaves.
Não tenho medo de expor meus pensamentos, entro e saio de onde eu bem entender, procuro sempre usar a educação que recebi de meus pais, mas quando não tem jeito uso a que eu mesma desenvolvi para sobreviver.
Eu nasci pra fazer a diferença, tenho orgulho de ser quem sou e não troco, não vendo e nem alugo a minha vida, os meus pensamentos e muito menos o meu modo de ser. Se agradei bem senão amém nem Jesus agradou a todos imagina eu.
Preta Chaves

Date: Wed, 7 Jul 2010 21:27:06 -0300
Preta
Tá tão bonito dona Pretinha chegou, lemos e ficamos com os olhos mareados.
BOA DONA PRETA CHAVES!!!!!!
Vamos publicar no blog?
Força e Fé
Mano velho Hugo

qua 7/7/2010 21:33
Pode publicar sim.
Acabei de deixar uma opinião lá
.
1 comentários:

Preta Chaves disse...
Esta ótimo oq acabei de ler, Hugo parabéns.
Pra ser negro não precisa ter a pele negra e sim o coração o orgulho.
Ahhhh se todo negro fosse assim...se valorizariam mais e deixariam de "abaixar" pros outros.
Eu tenho orgulho sim sou Érika ou Preta Chaves como preferir, sempre de cabeça erguida, lutando, correndo, só não posso parar...tenho muito oq fazer ainda.
E eu acredito que um dia vamos ser respeitados em todo e qualquer lugar, mas para isso temos q nos UNIR pra mudar essa realidade em que vivemos.
PODER PARA O POVO PRETO!!!
Preta Chaves
7 de julho de 2010 21:32 clip_image001

qua 7/7/2010 21:40
Eu sou aquela pessoa que não me importo se vc me acha bonita até porque eu soumaravilhosa, não me peça pra usar salto se quero usar tenis, é feio??? e daí eu gosto
Ouço RAP adoroooooo sabe pq? Retratam perfeitamente a cara da periferia "a mais as letras são agressivas"... não são não, a realidade incomoda e é isso q o rap faz mostra a realidade.
A intenção da música é alertar mas tem aqueles que a absorvem e fazem oq diz nas letras, fazem completamente ao contrário.
As pessoas criticam sem saber. É a mesma coisa uma pessoa criticar uma religião sem nunca ter participado de um culto pra saber como é. Oh mania feia né, só pq fulano falo é daquele jeito... É mais facil perder um tempinho e comprovar do que sair falando sem saber como realmente é, concorda comigo?
sou uma pessoa de muitas ideias boas, algumas acredito q duras demais mas nenhuma foge da realidade pode ter certeza, e eu tenho certeza que vou conquistar muitos espaços e fazer com que muitos ouçam a minha voz....
.
Preta Chaves

Date: Wed, 7 Jul 2010 22:00:09 -0300
Dona Pretinha falou que você é sacudida.
É Phodida mesmo!!!
Nos enche de orgulho.
Hugo e Josiani

qua 7/7/2010 22:02
Foi uma pena não nos encontrarmos no dia da Convenção, mas com certeza oportunidades não nos faltará.
Eu sou meia doida mesmo,rsrsrsrs.
Preta Chaves

qua 7/7/2010 22:07
Vc é da tribo!
O que é ser normal?
Deve ser muito chato!
Força e Fé
Mano velho Hugo

Date: Wed, 7 Jul 2010 22:10:01 -0300
Amanhã  eu dou  uma formatada e publico a tua emoção!
Tamos juntos, nossa irmã de fé, camarada!

qua 7/7/2010 22:24
Belezinha então eu só escrevi nem me atentei a erros de portugues, rs faz parte.
Tamos juntos sim, vamos unir nossas forças e vamos ver no que dá.
Preta Chaves

Date: Wed, 7 Jul 2010 22:37:48 -0300
Boa noite Preta
Estamos amparados, pelos que se foram e se manifestam nas nossas palavras.
Encontraremos nossos irmãos, e aliados.

qua 7/7/2010 22:39
Boa noite Hugo
Concordo com vc viu.

