quarta-feira, 21 de novembro de 2012

IX Marcha da Conscência Negra - SP

Dia 20 de novembro de 2012 – Do MASP na Av. Paulista até as escadarias do Teatro Municipal, um lema um grito unido:
COTAS SIM, GENOCÍDIO NÃO!

Marcha em SP protesta contra mortes de negros na periferia

 

  No MASP Gilson Negão

São Paulo – Com o slogan Cotas sim, genocídio não, a 9ª Marcha da Consciência Negra protestou desde o início da tarde de hoje (20) contra os assassinatos de jovens negros na periferia paulistana e defendeu as cotas raciais. Cerca de 500 pessoas de diversas entidades ligadas à defesa dos direitos da população negra participaram da marcha, segundo a Polícia Militar.

 

 

Egbonmy Conceição Reis Reis

 

 

 

Nelson Triunfo

Gilson Negão

(Foto: Marcelo Camargo / Abr)

Por volta das 15h, os manifestantes tomaram duas faixas da Avenida Paulista e seguiram, embaixo de chuva e granizo, até o Teatro Municipal de São Paulo.

“O nosso objetivo é fazer crescer a luta pela igualdade racial no Brasil. Apesar dos passos que estão sendo dados serem positivos, tanto no âmbito da sociedade quanto do governo, ainda tem muito o que se fazer”, disse Edson França, presidente da União de Negros e Negras Pela Igualdade (Unegro).

O presidente da Unegro pediu a atenção do governo para os assassinatos de jovens negros nas periferias. “A população negra acumula grandes desvantagens, continua sendo a principal vítima da violência, especialmente neste momento delicado de São Paulo.” Segundo França, é preciso garantir o direito à vida. “A nossa molecada precisa ter garantia de que vai nascer, crescer, viver. Hoje, ser jovem negro e ultrapassar a barreira dos 30 anos, é contrariar as estatísticas”, disse.

Também participou da manifestação Nelson Gonçalves Campos Filho, conhecido como Nelson Triunfo, um dos responsáveis por introduzir a cultura hip hop no Brasil. O arte educador, produtor cultural, músico e dançarino, que atua em diversos movimentos sociais, disse que a violência contra o negro na periferia não é um problema atual. “Isso vem acontecendo há muito tempo, só que de uma forma mais enrustida. Antes, não tinha tantos celulares para filmar”, disse.

No âmbito da educação, Edison Benedito Luiz, diretor do Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Ceabra), defendeu que o estado aprove uma lei de cotas para as universidades e institutos paulistas, assim como fez o governo federal. “É uma reivindicação antiga do movimento negro, para diminuição da desigualdade racial. O negro não ascende à faculdade em função de uma série de coisas que são fruto da escravidão. Esta é uma forma de ressarcir o negro do período da escravidão”, argumentou.

De acordo com Edson França, não basta oferecer vagas, por meio de cotas aos negros, é necessário também que se crie condições para que ele permaneça no ensino superior. “Nós precisamos garantir que esses jovens negros e pobres almocem, jantem, tenham condução, livros, passeiem, vão ao cinema, ao shopping, à praia. Isso o governo precisa fazer, as cotas não têm sido acompanhadas desse reforço.”

 

Capoeira, capoeira…

 

Durante a marcha, que passou pelo vão livre do Museu de Arte de São Paulo, alguns grupos jogaram capoeira, outros cantaram músicas em homenagem ao líder negro Zumbi dos Palmares. Representantes da religião umbanda também benzeram os participantes.

Por volta das 15h, os manifestantes tomaram duas faixas da Avenida Paulista e seguiram, embaixo de chuva e granizo, até o Teatro Municipal de São Paulo. “Terminou no teatro porque foi onde se iniciou o primeiro movimento negro, em 1974, o Movimento Negro Unificado (MNU)”, explicou França.

Fonte: Fernanda Cruz - Agência Brasil

20.11.2012 - 19h19 | Atualizado em 20.11.2012 - 20h15

Edição: Carolina Pimentel

  • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0

domingo, 11 de novembro de 2012

O vinte de novembro origens em Porto Alegre

ORIGENS DO VINTE DE NOVEMBRO

Comemorava-se o 13 de Maio, um grupo de jovens negros, em Porto Alegre Rio Grande do Sul no ano de 1 971 em plena ditadura militar reuniram-se na Rua da Praia formaram o Grupo Palmares. A reunião foi por volta de 20/07/1971 a proposta comemorar Palmares e a morte de seu líder Zumbi em oposição "liberdade" doada no dia 13 de maio de 1888, etc”

Oliveira Silveira

Uma entrevista com o saudoso poeta Oliveira Silveira

Oliveira Silveira em 2006  * 1941 + 2009

 

ORIGENS DO VINTE DE NOVEMBRO

"Assim, numa breve definição, a Consciência Negra é,
em essência, a percepção

pelo homem negro d a necessidade
de juntar forças com seus irmãos
em torno da causa de sua atuação –
a negritude de sua pele – e de agir
como um grupo, a fim de se

libertarem das correntes que os
prendem em uma servidão perpétua."
Bantu Steve Biko

por Oliveira Silveira, professor e integrante do Conselho Nacional de Promoção a Igualdade Racial (2004-2007)

Foram necessários 35 anos! E evidente há um relativismo nessa afirmação e... exclamação. são 35 anos do que se pode chamar de período contemporâneo da resistencia e das lutas negras no Brasil, quando já denominadas Movimento Negro - período contado a partir de 1971. Esse foi um ano demarcador através da primeira celebração nacional do Vinte de Novembro.

Novos tempos se iniciam desdobrando-se em três fases: 1971-78 - a virada histórica; 1978-88 -organização, ações políticas,, protestos, posicionamento estratégico...; e de 1988 rm diante - as conquistas mais concretas e palpáveis: presença na Constituição, espaços públicos desde Fundação Cultural Palmares à Seppir, reparações via ações afirmativas (cotas, reserva de vagas, programas e áreas como saúde e educação, bolsas de estudos como as do instituto Rio Branco),territorialidade negra, etc.

Foram necessários 35 anos de ação continuada para chegar a algum retorno significativo - muito significativo, aliás - ou para encaminhar outros, dando sequência ao trabalho resistente de gerações e gerações negras ao longo de cinco séculos. mas desde 35 anos com o Vinte de Novembro, fiquemos apenas com as origens.

Daquele treze a este vinte

A evocação do dia vinte de novembro como data negra foi lançada nacionalmente em 1971 pelo grupo Palmares, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O grupinho de negros se reunia costumeiramente em alguns fins de tarde na Rua da Praia (oficialmente dos Andradas) quase esquina com Marechal Floriano, em frente a casa Masson. Eram vários esses pontos de encontros, havendo às vezes algum deslocamento por alguma razão. Pontos negros.

Na roda, tendência à unanimidade.O Treze de maio não satisfazia,não havia por que comemorá-lo. A abolição só havia abolido no papel, a lei não determinara medidas concretas, práticas, palpáveis a favor do negro. E sem o Treze era preciso buscar outras datas, era preciso retomar a história do Brasil. Nas conversas , a república, o Reino, o Estado, o Quilombo dos Palmares (Angola Janga) foi o que logo despontou na vista d'olhos sobre os fatos históricos.

As fontes que levaram ao 20 de novembro de 1695 foram o fascículo Zumbi da série Grandes Personagens da nossa história, editora Abril Cultural, 1969, o livro O Quilombo dos Palmares, de Edson Carneiro (São Paulo: Editora Brasiliense, 1947 e, corroborando, a obra As guerras nos Palmares, do português Ernesto Ennes, ditado na coleção Brasiliana (São Paulo: companhia Editora Nacional, 1938).

Foram quatro participantes da primeira reunião, iniciadores da agremiação ainda sem nome: Antonio Carlos Cortes, Ilmo da Silva, Oliveira Silveira e Vilmar Nunes. Um quinto de nome Luiz Paulo, assistiu mas não quis fazer parte do trabalho. A idéia era um grupo cultural com espaços para estudos e artes, notadamente literatura e teatro. Afinal estavam bem presentes e atuantes os exemplos do Teatro Experimental do Negro, o TEN, e da militância de Abdias do Nascimento, exemplo do poéta Solano Trindade e do Teatro Popular Brasileiro. Era preciso conhecer mais a história, debater as questões raciais, sociais. Vinham do exteriorinstigações como socialismo versus capitalismo, negritude, independências africanas e movimentos negros estadunidenses. A reunião foi por volta de 20/07/1971 (e adotou-se esta como data inicial do grupo).

Já na próxima ou em alguma das reuniões seguintes, ingressou Nara Helena Medeiros Soares (falecida) e dois ou três meses adiante Anita Leocádia Prestes Abdad, ambas consideradas também fundadoras.

O local da primeira reunião foi a casa situada no número 303 da rua Tomás Flores, bairro Bom Fim. Era uma casa de professores: José Maria Vianna Rodrigues (falecido no ano anterior), Maria aracy dos Santos Rodrigues, Julieta Maria Rodrigues, Oliveira Silveira, a menina Naiara Rodrigues Silveira, futura docente, e a senhora Jovelina Godoy Santana, sem esse título mas guardiã de lições de vida (longa). Ali haviam sido corroborados os estudos do Vinte de Novembro, e de Palmares, com a leitura do livro de Ernesto Ennes, num esquecido e mal folhado exemplar cedido ainda em vida pelo professor josé Maria. Lembrado e retomado em momento oportuno, o volume passou a ser devidamente conhecido como valioso.

A segunda reunião e algumas das seguintes, foram em casa de Antônio Carlos Cortes e seus familiars, no prédio da Loteria estadual sito à Rua da Praia quase esquina com a José Manoel. Foi onde e quando o trabalho nascente recebeu o nome de Grupo Palmares.