“Eu sou neguinha?”

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A música forte de Caetano bate em formas muito diferentes. Já houve acusações de ser uma letra racista, de estar havendo excesso do patrulhamento do politicamente correto.

Creio que se pode abordar com mais detalhes. O que tenho pensado é porque a música pega como chicle? Por que a letra penetra na alma?

Deve ter mil e duas mil razões. Tenho pensado, “Eu sou neguinha?”, traz o momento de indefinição, se você vai ou não vai, se é ou não é.

É a encruzilhada!

A música e letra trazem infinitas mensagens inconscientes. Pega geral!!

“No tempo em que eu sonhava” (Belchior) e fazia poesias nos botecos, caminhando como Agostinho Neto, militante e poeta (presidente emérito de Angola), mostrei as pobres letras a um amigo. Ele leu e perguntou: “Você escreve de cara limpa?” “Tá tudo muito direto!”

“Eu sou neguinha ?”, não é direto, entra por diferentes formas na sua cabeça:

Eu Sou Neguinha?

(Caetano Veloso)

“...
Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais que coisa à toa, boa boa boa boa boa
...
Bunda de mulata, muque de peão
Tava em Madureira, tava na bahia

No Beaubourg no Bronx, no Brás e eu e eu e eu e eu
A me perguntar: Eu sou neguinha?

...
Eu não decifrava, eu não conseguia
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?”

A música surgiu em minha cabeça numa reunião, quando um jovem de pele “parda” (arghhh!), disse que não quer ser olhado como negro (a história é longa, mas tão interessante que conto em outra ocasião). Assumia suas origens afro, mas que hoje isso era coisa do passado.

Pensei tempos de Obama, pós-racial, raça só existe uma: a Humana.

Sou velho militante da fundação do MNU (Movimento Negro Unificado contra a discriminação racial 1978). Como dizia e escrevia um antigo “líder do movimento negro” que tinha espaço na alta mídia, “esses negros com um discurso antigo, ressentido...” Sou um dinossauro, mas muito bem atualizado.

A questão não é isolada, a uma reunião, nem a posição do companheiro que não quer ser classificado como negro. O jogador Neymar do Santos, fez uma declaração polêmica dizendo não ter sofrido preconceito “por não ser preto”.

clip_image004 Jogador Neymar

Quem comprou essa discussão foi o ex jogador Paulo Cesar Cajú, em entrevista para Folha de São Paulo, perguntando: Neymar é amarelo?

Campeão do Mundo com a seleção de 1970, o ex-jogador Paulo César Caju ataca a desunião da categoria no Brasil e diz lamentar a falta de consciência dos atletas negros

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Folha - O que acha da frase do Neymar dizendo que não se considera negro?
Paulo César Caju - Qual a cor do Neymar? Pelo amor de Deus! Essa é a diferença entre o americano e o brasileiro. Americano fala: "Eu sou negro". Não tem essa de mulato. Tem raça preta, branca e amarela. Neymar é amarelo?

(texto pode ser lido em http://www.geledes.org.br/sos-racismo/neymar-e-amarelo.html)

A questão não é nova, Ronaldinho levantou a polêmica ao dizer em alto e bom som que não é negro. Nem mesmo sua retratação serviu para pôr panos quentes no assunto.

A revista Raça Brasil, na época reuniu jovens, e fez uma matéria fantástica:

“ SER NEGRO É UMA QUESTÃO DA COR DA PELE?” Merece ser relida hhtp://racabrasil.uol.com.br//Edicoes/88/artigo9206-2.asp

É a visão de jovens que se assumem como negros independentes da cor da sua pele. Não é fácil até hoje nos meu quase 65 anos, sou cobrado, pela minha afirmação étnica. Sou negro, mas não apenas negro! (Esmeraldo Tarquinio).

“Mas o cara é branco!”, “O branco que pensa, que é negro”, e até de “Racista”, foram várias frases que ouvi na minha vida, (já um tanto longa...rsrsrs).

Hoje para quem não me conhece, é estranho ver os velhos companheiros, hoje negros velhos respeitáveis, desses que os moços fazem questão de chamar de senhor, me considerarem um militante “companheiro negro das antiga”. Hoje somos a Velha Guarda, atuante e consciente.

Não é fácil no Brasil, se auto-afirmar. Mas é uma questão vital.

Fiquei contente de receber o email, de uma filha de amigos, o Nick dizia com orgulhoso: “Preta...”, há jovens e jovens....

O cantor Gerônimo, em 1987, colocou o Brasil para cantar o refrão: Eu sou negão
Meu coração é a liberdade
Gerônimo do Curuzu ilê, tem a pele clara.

Amigos me diziam, quando uma pessoa de pele clara, se afirma como negro. Quem tem a pele mais escura, e se afirma como branco, como fica?

“Eu sou neguinha?” Aí cabe muito bem, a questão!

Banda Fanstasmão

Estou encantado com um grupo de jovens de Salvador. A Banda Fantasmão, onde pessoas de várias tons de pele canta a igualdade dos guetos. Letra reta e direta.

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O rosto pintado como no livro de Frantz Fanon, trechos da poesia de SolanoTrindade.

Sua música: Eu sou negão leva na letra, um discurso, que assino em baixo.

No You Tube onde está a música já teve mais de 350 mil exibições. http://www.youtube.com/watch?v=b23M3u6w5ZY

Eu sou negão

Banda Fantasmão:

Eu te digo que você sai do ghetto
Mas o ghetto nunca sai de você
Se é que você tem o ghetto no coração*


Eu sou da favela
Eu vim do ghetto


Batendo na panela, derrubando o preconceito
Pra você que pensa, que nego correndo é ladrão

Tem branco de gravata
Robando de montão
Mas pra você do samba
Que não tem classe, não tem cor
Que vai bater seu peito
E despertar o amor


Eu sou negão, eu sou do ghetto
E você, quem é?

Sou fantasmão, eu sou do ghetto
E você, quem é?
Eu vim de lá, de lá eu vim

Não foi tão fácil chegar aqui
Esse microfone, é meu armamento

Sou fantasmão,
Tou pronto pro arrebento


Eu sou negão, eu sou do ghetto
E você, quem é?

Sou fantasmão, eu sou do ghetto

Eu acredito no homem
De cabelo crespo, de pele escura
Que andava entre mendingos e leprosos
Pregando a igualdade
O homem que é chamado Jesus
Só ele sabe a minha hora*

Vou voltar a fazer poesia

sexta-feira, 9 de julho de 2010

“Epopéia Paulista”

Há poucos dias, uma surpresa, encontrei uma moça recém vinda de Montes Claros, norte de Minas. Sempre me emociona porque meu pai Tenente Ferreira, é de uma cidade na região, Riacho dos Machados, região de quilombos. Em 1958, quando meu pai faleceu em São Vicente SP, de causas naturais (vocês vão entender o porquê coloco dessa forma), ele tinha a intenção de voltar a Riacho dos Machados.
Havia saído de casa com 13 anos, e nunca mais retornara. Nem havia tido mais contatos com os parentes. Hoje em 2010, é meio difícil entender essas distância e afastamentos. Poucas estradas, telefone era um luxo.
Recordo que por 1952 e 1958, telefonar era uma aventura. Não havia telefones em casa, os telefonemas eram feitos nas centrais telefônicas. Em São Vicente, na época de temporada, fazia-se fila de dar volta em quarteirão, lembro-me que para fazer um telefonema para São Paulo, demoramos mais de oito horas. Imagine as estradas, na época a via Anchieta estava sendo ampliada, e já o percurso entre São Paulo e a baixada de Santos, era uma aventura.