A denominação Grupo Palmares nasceu do conjunto de participantes da segunda reunião devido as considerações de que Palmares parecia ser a passagem mais marcante da história do negro no Brasilao representar quase um século de luta e liberdade conquistada e sendo também um contraponto à "liberdade" doada no dia 13 de maio de 1888, etc. Outras propostas de nome praticamente não tiveram espaço.

Ao expor brevemente essas considerações já compartilhadas desde as reuniões informais do ponto da Rua da Praia, o componente que vinha estudando Palmares e tentando uma vista d'olhos sobre a história (Oliveira Silveira) - estudos impulsionados por aqueles encontros e diálogos - sugeriu a adoção e evocação do dia 20 de novembro, morte heróica de Zumbi e final de Palmares, justificando:

*não se sabia dia e mês em que começaram as fugas para os Palmares (lá por 1595);

*não havia data do nascimento de Zumbi ou outras do tipo marco inicial;

*Tiaradentes também era homenageado na data de morte, 21 de abril;

*A homenagem a Palmares em 20 de novembro foi incluida no grupo na programação elaborada para aquele ano e foi pocedida por duas outras - a Luiz Gama em setembro e a José do Patrocínio em outubro.

Primeiro vinte

A homenagem a Palmares ocorreu no dia 20 de novembro de 1971, um sábado à noite, no Clube Náutico Marcílio Dias, sociedade negra sita à avenida Praia de Belas nº 2300, bairro Menino Deus, em Porto Alegre. O Marcílio, fundado em 4/7/1949, foi um importante espaço físico, social e cultural perdido nos anos 80. público reduzido, conforme o esperado, mas considerado satisfatório.

"Zumbi, a homenagem dos negros do teatro" foi título da Folha da Tarde para a nota publicada no dia 17. E nessa época de ditadura, em que os militares eram chamados de gorilas, o teatro era muito visado. O grupo foi chamado à sede da Polícia Federal para, através de um de seus integrantes, apresentar a programação do ato e obter liberação da censura no dia 18.

A homenagem a Palmares em 20 de novembro de 1971 foi o primeiro ato evocativo dessa data que, sete anos mais tarde, passaria a ser referida como dia nacional da consciência negra.

Virada histórica e construção

A partir de meados de 1972 a formação do grupo contava com Antonia Mariza Carolino, Helena Vitória dos Santos Machado e Marli Carolino, além de Anita e Oliveira. Um dos principais locais de reunião passou a ser o bar da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS, que na época era URGS. Anita Leocádia Prestes Abad, que em 1973 já não estava mais no grupo. Helena Vitória dos Santos Machado e, a partir de 1976, Marisa Souza da Silva foram integrantes cuja participação contribuiu decisivamente para o ajuste do trabalho ao contexto das lutas sociais.

Uma cronologia pode demonstrar o esforço continuado, marcando o Vinte de Novembro,ano a ano até a sua total implantação no país.

1971 - Primeiro ato evocativo do Vinte de Novembro, a homenagem a Palmares em 20/11 no clube Náutico Marcílio Dias.

1972 – Sete páginas dedicadas a Palmares na revista ZH o jornal Zero Hora em 19/11. Histórico de Palmares, depoimento do grupo, redigido por Helena Vitória dos Santos Machado, poema de Solano Trindade com ilustração de Trindade Leal, um conto, capa e ilustração da artista plástica negra Magliani (Maria Lídia), além da ilustração de Batsow, imagens aproveitadas do fascículo Zumbi da Editora Abril e fotos. Material organizado e redigido pelo componente Oliveira e Editado por Juarez Fonseca, do Zero Hora.

1973 – de 6 a 20/11, exposição “três pintores negros” (Magliani J. Altair Paulo Chimendes), palestra de Décio Freitas e o espetáculo “Do carnaval ao quilombo” ( música e texto.

Local: Teatro de Câmara. Em treze de maio fora publicada no jornal do Brasil uma entrevista concedida pelo grupo Palmares. Segundo informações, uma síntese de matéria apareceu no jornal francês Lê Monde. Nesse e noutros anos, televisão e rádio ajudaram na difusão da proposta.

1974 – Divulgação de manifesto através do jornal do Brasil, em matéria assinada por Alexandre Garcia (repórter também na entrevista de 13/5/73). No texto, breve histórico de Palmares “e outros movimentos negros”e indicação de bibliografia. Maria Beatriz Nascimento (2002, p.48), atenta registrou.

1975 - Encontro do grupo Palmares e grupo Afro-Sul, de música e dança, no Clube de Cultura, associação judaica. A seguir em 10 e 16 de dezembro, foram realizadas em parceria com o clube duas palestras e Décio Freitas.

1976 – Lançamento do livreto “Mini-história do negro brasileiro”, na sociedade negra Nós os Democratas. Da tentativa de reformulação surgiu posteriormente “História do negro brasileiro:uma síntese”, um outro livreto editado pela prefeitura de Porto alegre, através da SMEC, em 1986, assinado por Anita Abade outros. Nesse ano em novembro, semanas do negro em Campinas-SP com o grupo Teatro Evolução e em São Paulo com o Cecan e o Cebac. No Rio de Janeiro, conferir ações do IPCN, por exemplo, entidade nova já atenta ao Vinte de Novembro.

Meses antes em 1976, o grupo Palmares recebeu a visita de Orlando Fernandes, vice presidente do IPCN, e Carlos Alberto Medeiros, vice-presidente de relações públicas. O vinte ganhava adesões.

1977 – Ato de Associação Satélite-Prontidão, sociedade negra, com exposição da minibiblioteca do Grupo Palmares e a presença do escritor negro paulista Oswaldo de Camargo, convidado especial. O grupo Nosso Teatro, depois Grupo Cultural Razão Negra, fez apresentação demonstrativa (não a caráter) de sua montagem para a dramatização de “Esperando o embaixador“, conto de Oswaldo.

Além de assinalar o Vinte de Novembro, o Grupo Palmares realizou outra atividades como visita, estudo e divulgação da Congada de Osório-RS em 1973, aproximação com sociedades negras (clubes) mural na sociedade 508 Nós os Democratas, interação e intercâmbio com outros grupos ou entidades... Motivado pelo exemplo de Porto Alegre foi criado em 4/8/1974 em Rosário do Sul – RS, o grupo Unionista Palmares – data de registro para a fundação ocorrida em 21/7. A partir de 20/11/2001º nome mudou para Grupo Palmares de Rosário do Sul.

A primeira fase do Grupo Palmares de Porto Alegre, encerrou em 3 de agosto de 1978. Viriam outras duas, mais adiante. Mas o Vinte de Novembro já estava implantado no país, já estava estabelecida a virada histórica e construído ao longo de sete anos um novo referencial para o povo negro e sua luta. Para o indivíduo negro, o homem ou mulher, sua auto-estima, sua identidade. Criança ou adulto. Novo referencial para o Brasil,com atenções até no exterior, verificadas mais tarde.

E o Vinte de Novembro logo receberia a adesão importante do MNUCDR com a denominação Dia Nacional da Consciência Negra. Receberia , na figura do rei e herói o Festival Comunitário Negro Zumbi (Feconezu), para cidades do Estado de São Paulo. E estava, através da imagem de Zumbi ou explicitamente, como data negra, no Grupo Tição (1977-1980), de Porto Alegre, em sua revista nº 1, de março de 1978; na seção afro-latina-América do jornal ou revista Versus em outubro de 1978, São Paulo; na literatura negra, em “Cadernos Negros” nº 1, São Paulo, o primeiro de uma grande série e com versos de Cuti, Eduardo de Oliveira e Jamu Minka falando em Zumbi, em Ele Semong e José Carlos Limeira juntos em “O arco-íris negro”, no Rio em 1978, ou em Abelardo Rodrigues de “Memória da noite”, no mesmo ano em São Paulo. O Vinte de Novembro e seu espírito já estavam muito bem incorporados à vida e à luta.

O espírito do Vinte

O historiador negro mineiro Marcos Antônio Cardoso (2002, p.47, 48, 66, 67) faz justiça ao Grupo Palmares e sua iniciativa de marcar o Vinte de Novembro, destacando a atuação do grupo no conjunto de ações do movimento negro ,objeto de sua preciosa disertação.

O grupo Palmares primou sempre por um detalhe: ser formado exclusivamente por negros. Com isso, a iniciativa, as idéias e a prática do Vinte se constituem em criação inequivocadamente negra, emergindo da própria comunidade negra e seguindo caminhos próprios, com suas próprias forças e fragilidades . A nominata consagra a importância do individual na composição de um grupo.

Grupo Palmares – Porto Alegre,Rio Grande do Sul, Brasil

Fases:1971ª 1978; GT Palmares do MNU e autônoma novamente, ambas na ´cada de 80. A partir de 1988 ou 1989 dilui-se em ramificações.

Iniciadores – Antonio Carlos Cortes,Ilmo da silva, Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Anita Leocádia Prestes Abad e Nara Helena Medeiros Soares.

Em novas formações – Antônia Mariza Carolino, Gilberto Alves Ramos, Helena Vitória dos Santos Machado, Margarida Maria Martimiano, Marisa Souza da Silva e Marli Carolino.

Registre-se ainda a passagem, pelo grupo, de Irene Santos, Leni Souza, Luiz Augusto, Luiz Carlos Ribeiro, Maria Conceição Lopes Fontoura, Otalício Rodrigues dos Santos, Rui Rodrigues Moraes e Vera Daisy Barcelos. Na segunda fase (GT Palmares MNU), Cees Santos. Na terceira (Autônoma, pós MNU ), Hilton Machado. Estiveram ligados de alguma formaao trabalho Luiz Mário Tavares da Rosa e Maria da Graça Lopes Fontoura , além de um grupo de estudantes de ensino médio, entre os quais Eliane Silva (Nany) e Aírton Duarte. O grupo Palmares contou, paralelamente, com o apoio de um cpirculo de colaboradores e simpatizantes negros. Aliados, em outro segmentos étnico-raciais, emprestaram também seu apoio, ocasionalmente.