Imagine enfrentar 1000 km, distância entre São Paulo e Montes Claros, e de Montes Claros até Riacho dos Machados, é de aproximadamente 160kms. Era a intenção do meu pai, voltar a cidade natal. E como num planejamento estratégico militar, ele com mapas, riscava, anotava e conferia. Eu garoto com mais ou menos 11 anos, perguntava ansioso: Pai quando vamos?
Ele respondia meio desapontado, é muito longe, só de avião e não há avião direto. É muito caro, mas aí voltava animado para seus cálculos e planos.
Um dia voltando do trabalho, era militar reformado, na época tinha uma imobiliária em frente do Edifício Gaudio na praia do Gonzaguinha, caiu na rua e morreu.
Foi bem em frente do Hospital Municipal. Socorreram imediatamente, mas como se dizia na época: “morreu como um passarinho”.
Nunca tive condições de retornar a Riacho dos Machados.
Edi este é o nome da companheira de Montes Claros, um dia fez no escritório do Chinelo, sindicalista de Araçatuba, uma comida para os companheiros. Apressado conversando, fui me deliciando, sem saber muito ou me importar com o que estava comendo. De repente parei um gosto conhecido, me fez atentar.
Era quiabo com abóbora, comida de infância, comida dessas que fazem bem para a alma.
Porque essas memórias no dia de hoje? Feriado de 9 de julho de 2010, há 68 anos em 1932, ocorria a Revolução Constitucionalista em São Paulo.


clip_image002Meu pai socialista militar do Exército participou do Movimento Tenentista, nas revoluções de 1920, 1924, e em 1925 participou da coluna Coluna Miguel Costa-Prestes, com a tropa que saiu de São Paulo, para juntar as tropas vindas do Rio Grande do Sul. Pregando reformas política e sociais, denunciavam a miséria da população. É considerado a atividade guerrilheira mais intensa da história.
Participou da Revoulução de 1930, junto com o movimento tenentista. Em 1932 meu pai o Tenente Ferreira, com outros camaradas de arma, contra os desmandos e autoritarismo, juntou-se a Revolução Constitucionalista, que hoje é comemorada, mas esquecidos seus ideiais e projetos.

Nessa revolução meu pai por pouco escapou de  se tornar um héroi.
Sua perna esquerda, quase foi estraçalhada por metralhadora, na chamada batalha do Tunel da Mantiqueira (ou tunel de Cruzeiro) no Vale do Paraíba, os ex-combatentes colocam como o local mais sangrento da Revolução de 32.


clip_image004Tunel da Mantiqueira, 1932.
http://peregrinacultural.wordpress.com/2008/10/04/metralharam-o-aviao-da-ditadura-revolucao-de-1932/

No hospital, tentando se recuperar, numa noite a enfermeira disse chorando: “- Tenente Ferreira, pela manhã os médicos vão corta sua perna. É bem capaz que o senhor morra.”
Meu pai no meio da noite fugiu do hospital. Voltou para casa, havia nascido minha irmã Cida, e ele não havia visto. Pensou em viver.
Não morreu, não se tornou héroi!


Sua perna sarou, quase não se notava no andar, mas quando de calção a enorme cicatriz,na coxa quase sem carne, mostrava de que fibra são feitos os homens.
Um risco de baioneta no braço, uma falange no dedo faltando (“-ficou no carregador automático da metralhadora” contava). Uma cicatriz redonda no meio do peito, quase uma medalha, sinal de uma bala não retirada perto do coração.
Um sobrevivente que morreu de morte natural, “como um passarinho”...
Lembro muito bem de meu cantando, uma embolada, que depois vim saber que era de Manezinho Araújo, hino popular na década de 30:


“Pra onde vai, valente?
Vou pra linha de frente,
Tava na feira
C'a pistola e um cravinote
O muleque deu um pinote
Me chamou mode brigá.
Pego no meu punhá
Enfio a faca, o sangue pula
Moleque você não bula
Com Mané do Arraiá.
Veio um sordado
C'um boné arrevirado
Com dois oio abuticado
Que só cachorro do má.
Botou-me a mão
Home, me disse, você tá preso
E eu fiquei c'um braço teso
Na cara lhe quis passá.
Pra vadiá
Eu sou caboco bom na briga
Mas só gosto da intriga
Quando encontro especiá.”
http://www.youtube.com/watch?v=TiiK998JVTY
Músicas trazem emoções contidas, de épocas antigas.