O Grupo Palmares sempre valorizou e destacou Zumbi como herói nacional que é, mas preferiusempre centrar a evocação no coletivo: 20 de novembro - Palmares, o momento maior (slogan em cartaz e convite em 1973). Ou então: a homenagem a Palmares em 20 de novembro, dia da morte heróica de Zumbi. Afinal o Estado Negro foi uma criação coletiva da negrada.

O espírito do Vinte é negro, popular e se aninha junto à família negra: homem negro, mulher negra, criança negra. Continuidade étnico-racial com identidade cultural negra e poder político. Conjugadamente. Uma fórmula, três pricípios. No espírito do Vinte. Ou raça, cultura, poder - em três palavras.

Surgindo numa época em que eram internacionais as influências - da negritude antilhano-africana, das independências na África, do socialismo europeu e dos movimentos negros estadunidenses - o Vinte de Novembro, com todo seu potencial aglutinador, era e continua sendo motivação bem nacional. Afro-brasileira. Negra. Natural, portanto, que em seus 35 anos esteja contemplado numa agenda nacional montada sob liderança da ministra Matilde Ribeiro e coordenada pela Seppir, essa grande experiência, inédita e fecunda. Modelar, inspirando adoção de organismos similares em outros países com peculiariade local e criatividade própria de cada um deles. Mais: conduzindo internamente um processo importante, necessário e, por vocação, irreversível.Sinal de que a luta valeu e vale a pena. Sinal de que negros e negras, com adesão de aliados e aliadas construímos e vivemos simtempos novos e promissores no Brasil.

Referências bibliográficas

CARDOSO, Marcos Antônio. O movimento negro em Belo Horizonte : 1978 - 1998. Belo Horizonte: Mazza, Ed; 2002. 240 p.

SILVEIRA, Oliveira. Vinte de Novembro: história e conteúdo, , in SILVA, Ptronilha Beatriz Gonçalves e;

SILVERIO, Valter Roberto (Orgs) . Educação e Ações Afirmativas: Brasília-DF: Mec/Inep, 2003. 270 p.

Fonte http://mnudf.blogspot.com.br/2009/10/origens-do-vinte-de-novembro.html

Foto Internet

O que é um Quilombo"?

Definição de Quilombo

Quilombo é a comunidade formada pela fuga de negros, índios e brancos pobres do regime de trabalho forçado, alienado e desumano: escravidão.

Serra da Barriga Vista

Como forma de sobrevivência e resistência ao poderio Brasil-Colônia. Os negros se rebelavam e fugiam de seus senhores e do meio de vida exploratório em que viviam impostamente, formando comunidades em locais dentro das matas e sertões o mais longe possível dos centros econômicos. Posteriormente, o quilombo produzira uma imagem de terra prometida para os escravos ainda cativos. Era, segundo definição do rei de Portugal, respondendo ao Conselho Ultramarino em 02 de dezembro de 1740, “toda habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”. Estima-se que existam aproximadamente três mil comunidades no país, segundo a Seppir. A palavra quilombo é de origem Bantu (povos africanos que viviam na região hoje conhecida como Angola e África Ocidental), originalmente a palavra era utilizada para designar o lugar de pouso e paragens de viajantes e povos nômades. Foi aqui no Brasil que a palavra quilombo passou a ser empregada como definição de local de refúgio de negros escravizados.

Com o fim da escravidão muitas famílias negras continuaram a viver em áreas de quilombos preservando os costumes e a cultura de seus antepassados. Hoje essas famílias são denominadas “comunidades remanescentes de quilombos” e a maioria ainda lutam para garantir o direito de ter o título de posse de seus territórios.

O número de comunidades quilombolas existentes pelo Brasil ainda é impreciso, junto com o processo de titulação o governo está fazendo o processo de reconhecimento e catalogando as comunidades remanescentes de quilombos no país.

fonte:Redação Raízes

http://portalraizes.org/index.php?option=com_content&view=article&id=61:definicao-de-quilombo&catid=6:quilombos&Itemid=5

Qulombo dos Palmares – Serra da Barriga

 

SERRA DA BARRIGA – BERÇO DA LIBERDADE

Localizada na Zona da Mata alagoana na atual cidade de União dos Palmares, há 92 km de Maceió, nas margens do Rio Mundaú, acima do nível do mar mais de 500 metros, no então Planalto da Borborema, a SERRA DA BARRIGA antes chamada de Oiteiro da Barriga e Cerca Real dos Macacos, foi berço de liberdade de milhares de guerreiros quilombolas sublevados e determinados a viverem uma nova forma de vida, totalmente diferente da que queriam seus opressores, como povo escravizado e sem dignidade humana.

Serra da Barriga Vista

Vista da Serra da Barriga e arredores

Localizada na Zona da Mata alagoana na atual cidade de União dos Palmares, há 92 km de Maceió, nas margens do Rio Mundaú, acima do nível do mar mais de 500 metros, no então Planalto da Borborema, a SERRA DA BARRIGA antes chamada de Oiteiro da Barriga e Cerca Real dos Macacos, foi berço de liberdade de milhares de guerreiros quilombolas sublevados e determinados a viverem uma nova forma de vida, totalmente diferente da que queriam seus opressores, como povo escravizado e sem dignidade humana.

Habitaram primeiramente nos sítios e nas encostas da Serra da Barriga: A Princesa Banta – imbangala Aqualtune e seus filhos Ganga-Zumba, Ganga-Muiça, Ganga-Zona, bem como seu neto Andalaquituche irmão de Zumbi. Todos de descendência angolana da cultura Bantu dos jagas e imbangalas.

Fatos Históricos

 

1597

Fundação do Quilombo dos Palmares por Aqualtune, que posteriormente tornou a Serra da Barriga a Capital do Quilombo, servindo como residência oficial aos grandes chefes Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares, Sabendo-se que no decorrer dos tempos o Quilombo se descentralizou entre dezenas de mocambos espalhados por toda região da mata, onde cada um tinha seu comandante-em-chefe que juntos prestavam obediência ao grande chefe na Cerca Real dos Macacos, situada na Serra da Barriga.

1694

A Cerca Real foi destruída em 06 de fevereiro, após dois anos de intenso combate com os inimigos, que surpreenderam os quilombolas usando seis canhões, tipo de armamento pouco conhecido pelos palmarinos. Nesta época, residiam cerca de 5.000 (cinco mil) quilombolas, entre negros, índios e alguns brancos. Muitos foram degolados, alguns se jogaram no despenhadeiro, outros fugiram com Zumbi para a Serra Dois Irmãos entre as atuais cidades de Viçosa e Cajueiro, sendo que em média 500 (quinhentos) quilombolas foram capturados com vida.

1980

Em agosto deste ano, militantes do Movimento Negro local e nacional subiram à Serra pela primeira vez. Tal iniciativa transformou a história até os tempos de hoje. Um passo importante foi a criação do Memorial Zumbi, que tinha como objetivo primordial, recuperar a história do Quilombo dos Palmares e transformá-la em marco de luta no seio da Comunidade Negra Brasileira;

1985

Em novembro a Serra da Barriga é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN.
Foi caracterizada em novembro como Conjunto Histórico Paisagístico também pelo Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN;

1986

A Serra da Barriga foi inscrita no Livro de Tombamento Arqueológico, Etnográfico e Paisagísticodo Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN;

1988

Foi reconhecida no mês de março como MONUMENTO NACIONAL através do Decreto 95.855.

1994/1995

300 anos de imortalidade de Zumbi dos Palmares
A Serra foi palco de visitações e peregrinações de milhares de pessoas advindas de todas as regiões do Brasil e vários países do Continente Africano, Europeu, Norte e Sul Americano. Neste Biênio, o Movimento Negro Local e Nacional articulou junto a Fundação Cultural Palmares dois grandes eventos em homenagem aos Guerreiros Quilombolas, pelos trezentos anos de ZUMBI.
A cidade de União dos Palmares foi visitada por mais de 10.000 (dez mil pessoas), cujos shows nos “20 de novembro” (Dia Nacional da Consciência Negra) propiciaram em plena praça pública apresentações de artistas nacionais e internacionais, a exemplo do Balé Africano de Angola KALANGO KILO, dentre outros.
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Em julho de 1995, um grupo de Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) em seu Encontro Nacional em Alagoas, chegara no “Trem da Liberdade” à cidade de União dos Palmares, trazendo seis vagões com centenas de militantes de todas as regiões brasileiras. Juntamente com os segmentos negros de Alagoas, subiram a pé a Serra da Barriga em plena madrugada, onde realizaram uma vigília ecumênica em homenagem aos guerreiros, a Zumbi dos Palmares e todos os seus ancestrais. Tal vigília tornou-se uma das mais belas homenagens haja vista na Serra da Barriga.
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20 de novembro de 1995 – Dia em que o presidente Fernando Henrique Cardoso visitou a Serra da Barriga e a cidade de União dos Palmares, acompanhado por alguns ministros, sendo um dos visitantes o Sr. Edson Arantes do Nascimento – Pelé. Na oportunidade foi anunciada a criação de um grupo de trabalho interministerial para discutir o resgate da memória de Zumbi.
Neste mesmo dia em Brasília o Movimento Negro realizou a Macha Nacional – Zumbi 300 anos, entregando ao então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso uma série de reivindicações em favor do povo negro brasileiro.

1996

No dia 21 de março (Dia Internacional pela Eliminação do Racismo), Zumbi dos Palmares foi considerado Herói Nacional Brasileiro, inscrito no livro do tombo.
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Neste mesmo ano, no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia para a Comunidade Católica, aconteceram pelo menos cinco (05) grandes Romarias da Terra, promovidas pelos segmentos: Comissão Pastoral da Terra – CPT; Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, Pastoral de Juventude do Meio Popular – PJMP; Agentes de Pastoral Negros – APNs, dezenas de paróquias e diversos outros movimentos. Durante tais romarias, em média 3.000 (três mil) participantes, subiam a pé a Serra desde o Sitio Recanto, entoando cantos e prestando homenagens aos mártires quilombolas, inclusive tirando seus calçados ao se aproximarem do Platô da Serra por entenderem ser ali um solo sagrado.

2000

Pela primeira vez as comemorações não aconteceram no Platô da Serra da Barriga, sendo para isso, erguida uma Vila Cenográfica no sopé da Serra em terras não tombadas, cujas comemorações marcaram profundamente os visitantes que se deslumbraram com um mega show em homenagem aos ancestrais da comunidade palmarina.

2003

20 de novembro – Visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Platô da Serra da Barriga, juntamente com alguns ministros e autoridades locais, onde foram assinados vários documentos e lançada a Política Nacional de Igualdade Racial;l;

2006

É apresentado pelo Instituto Magna Mater – Organização Não Governamental de Alagoas, o Projeto: Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que ao ser acatado pelo Ministério da Cultura, Fundação Cultural Palmares, Governo do Estado de Alagoas e Prefeitura Municipal de União dos Palmares, contemplou-se em forma de patrocínio pela Petrobrás e Ministério do Turismo.

2006

Em maio é aberto o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

Fonte: http://www.quilombodospalmares.com.br/index.php?sec=historia_serra_barriga

Imagens Web

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

AJUDE a Comunidade Indígena Guarani Mybia

 

A aldeia Tekoa Payau, está localizada próximo ao Pico do Jaraguá no município de São Paulo. Atualmente conta 125 famílias, com uma população de aproximadamente  650 índios, dos quais quase 400 são crianças.

Como a aldeia está localizada dentro de uma grande metrópole, muitos são os problemas relacionados a interferência branca em seus usos e costumes, além da absoluta carência de recursos naturais para subsistência da população.

Os recursos necessários à sua sobrevivência provém da venda de artesanato, da ajuda dos órgãos competentes e doações de grupos que se mobilizam para auxiliá-los.

BEM VINDOS À ALDEIA NOVA (ou aldeia pequena)!!!

Comunidade Indígena Guarani Mybia

A aldeia Tekoa Payau, está localizada próximo ao Pico do Jaraguá no município de São Paulo. Atualmente conta 125 famílias, com uma população de aproximadamente  650 índios, dos quais quase 400 são crianças.

Seu líder espiritual e social é o Cacique e Pajé Guirá-Pepó - José Fernandes, que orienta os destinos da aldeia, juntamente com um conselho representativo formado em sua maioria por anciões.

Como a aldeia está localizada dentro de uma grande metrópole, muitos são os problemas relacionados ainterferência branca em seus usos e costumes, além da absoluta carência de recursos naturais parasubsistência da população.

Os recursos necessários à sua sobrevivência provém da venda de artesanato, da ajuda dos órgãos competentes e doações de grupos que se mobilizam para auxiliá-los.

O papel do grupo independente “Amigos do Caminho” é auxiliar sem interferir...

A aldeia está localizada em local ermo e frio, e por isso necessita de doações de roupas, agasalhos ecobertores, para diminuir as dificuldades enfrentadas por sua população.

Contamos com você para ajudar-nos a

AQUECÊ-LOS NESTE INVERNO...

Amigos do Caminho

amigosdocaminho2005@gmail.com

 

Fonte: http://tekoapyau.zip.net/

Homenagem a Esmeraldo Tarquínio no próximo dia 12/11

Homenagem a Esmeraldo Tarquínio começa no próximo dia 12/11

Nascido em São Vicente SP, em 12 de abril de 1927, Esmeraldo Tarquínio Filho foi vereador e deputado estadual, além de advogado, despachante aduaneiro e jornalista. Eleito prefeito de Santos SP em 1968, com cerca de 45 mil votos, foi cassado pela ditadura militar antes de tomar posse. Faleceu em 10 de novembro de 1982, aos 55 anos, na condição de provável candidato à prefeitura da cidade.


Fonte: AssCom PMS

A programação comemorativa ao Dia Esmeraldo Tarquínio começará no próximo dia 12, data em que o ex-prefeito de Santos completaria 85 anos. Neste dia, às 9h30, haverá apresentação de coral formado por alunos da escola municipal Esmeraldo Tarquínio e de outras unidades de ensino, na escadaria do Paço Municipal, no Centro Histórico.

Na sequência, às 11h, será inaugurado mausoléu do homenageado no Cemitério do Paquetá. No dia 13, às 19h, as comemorações serão marcadas por sessão solene na Câmara Municipal (Praça Tenente Mauro Batista Miranda, 1, Vila Nova). No sábado (dia 14), às 9h, acontecerá a solenidade de abertura da Copa de Futsal Kids 'Prefeito Esmeraldo Tarquínio', no Gremetal, à Rua Paraná, 156, Vila Mathias.

 

Nascido em São Vicente, em 12 de abril de 1927, Esmeraldo Tarquínio Filho foi vereador e deputado estadual, além de advogado, despachante aduaneiro e jornalista. Eleito prefeito de Santos em 1968, com cerca de 45 mil votos, foi cassado pela ditadura militar antes de tomar posse. Faleceu em 10 de novembro de 1982, aos 55 anos, na condição de provável candidato à prefeitura da cidade.

 

O evento é uma realização do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Santos, com apoio da prefeitura, por meio da Secretaria de Defesa da Cidadania e Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e Étnica.

http://www.sindaport.com.br/noticia-interna.php?id=1279

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A miséria é mundial…

Enquanto houver pobreza haverá escravidão…

Zambukaki

Bangladesh

Pela Demarcação das Terras Guarani-Kaiowá

PELA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS

Guarani Kaiowá no MS

DEFENDA ESSA IDÉIA!

 

Demarcação Garani

Liminar determinando saída dos

Guarani Kaiowá em MS é suspensa

Somos todos Guarani Kaiowa – Somos todos Zulmira

SUSPENSA SAÍDA dos Guarani Kaiowá VITÓRIA!

Liminar que determinava saída dos Guarani Kaiowá em MS é suspensa

AGORA É LUTAR PELA DEMARACAÇÃO

Início de uma vitória do Povo Guarani Kaiowá com a ajuda de todos que se envolveram e pressionaram o governo através das redes sociais e atos de apoio pelo Brasil todo.

Ministra Maria do Rosário participa de reunião do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Segundo informou por meio do Twitter a ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário,  o governo federal conseguiu suspender nesta terça-feira (30), a liminar que determinava a reintegração de posse da tribo indígena Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul.

“Acabamos de receber decisão judicial q suspende reintegração de posse do território dos Guarani Kaiowá. Recurso do Gov. Federal foi acatado!

Pelo Twitter, Maria do Rosário anuncia suspensão da retirada dos Guarani Kaiowá (Reprodução)

(sic)” , comemorou a ministra. Na sequência, ela complementou a informação. “De acordo com essa decisão, os indígenas ficam onde estão! Agora lutaremos p/agilizar o processo de estudos p/ demarcação desse território”.

Na tarde desta segunda, Maria do Rosário, que também preside o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) recebeu em Brasília uma comissão de representantes da comunidade indígena, junto aos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Luís Inácio Lucena Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU).

Os conflitos envolvendo a comunidade Guarani Kaiowá se intensificaram após decisão da Justiça Federal do Tribunal Regional da 3ª região (TRF-3) de São Paulo que determinou a reintegração de posse das terras reivindicadas pelos indígenas a fazendeiros locais. No dia 16 de outubro, o Ministério Público Federal em Dourados apresentou recurso no TRF 3 para reformar a decisão.

EBC-30.10.2012 -

http://www.ebc.com.br/cidadania/2012/10/liminar-que-determinava-saida-dos-guarani-kaiowa-em-ms-e-suspensa

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Coleção História Geral da África em português

 
Coleção em oito volumes disponível para download.
 
 
Coleção História Geral da África em português

Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.

Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.

Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb)

  • ISBN: 978-85-7652-123-5

Entrevista com Angela Davis 2009

 

Entre 21 e 23 de novembro de 2012 estará sendo realizado o Fórum Internacional 20 de novembro Recôncavo, Entre os palestrantes, Ângela Davis, integrante do “Panteras Negras” e do Partido Comunista dos Estados Unidos teve um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da história americana.

Angela Davis Colagem

 

Essa entrevista é de agosto de  2009 quando Angela esteve na Bahia - Brasil

Angela-Davis-03

8 de agosto de 2009 – entrevista em “A TARDE”

 

“Quando Obama visitar o Brasil, vai aprender algumas lições”

“Aos 65 anos, Angela Davis continua a mostrar por que se tornou um ícone do movimento negro norte-americano nos anos 1970. Bastam minutos de conversa com a hoje pesquisadora e professora da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA), para perceber a sua facilidade em expor, numa linguagem clara, linhas de raciocínio complexo, fruto do aprofundamento que marca sua produção acadêmica. Um exemplo é quando explica a visão que tem do feminismo, para além do embate de gênero. A jovem ativista de outrora continua também a fascinar a juventude. Este segmento foi o público mais constante nas palestras que ela realizou, na última semana, em Salvador, como convidada da XII Edição da Fábrica de Ideias, programa anual sediado no Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/Ufba ). Coordenada pela doutora em sociologia Ângela Figueiredo e pelo doutor em antropologia Lívio Sansone, a Fábrica oferece treinamento para jovens pesquisadores em estudos étnicos. Angela Davis, inclusive, discorda de quem costuma apontar a juventude do mundo atual como apática, do ponto de vista político. Para ela, cada geração tem sua forma própria de atuação. “A minha postura é a de aprender com os jovens, porque sempre são eles que provocam as mudanças radicais”, afirma. Nesta entrevista concedida à repórter Cleidiana Ramos, com o auxílio da tradutora Raquel Luciana de Souza, Angela Davis falou, dentre outros assuntos, sobre as lições que o governo brasileiro pode oferecer a Barack Obama, em relação a uma política de maior aproximação com a África.