A companheira Silvana, se emocionou ao ouvir “Prá onde vai Valente”, música que cantava na sua infância. Com vitalidade, milita e agita ela é de 1938.

Nunca soube sua idade correta, não tinha certidão de nascimento, mas uma declaração de idade, que anunciava como nascido em 1901, minha mãe dona Jadyr, comentava: “Ah! Esse Ferreira, tirou uns vintes anos da certidão.” O velho Tenente Ferreira sorria...
Não se tornou herói morto, vivo gerou mais filhos, uma filha e eu que sou a raspa do tacho, nascido em 1946.
Aos tantos heróis anonimos dessa Revolução d e 1932, mortos e sobreviventes do conflito, nossa homenagem.

Ao meu pai Tenente José Ferreira da Silva, forja do meu cárater e vida. A homenagem do seu filho.

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Cartaz da Convocação



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Escadaria da Catedral da Sé


O povo acorria às ruas abraçando e beijando os bravos soldados paulistas clip_image009
que partiam para lutar pela Constituição

 

 

 

 

 

 

 

Mulheres, índios e negros participaram da Revolução de 1932





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A colaboração da mulher paulista na campanha foi inestimável. Elas honraram a
tradição



Os voluntários se apresentaram imediatamente. Todos queriam combater pela clip_image013causa da legalidade. Pela causa de São Paulo e do Brasil.
Na foto, um contingente de voluntários da revolução de 32, constituído por índios.
Eles demonstraram excepcional fibra em todos os combates





 






clip_image015Ao som de dobrados marciais, as tropas revolucionárias desfilaram pelas ruas da capital paulista, debaixo de estrondosa manifestação
 
 

 
 



A "legião negra", constituída por elementos de cor, revolucionários clip_image017
 





Fotos e textos
http://www.novomilenio.inf.br/festas/1932sp04.htm






 
 
clip_image019 Chefe do Estado Maior o coronel negro do exercito Palimercio de Rezende
No exercito no século passado, era uma forma do negro, se afirmar como cidadão pleno.

O Exército brasileiro contou com apenas cinco generais negros ao longo de 358 anos de história, apesar da grande participação deles no contingente total. A informação faz parte de uma pesquisa do jornalista Sionei Ricardo Leão, cujos dados integram o documentário "Kamba Racê" sobre o papel dos negros na Guerra do Paraguai”
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/95653.html




O Tenente José Ferreira da Silva, entrou analfabeto no Exército, estudou e formou-se oficial na Escola Militar do Realengo, na ocasião de sua morte estava reivindicando a promoção de patente para o posto de Coronel. Idêntica aos seus colegas de turma e de caserna.


A esses tantos heróis de nossa história, a letra de "Mestre Salas dos Mares", de Renato Vargas, em homenagem ao marinheiro negro João Cândido, “almirante negro”, “dragão dos mares” mostra os seus monumentos:


“Mas salve
Salve o navegante negro que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo”


Maiores dados sobre a revolução de 32:
A revolução em fotos

http://www.novomilenio.inf.br/festas/1932sp00.htm
Excelente trabalho histórico, documentado com fotos da época.

A Legião Negra : Os Negros na Revolução Constitucionalista de 1932
http://www.geledes.org.br/afrobrasileiros-e-suas-lutas/a-legiao-negra-os-negros-na-revolucao-constitucionalista-de-1932.html
de Mauricio Pestana leitura fácil, o desenho ágil em quadrinhos

terça-feira, 6 de julho de 2010

Zambukaki

Vamos para Zambukaki

Lá não tem rei nem rainha

Nem nunca teve patrão

É a terra sem males

De longa inspiração