A TARDE – É a segunda vez que a senhora vem à Bahia. O que notou sobre a questão racial e de gênero aqui?
Angela Davis – O termo feminismo é ainda bastante contestado, como também é contestado nos EUA. Mas, eu descobri que há mulheres ativistas que estão fazendo um trabalho bastante semelhante. Então, nesse sentido, não faz diferença como uma pessoa se identifica. Tem mulheres que estão trabalhando nessas questões de violência contra a mulher, assistindo vítimas dessa violência e, ao mesmo tempo, pensando em formas de se erradicar um fenômeno que é uma pandemia por todo o mundo. São questões que eu acredito que perpassam as fronteiras nacionais. Acredito que ativistas nos EUA podem aprender muito com ativistas aqui do Brasil.

AT – Ao que a Sra. atribui a resistência ao termo feminismo?
AD- Há essa resistência ao termo feminismo porque pressupõe-se que se adotem posições vazias. Há posições antimasculinas, anti-homem. Quando feministas brancas formularam pela primeira vez essa noção de direitos das mulheres, elas estavam somente prestando atenção à questão de gênero e não prestavam atenção à questão de raça e de classe. E nesse processo elas racializaram gênero como branco e colocaram uma questão de classe como uma classe burguesa, mas as feministas negras argumentaram que você não pode considerar gênero sem considerar também a questão de raça, a questão de classe e a questão de sexualidade. Então isso significa que as mulheres têm de se comprometer a combater o racismo e lutar tanto em prol de mulheres como de homens.

AT – É uma visão bem diferente daquela que a maioria das pessoas tem sobre feminismo.
AD- O tipo de feminismo que eu abraço não é um feminismo divisivo. É um feminismo que busca a integração. Mas, como disse anteriormente, estou mais preocupada com o trabalho que as pessoas fazem e o resultado que alcançam do que se estas pessoas se denominam feministas ou não. Muito do trabalho histórico tem descoberto tradições e legados feministas de mulheres que nunca se denominaram feministas, mas nós as localizamos dentro de uma tradição feminista. Eu já vi trabalhos que falam sobre Lélia Gonzalez no Brasil denominando-a feminista e eu não sei se ela se considerava feminista. Tem também mulheres contemporâneas como Benedita da Silva. Eu não sei se ela se identifica como feminista.

AT- A senhora pensa em escrever algo sobre as suas impressões em relação à Bahia?
AD- Eu acho que sim. Mas eu teria de voltar aqui e passar um pouco mais de tempo fazendo uma pesquisa substantiva. Estou bastante impressionada com o ativismo das mulheres em Salvador e, em geral, aqui é um lugar maravilhoso.”

A entrevista está dividida em 3 partes.

http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?tag=panteras-negras

Colóquio Muniz Sodré - UFRJ

Colóquio Muniz Sodré debate política e cultura afro-brasileira

Muniz falará sobre Política e Cultura Afro-brasileira

25/10/2012 – quinta-feira

muniz sodre

Muniz Sodr é-  70 anos do jornalista, escritor e professor

Já estão agendadas as palestras do Colóquio Muniz Sodré para o último trimestre do ano que homenageia os 70 anos do jornalista, escritor e professor.   Na próxima quinta-feira, 25 de outubro, Muniz falará sobre Política e Cultura Afro-brasileira.  O encontro é aberto a estudantes de graduação, pós-graduação da UFRJ e de outras universidades, além de público em geral. Acontece no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM), das 13h às 15 horas. O evento é promovido pelo Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC) da UFRJ, que tem a coordenação geral da professora Raquel Paiva.

O Colóquio Muniz Sodré faz parte do Ano Muniz Sodré, iniciado em março e abril com uma semana depalestras e minicursos temáticos. Além da homenagem ao autor, os encontros são formas de compartilhar o acesso ao conhecimento de sua obra, envolvendo estudantes da pós-graduação e da graduação, da UFRJ de outras universidades e público em geral.

A programação também reabre o LECCturas, grupo de leitura, que  este ano é dedicado à obra de Muniz Sodré. A ideia é estabelecer diálogos do público discente da comunidade acadêmica com o pensamento do autor, bem como apresentar as principais temáticas do pesquisador consagrado no campo da comunicação e áreas afins. A programação completa será publicada no site do LECC: www.pos.eco.ufrj.br/lecc.

Sobre o Homenageado:

Muniz Sodré de Araújo Cabral, nascido em 12 de janeiro de 1942, no município de São Gonçalo dos Campos (BA), é o que se pode chamar de um genuíno pensador brasileiro. Autor de 36 livros, Sodré reúne em sua carreira extensa produção acadêmica nos campos da cultura e da Comunicação, o que o consagra como professor e pesquisador. Além disso, possui uma biografia política como jornalista-militante e o trabalho público-administrativo, como presidente da Biblioteca Nacional e diretor da TV Educativa. Sua obra contempla o campo da Comunicação, Literatura, Filosofia, Educação, e reflete as mais diversas temáticas em um conhecimento múltiplo, fruto de sua experiência acadêmica, somado ao aprendizado adquirido na vivência com mestres da sabedoria e da cultura popular.

Serviço:

Colóquio Muniz Sodré/Leccturas:

Política e Cultura Afro-brasileira

Data: 25/10/2012 – quinta-feira

Horário: das 13h às 15h.

Local: Auditório da Central de Produção Multimídia (CPM).

Av. Pasteur, 250 – fundos da ECO/UFRJ.

Quem quiser receber certificado pode se inscrever

Inscrições: semanamunizsodre@gmail.com.

Publicado em Domingo, 21 Outubro 2012 11:09

Fórum Internacional 20 de novembro Recôncavo

Fórum Internacional 20 de novembro ultrapassa fronteiras do Recôncavo

A edição deste ano de um dos mais importantes eventos da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) irá ultrapassar fronteiras brasileiras. Entre os dias 21 e 23 de novembro, o campus de Cruz das Almas, a 146 km de Salvador, será palco do Fórum Internacional 20 de Novembro, com convidados de várias nacionalidades debatendo política, relações raciais, sexualidade, gênero e direito à saúde.


Entre os palestrantes, Ângela Davis, integrante do Panteras Negras e do Partido Comunista dos Estados Unidos, personagem de um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da recente história americana; o pró-reitor de Políticas de Ações Afirmativas da Universidade de Washington, Luis Fraga, e; o presidente do Benin e da União Africana, Boni Yayi. Ângela irá participar da conferência de abertura, intitulada “raça, gênero, classe: uma tríade inseparável nas políticas de empoderamento das populações negra”, em 21 de novembro. O presidente do Benin, Yayi, falará sobre o Brasil na diáspora africana. Encerrando o encontro, Fraga discutirá a “equidade e excelência: conceitos complementares”.
O evento contará também com a presença de personalidades artísticas e referências na comunidade acadêmica nacional. A atriz Zezé Mota e o ator e bailarino Luis Miranda irão conversar sobre "O Cinema Negro ou O negro no Cinema". Já o tema “Racismo, Sexualidades e Diversidades” será apresentado pelos professores da UFRB, Osmundo Pinho e Ana Givigi, ao lado deles o professor da Universidad Nacional de Colômbia, Franklim Hernandez.
Para o Pró-Reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Educacionais (PROPAAE), Ronaldo Barros, o evento traz um conjunto de experiências novas, reflexões para pensar políticas públicas não só no Brasil, como também no mundo. “Este é um espaço de reconhecimento da luta do povo negro e de suas maiores lideranças”, afirma o pró-reitor. Em sua opinião, os dez anos de políticas afirmativas no Brasil é um dos temas centrais do Fórum, com a existência de várias mesas para debater o assunto.
A data que dá nome ao evento, Dia da Consciência Negra, é uma celebração da vida de Zumbi dos Palmares, personagem marcante da história brasileira na luta pelo fim do regime escravocrata que durou 358 anos. Formada por 84,3% de afrodescendentes autodeclarados, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) transformou a ocasião em um dos principais marcos do seu calendário. Na programação, o Fórum Internacional 20 de Novembroincluirá ainda o VI Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo.
Confira a programação parcial do evento.

Raça Etnias - Download

A série de fascículos Adolescentes e Jovens para a Educação entre Pares, do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), como o próprio nome indica, é destinada a adolescentes e jovens. Tem como objetivo auxiliá-los(as) no desenvolvimento de ações de formação para
promoção da saúde sexual e saúde reprodutiva, a partir do fortalecimento do debate e da participação juvenil.

Livro Adolescentes e Jovens para a Educação entre Pares em PDF Gratuíto

Com atividades de Oficinas

Oficina 1 - Preconceito e discriminação.................................................................17
Oficina 2 - Que Paí s é esse?...................................................................................22
Oficina 3 - A escola e a discriminação ..................................................................26
Oficina 4 - Diversidades e vulnerabilidades .........................................................34
Oficina 5 - Mídia e racismo ....................................................................................40
Oficina 6 - Desigualdades raciais e políticas de inclusão ..................................46

Seu propósito não é ser apenas mais um conjunto de fascículos, e sim trazer provocações e aprofundar o conhecimento que os(as) adolescentes e jovens têm a respeito de temas presentes em toda a sociedade, e que muitas vezes são tratados de maneira equivocada
ou com preconceitos. Ao mesmo tempo, deseja orientar o trabalho por meio de oficinas, debates e leituras. Pretende, também, provocar reflexões e instigar o diálogo sobre as temáticas do SPE dentro das escolas brasileiras.
Os temas fundamentais destes fascículos são dados pelos eixos de ação do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, que têm como objetivo central desenvolver estratégias de promoção dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos, de promoção da saúde, de
prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, do HIV e da aids, e da educação sobre álcool e outras drogas, com adolescentes e jovens escolares, por meio do desenvolvimento articulado de ações no âmbito das escolas e das unidades básicas de saúde.
O SPE é conduzido, no âmbito federal, pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde, em parceria com a UNESCO, o UNICEF e o UNFPA. Essas instituições constituem o Grupo de Trabalho Federal (GTF) que está encarregado da elaboração de diretrizes,
avaliação e monitoramento do Projeto.

RAÇAS E ETNIAS ADOLESCENTES E JOVENS PARA A  EDUCAÇÃO ENTRE PARES

LINK PARA DOWNLOAD: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_racas.pdf

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cotas Injustas

Injustiça para quem?

 

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff, nova lei de cotas evidencia a debilidade do ensino público básico no Brasil, mas representa um grande passo para a luta contra o preconceito racial no país

 

  • Aprovada pelo Senado no início deste mês e sancionada pela presidente Dilma Rousseff na tarde de quarta (19), nova lei de cotas (PLC 180/2008) passa a valer a partir de 2013. A medida que obriga todas as universidades e institutos tecnológicos federais a destinarem 50% de suas vagas a estudantes de escolas públicas e, dentro disso, 25% a candidatos pretos, pardos e índios; evidencia a debilidade do ensino básico no Brasil, mas representa um grande passo para a luta contra o preconceito racial no país.

    O texto começou a tramitar no Congresso no final dos anos 1990 e surgiu com intuito de reformular o sistema de ingresso universal, o vestibular. Mas oprojeto foi sendo modificado com o tempo: na alvorada dos anos 2000, quando o Estado começou a implementar políticas públicas a favor de ações afirmativas, as cotas sociais e raciais passaram a ser a principal bandeira. E não é à toa: o Censo Escolar 2010 realizado pelo IBGE aponta, por exemplo, que o Brasil tem 51,5 milhões de estudantes matriculados na educação básica, sendo 43,9 milhões, estudantes das redes públicas (85,4%). Do número total de alunos que frequentam o Ensino Médio, o Censo mostra que 50,9% deles são pretos ou pardos. No ensino superior público – que possui as mais conceituadas universidades do país - 87,4% dos estudantes são oriundos de escolas particulares. Pretos, pardos e índios variam conforme o estado.

    A historiadora Verena Alberti, coordenadora de documentação do CPDOC (FGV) e professora de História na Escola Alemã Corcovado (que fica no Rio de Janeiro), diz que é a favor das cotas raciais e sociais e explica que a aprovação da lei no Senado representa, sobretudo, uma reparação de uma injustiça histórica. “Agora que o Estado do Brasil é a favor da lei de cotas, está apresentando a responsabilidade de consertar o que estava errado. E muitas vezes a gente pensa que o que estava errado estava assim por herança da escravidão, como se fosse por inércia. Mas é importante ver que o Estado, depois de 1889, instituiu políticas diferenciando a população; estimulando a imigração, o embranquecimento. Nós nunca tivemos leis de segregação racial, mas tínhamos leis que proibiam manifestações afro-brasileiras, até a década de 1920, por exemplo”.

    Alberti, que coordenou um projeto sobre a história do movimento negro no Brasil com base em relatos orais, acredita que a adoção do sistema de cotas não vai enfraquecer o ensino superior brasileiro ou invalidar políticas de melhoria na educação básica pública e acrescenta: “O curioso é que somos orgulhosos da mistura cultural no Brasil, mas quando existe a mistura física, essa miscigenação não é tão valorizada. Continua havendo o preconceito racial. Ainda que raça seja um conceito biologicamente inexistente. Acho que há necessidade de pessoas se acostumarem que negros possam fazer parte das camadas médias da sociedade, porque enquanto isso não acontecer, pessoas vão continuar morrendo devido a crimes motivados por racismo”.  

    Senado aprova PLC 180/2008 em seção realizada no dia 7 de agosto

    Senado aprova PLC 180/2008 em seção realizada no dia 7 de agosto

    O relator do projeto aprovado na Casa, senador Paulo Paim (PT/RS) afirma que o sistema de cotas nacional vai fortalecer o ensino superior em seus dez anos de vigência. “Hoje, ficou comprovado pelas pesquisas que os cotistas têm, na maioria dos casos, notas iguais ou maiores do que os não cotistas nas universidades que já adotam o sistema de cotas [seja ele qual for]. Não tem nenhuma injustiça nisso”. A opinião de Paim não é a mesma do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o único que votou contra a aprovação do PLC na seção deste mês. Segundo ele, o projeto “impõe uma camisa de forças para todas as universidades brasileiras". Além de afetar a excelência do ensino e tirar a autonomia das reitorias acerca do modelo de ingresso.

    A voz das pesquisas

    Apesar da opinião radicalmente contrária apresentada pelo senador Nunes Ferreira, a sociedade parece ser a favor do sistema de cotas, em sua maioria: em pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2008, 51% dos entrevistados se disseram favoráveis às cotas raciais; quando a pergunta disse respeito às cotas sociais, 86% das pessoas apoiaram a medida. O apoio popular ganha mais força quando se analisa o desempenho de cotistas em universidades que já adotam alguns sistemas: alunos que entram na universidade por meio de cotas têm notas iguais ou até maiores do que os que utilizam o sistema universal. E os índices de evasão são praticamente os mesmos que os dos alunos não cotistas, se a universidade apresenta algum programa de apoio financeiro aos mais pobres.

    Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), referentes ao biênio 2005-2006, cotistas obtiveram maior média de rendimento em 31 dos 55 cursos  da Unicamp e coeficiente de rendimento (CR) igual ou superior aos de não-cotistas em 11 dos 16 cursos  da UFBA. Os números se repetem em outros casos, conforme alerta a pesquisa elaborada pelo professor Jacques Velloso, da Faculdade de Educação da UnB [disponível aqui].

    “O povo brasileiro não é contrário às políticas de ações afirmativas, nem na sua versão mais polêmica, o programa de cotas. Quem as rejeita são as classes médias e as elites, inclusive intelectuais e alguns veículos de comunicação”, afirma o historiador Petrônio Domingues, professor visitante da Rutgers University (EUA). “São necessárias ações concretas para se enfrentar o problema da exclusão do negro no Brasil, mais do que ‘boas intenções’, retórica política e debates acadêmicos”, acrescenta.

    A antropóloga Yvonne Maggie, professora titular da UFRJ, é contrária à nova lei, porque acha que o governo, dessa forma, quer resolver o problema “a custo zero”. Em artigo publicado em seu blog 'A vida como ela parece ser', Maggie explica que apenas a entrada obrigatória de alunos pobres no ensino público superior não garante seu sucesso, já que o sistema vai continuar não oferecendo o apoio necessário. “Temo por esses jovens mais despreparados. Terão um longo caminho pela frente e não será fácil percorrê-lo. Já são sobreviventes do ensino médio. Já passaram pelas agruras para obter o diploma do ensino básico, cumprindo uma grade de 12 disciplinas em média por ano. Na universidade enfrentarão obstáculos mais pesados. Não há no ensino superior nenhuma preocupação em formar os menos preparados e ajudá-los a adquirir a base necessária para cumprir o currículo enciclopédico que é a regra. Ninguém presta muito atenção, mas sabemos que os mais fracos vão ficando pelo caminho”.

    Imagem de divulgação do 'Novo ENEM'

    Imagem de divulgação do 'Novo ENEM'

    Diferentes sistemas

    Em 2001, o governo do Rio de Janeiro aprovou a leiestadual que instaurava o primeiro sistema de cotas em ensino superior do Brasil: Uerj e Uenf adotaram a medida já no vestibular de 2004. Foi neste ano, aliás, que a UnB anunciou seu próprio sistema de ações afirmativas, seguida da UFBA. Há poucos meses, em votação marcante, o STF declarou o sistema de cotas raciais como constitucional, o que abriu portas para que o PLC saísse de vez da gaveta e fosse levado adiante.

    Evandro Piza, professor da Faculdade de Direito da UnB e um dos responsáveis pela criação do sistema de cotas na UFPR, anuncia que é a favor da nova lei porque ela vai obrigar as universidades que não adotavam qualquer sistema de inclusão social ou racial a passar a fazê-lo, mas se diz crítico com relação a alguns pontos. “A lei em si tem vantagem – impõe políticas de ação afirmativa direto às universidade que foram inertes. Isso é necessário. Porque a universidade é pública. Agora, por outro lado, tem uma coisa que se esquece. O debate qualificado. Cada estado tem uma necessidade diferente, por isso, o debate precisa ser diferente”.

    Piza diz que na Universidade de Brasília, quando o sistema foi implantado, percebeu-se que muitos alunos que ingressavam no ensino superior da região vinham de escolas públicas. Mas se via pouca mistura racial nos corredores. Por conta disso, 20% das vagas dessa universidade são destinadas a pretos, pardos e índios. Na UFPR, o modelo adotado destina 20% das vagas à escola pública e 10% a cotas raciais. “Sou contra as cotas destinadas à escola pública. E isso não é um argumento elitista. Ali se faz um filtro que não funciona sempre. Não pega as pessoas que tiveram chances diminuídas no ensino público, porque só cobra três anos cursados na rede. Na minha opinião, o número de anos tinha que aumentar. Para seis, por exemplo”. Além disso, ele critica o sistema de declaração de renda explicitado na lei, porque é passível de fraude.

    Bem ou mal, a lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff manteve o veto ao artigo que dizia respeito ao ingresso de cotistas no ensino superior sem vestibular, por meio da análise do CR obtido ao longo do ensino médio. Ou seja, para ingressar nas universidades públicas brasileiras, que ainda representam o que há de melhor no ensino superior no país, só fazendo o vestibular e tirando boas notas. Independente da cor da pele ou classe social.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/injustica-para-quem-a

Alice Melo

24/8/2012

Fontes de literatura e história dos países de língua portuguesa

Memórias da África e do Oriente

Fontes sobre literatura e história dos países de língua portuguesa nem sempre são muito fáceis de encontrar, em grande parte porque as informações sobre esses países estão dispersas em bibliotecas ou centros de documentação pouco divulgados em nível global. O portal
Memórias de África e do Oriente é uma das iniciativas pioneiras para mudar essa realidade.

Atuando sob responsabilidade da Fundação Portugal-África, o portal abre espaço para uma biblioteca virtual reunindo registros bibliográficos de Portugal, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Macau. Também possui uma biblioteca digital , pela qual é possível ter acesso a diversas coleções históricas e contemporâneas desses países.

Faça uma visita em http://memoria-africa.ua.pt/Default.aspx para conferir.

Fifa pode proibir acarajé benefícia McDonald’s na Bahia

 

 

Fifa pode proibir acarajé para beneficiar McDonald’s na Bahia

 

Os torcedores que forem assistir aos jogos da Copa de 2014 na Arena Fonte Nova, em Salvador, poderão ficar proibidos de comprar o tradicional acarajé. A venda do quitute poderá ser proibida em um perímetro de até dois quilômetros ao redor do estádio por causa da Fifa, que recomenda que esse tipo de comércio ambulante seja afastado da região para evitar concorrência com os hambúrgueres produzidos pela rede McDonald’s, patrocinadora da entidade.

 

 

 

Teoria da evolução do McDonald´s


O bolinho de acarajé é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial e é um produto característico do comércio ambulante.
"Até agora ninguém me chamou para conversar sobre a situação das baianas", reclama a presidenta da Associação das Baianas de Acarajé e Vendedoras de Mingau (Abam), Rita Maria Ventura dos Santos.
Ela classifica como absurda a hipótese de não haver baianas vendendo acarajé na Fonte Nova. "Eram oito baianas lá dentro que tiveram que sair devido à obra. Agora que está tudo novo vão retirar as baianas? Todas tinham carteira", conta Rita dos Santos.
A presidenta da Abam ainda reclama de atraso nos cursos de preparação. Segundo ela, o Sebrae programou a formação de 300 baianas para o serviço de receptivo, mas calcula que, mesmo com a abertura de nova turma em 29 de outubro, este número não será alcançado.
De acordo com ela, a Secretaria Estadual do Turismo (Setur) inscreveria outras cinquenta para curso de formação realizado pelo Ministério do Turismo. "Mas não há previsão", lamenta.
Há a ideia de que os acarajés sejam levados já fritos para o estádio e aquecidos em fornos de micro-ondas - esta prática já ocorre no Estádio Manoel Barradas, o Barradão, onde ocorrem jogos do Vitória.
"Alegam que há risco para os torcedores. Se for assim, era proibido venda de acarajé no Carnaval. Nunca soube de ninguém queimado com azeite nestas festas", diz a presidente da Abam. No Estádio Roberto Santos, mais conhecido como Pituaçu, com mando de campo do Bahia, a venda é permitida.
A Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 (Secopa) informa que não há certeza sobre o local onde as baianas ficarão durante os jogos. "Mas elas serão contempladas", diz a chefe de gabinete da Secopa, Liliam Pitanga, que não assegurou se este local será dentro do estádio.
Ela disse que a Fifa também participa da discussão. "Mas ainda não há informações concretas". A chefe de gabinete garante que cursos estão sendo oferecidos para as baianas e outras categorias, como os taxistas.
De acordo com Liliam Pitanga, no final de setembro, cinco mil pessoas foram inscritas em cursos de inglês, espanhol e língua brasileira de sinais (Libras). A Setur informou, via assessoria de comunicação, que vai realizar cursos de capacitação para atender as baianas de acarajé.
A reportagem entrou em contato, ontem, com o Comitê Organizador Local da Copa (COL), mas não houve posicionamento sobre a venda do acarajé nos estádios até o fechamento da edição.
A reportagem fez o primeiro contato às 14h30 e foi solicitado pelo COL o envio de um e-mail com as perguntas. Às 18 horas, a reportagem recebeu do COL e-mail informando que aguardava resposta do marketing da Fifa, sediado em Zurique, Suíça.
Às 18h08, o COL comunicou que não seria possível ter resposta da Fifa no mesmo dia devido ao fuso horário com cinco horas de diferença.
Fonte: Imirante Esporte
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

4 DE OUTUBRO DE 2012 - 17H16

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=10&id_noticia=195528

Moral e Ética no Culto aos Orixás

 

Lançamento do livro Moral e Ética no Culto aos Orixás

20 de outubro (sab) – 14h – BP Raimundo de Menezes

São Miguel Paulista - 08021-000 São Paulo, SP

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Lançamento
Moral e Ética no Culto aos Orixás
Alan Geraldo Myleo e Márcio de Ogum - Scortecci Editora
Atendendo à diversas demandas reflexivas e informativas em relação sobre culto aos Orixás no Brasil, a obra trata do assunto partindo do ponto de vista das essências e significados morais e éticos que permeiam o culto. Em curtos, porém intensos, capítulos o livro aborda conceitos sobre fé e razão, fatos históricos, simbologias, filosofia e comportamento que estão diretamente associados ao culto aos Orixás no Brasil. Desse modo a obra atende com sua temática à Lei 10.639 de 2003 que impõe o ensino de História e cultura afrobrasileira no currículo escolar, pois a religiosidade nunca se separou da cultura e do comportamento dos afrobrasileiros e da população em geral.

20 de outubro (sab) – 14h – BP Raimundo de Menezes

Endereço: Av. Nordestina, 780
São Miguel Paulista - 08021-000 São Paulo, SP
Tel.: 11 2297-4053

Festival A Cena Tá Preta - Bahia

 

Novembro mês da Consciência Negra

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A quarta edição do Festival A Cena Tá Preta, promovido pelo Bando de Teatro Olodum, Teatro Vila Velha e o Coletivo de Produtores do Subúrbio. Artistas e grupos culturais irão movimentar a programação em Salvador, entre os dias 09 e 18 de novembro de 2012. Selecionados 12 espetáculos nacionais e internacionais de teatro, dança ou música, além de dois textos teatrais inéditos para realização de leituras dramáticas.

Tema - A mostra visa à valorização da arte baseada na temática afro-brasileira, revelando a diversidade da estética negra, nas variadas linguagens artísticas. Além das apresentações e exibições de filmes, o Festival contará com debates e mesas redondas com pesquisadores. “O projeto vem se consolidando como espaço de visibilidade da performance negra e a ideia agora é expandir as fronteiras, trazendo grupos e artistas de outros países da diáspora africana para uma rica troca de experiências artísticas”, afirma Chica Carelli, uma das responsáveis pelo A Cena Tá Preta.

O projeto será realizado em convênio com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República / SEPPIR. Todas as apresentações serão gratuitas.

SERVIÇO

Informações: www.acenatapreta.com.br

Sugestão de fonte: Chica Carelli, atriz e diretora de teatro, cofundadora do Bando de Teatro Olodum. Contato: 71. 3083-4600

Informações: www.acenatapreta.com.br

ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA DA DIÁSPORA AFRICANA

 

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Autor: Nei Lopes

Obra que reúne, num único volume, uma significativa massa de informações multidiscilplinares sobre o universo da cultura africana e afrodescendentes. Traz ao conhecimento de um público amplo assuntos até agora restritos a especialistas e de difícil acesso ao público leigo. Os verbetes, em ordem alfabética, abrangem uma vasta área de conhecimentos, incluindo personalidades, fatos históricos, países, religiões, fauna, flora, festas, instituições, idiomas, etc

A 'Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana' é o resultado de longos anos de pesquisa minuciosa. Seguindo um rigoroso critério de pesquisa, o livro contém cerca de nove mil verbetes, abordando assuntos dos mais diversos - que vão de biografias a vestuário; de fatos históricos e contemporâneos a acidentes geográficos, flora e fauna; de festas e divertimentos a profissões e atividades. Reúne, assim, num único volume, uma gigantesca massa de informações ligadas à matriz cultural do mundo africano, tornando-as acessíveis a um público amplo.

Com nove mil verbetes, a obra, assinada por Nei Lopes , compositor e escritor, integrante do mundo do samba e militante da causa negra, é um trabalho inédito e pioneiro. Com isso, além de elevar a autoestima da população negra, a obra aparece como referência fundamental entre os modernos estudos sobre o continuum africano na diáspora.

Sambista de sucesso, militante da causa afrodescendente e intelectual com senso prático, Nei Lopes há muito tempo percebeu a carência de uma bibliografia popular brasileira sobre assuntos africanos. Sem vinculação acadêmica, mas autor de 14 livros publicados (mais 2 já no prelo), há cerca de 10 anos ele decidiu produzir uma obra de cunho enciclopédico que reunisse, em um único volume e em forma de dicionário, informações multidisciplinares sobre o universo das culturas africanas, afro-americanas e afro-brasileiras. O resultado dessa inquietação e de longos anos de trabalho é a “Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana”, lançada pela Selo Negro Edições. São nove mil verbetes, abordando assuntos dos mais diversos a partir do ponto de vista brasileiro — de biografias a vestuário; de fatos históricos e clip_image004contemporâneos a acidentes geográficos, flora e fauna; de festas e divertimentos a profissões e atividades.

Um dos grandes objetivos da Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, segundo o autor, é popularizar conhecimentos antes restritos a especialistas, num momento em que ocorrem no Brasil reformas de currículos escolares, em uma perspectiva mais afrocentrada. Nesse sentido, a obra vai muito além dos estereótipos frequentemente associados ao negro brasileiro — cuja participação na formação da cultura nacional é recorrentemente restrita às áreas do folclore, da música, da dança e da culinária. De acordo com Elisa Larkin Nascimento, pesquisadora e cofundadora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, “a Enciclopédia é um compêndio de informações complexas, aprofundadas e não divorciadas de seu contexto mais amplo, a matriz cultural do mundo africano”.

Outro alvo importante é a autoestima do negro. Para o autor, a Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana sinaliza um passo decisivo na reflexão para construção de uma autoestima positiva na emocionalidade do leitor afro-brasileiro. “São referências onde o leitor negro se localiza e se estrutura para construir a tão buscada e quase nunca atingida autoestima”, diz. Nei Lopes lembra que nas publicações disponíveis, o negro parece só ter interesse etnográfico. “Nessas obras, raramente figuram heróis, sábios, grandes homens. Para essas publicações, em geral, o vocábulo ‘negro’ define, no Brasil, mais uma categoria social, já que os ‘grandes homens’, quando afrodescendentes, são apenas ‘nascidos em lar humilde’ e quase nunca efetivamente ‘negros’”.

A paixão e o engajamento nas questões da negritude, independentemente de vínculos acadêmicos, fez com que Nei Lopes, estudioso e pesquisador nato, mergulhasse em um minucioso e rigoroso processo de pesquisa para produzir verbetes curtos e resumidos. A ótica desenvolvida dedica bastante ênfase às biografias de anônimos que fizeram ou fazem parte da história africana, como revolucionários, líderes religiosos e educadores. No que diz respeito à religião de origem africana, o autor procura fechar um círculo de informações no tripé Brasil-Cuba-África.

http://leituranegra.blogspot.com.br/2008/05/enciclopdia-brasileira-da-dispora-negra.html

Aluno cotista ganha Prêmio

Prêmio Inventor a estudante mostra competência de alunos cotistas

Emily é bolsista do programa Permanecer da UFBA

Prêmio entregue no dia 18 de outubro pela Universidade Federal da Bahia UFBA

A aluna Emily Karle dos Santos Conceição, formanda da primeira turma de Farmacêuticos Generalistas da Universidade Federal da Bahia, é uma dos muitos estudantes cotistas responsáveis pelo sucesso a política de Ações Afirmativas implantadas pela UFBA há aproximadamente 10 anos.

 

 

A aluna Emily Karle dos Santos Conceição, formanda da primeira turma de Farmacêuticos Generalistas da Universidade Federal da Bahia, é uma dos muitos estudantes cotistas responsáveis pelo sucesso a política de Ações Afirmativas implantadas pela UFBA há aproximadamente 10 anos. Ela integra o grupo de inventores que a Universidade premiará nesta quinta-feira (18 de outubro), durante solenidade às 19h30 no Salão Nobre do Palácio da Reitoria, na quarta edição do Prêmio Inventor: UFBA Homenageia Seus Inventores. O prêmio atribuído a Emily Karle, pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação, através do Núcleo de Inovação Tecnológica e da Coordenadoria de Inovação, corresponde ao depósito da patente intitulada "Uso da Amêndoa de Bombacopis retusa, como potencial matéria-prima para fins alimentícios, cosmético, farmacêutico e de obtenção de biodiesel, realizado em 2011.

Técnica em Processos Industriais com Ênfase em Química, Emily Karle concluirá seu curso na UFBA em abril de 2013 e atualmente realiza estágio recebendo bolsa do programa Permanecer, no Instituto de Saúde Coletiva (ISC), integrante do projeto de pesquisa em Análise Situacional da Vigilância Sanitária nas Farmácias e Drogarias do Distrito Sanitário da Liberdade em Salvador e do Projeto de Extensão Projeto Integração SUS-Liberdade - Componente de Vigilância Sanitária. No período de 2008 a 2011 ela cumpriu o programa de Iniciação Científica no Laboratório de Pescado e Cromatografia Aplicada (Lapesca), na Faculdade de Farmácia, e entre 2011 e 2012 foi integrante do Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde da Família), projeto previsto no Programa Mais Saúde - Direito de Todos, do Mistério da Saúde. Em 2009 a estudante integrou a equipe vencedora da Etapa Nordeste do Prêmio Técnico Empreendedor, promovido pelo Sebrae, com o projeto Produção de Biofilme a partir da glicerina oriunda da produção de biodiesel".

https://www.ufba.br/noticias/premia%C3%A7%C3%A3o-de-estudante-mostra-compet%C3%AAncia-de-alunos-cotistas

Simulação de venda de escravos

Fato ocorrido em 13 de abril, 2011 -Norfolk, Virgínia (EUA), traz a discussão o legado do sistema escravista.

 

“Venda’ de alunos negros em simulação de leilão de escravos causa polêmica nos EUA”

 

Pintura representando Abraham Lincoln após a vitória na Guerra Civil e a libertação de escravos nos EUA

Aula visava ilustrar papel da escravidão na Guerra Civil dos EUA

'Uma professora em Norfolk, Virgínia (EUA), causou polêmica ao simular um “leilão de escravos” em uma escola americana, numa aula comemorativa aos 150 anos da Guerra Civil americana.

Segundo o Washington Post, a professora Jessica Boyle, que dá aulas para uma sala da 4ª série da escola Sewells Point, separou os alunos brancos dos negros e mestiços – estes últimos foram, então, “vendidos” para seus coleguinhas brancos.

A iniciativa despertou críticas dos pais dos alunos e forçou a escola a pedir desculpas, alegando que Boyle estava bem intencionada, mas agiu de forma “inapropriada”.

“A aula (sobre a Guerra Civil) poderia ter sido pensada com mais cuidado, para não ofender os estudantes ou colocá-los em uma situação desconfortável”, disse em comunicado a diretora da escola, Mary B. Wrushen.

Em entrevistas a uma TV local, alguns pais de alunos e moradores de Norfolk reclamaram do teor “ofensivo” da aula e de os alunos “vendidos” terem sido tratados como “animais”.

Uma mãe, no entanto, defendeu Boyle, por acreditar que a professora só estava tentando “demonstrar” o papel desempenhado pela escravidão como um estopim da Guerra Civil. “Acho que ela não estava tentando ferir (os sentimentos) de ninguém”, disse Tara Woodruff.

A professora, que trabalha na escola há seis anos, não comentou o caso.

A Guerra Civil (1861-1865) foi o confronto mais sangrento ocorrido em território americano, deixando centenas de milhares de mortos. A vitória dos Estados do norte sobre os do sul resultou na abolição da escravidão nos EUA.

Um caso parecido já havia acirrado os ânimos no Estado de Ohio, no mês passado, quando, segundo uma TV local, uma professora do ensino fundamental dividiu sua sala de aula entre escravos e senhores.”

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/04/110413_aula_escravidao_polemica_pai.shtml

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Um novo olhar sobre a origem e destino dos escravos

 

Projeto de brasileira lança novo olhar sobre origem e destino de escravos

Ana Alakija | Crédito da foto: Live Smart Videos

Descendende de escravos, Ana Alakija quer ampliar conhecimento sobre a escravatura

Uma jornalista radicada nos Estados Unidos se dedica, há mais de uma década, à missão de registrar e divulgar a história de vítimas da escravidão e o destino de seus descentes.

O objetivo de Ana Alakija, que é descendente de um clã de um antigo reino iorubá, o segundo maior grupo étnico nigeriano, é destacar aspectos pouco explorados pela ensino oficial de história.

“Peço licença aos meus antepassados africanos para quebrar a tradição de passar nossa história oralmente e apresentar suas memórias de forma mais concreta”, disse à BBC Brasil.

Desde 1997, a jornalista vem reunindo informações e documentos coletados no Brasil e também na África - especificamente em Lagos, na Nigéria - para onde um grupo de africanos e descendentes voltou após a abolição da escravatura.

O esforço resultou na produção de um documentário, um livro e uma série de exposições com fotos, documentos e artesanatos que ilustram a trajetória do grupo interconectado pelo Atlântico.

 

Escravidão no Brasil

Estima-se que metade dos cerca de 13 milhões de africanos capturados para servirem de escravos nas Américas tenham sido enviados para o Brasil.

Ana se concentra na história que não é ensinada nas escolas, mostrando as conquistas e as contribuições intelectuais, comerciais e políticas dos africanos à sociedade, antes e depois da escravatura.

Um número expressivo de vítimas, por exemplo, fazia parte da elite política e religiosa iorubá, e esses indivíduos foram vendidos como escravos porque eram prisioneiros de guerra. Isso representa uma perspectiva histórica diferente da ideia de servidão passiva dos escravos que é geralmente contada nas salas de aula, segundo a pesquisadora.

Muitos dos escravos brasileiros alforriados reconquistaram o status social de seus antepassados, tornando-se médicos, advogados, comerciantes, políticos e donos de propriedades, tanto na África quanto no Brasil.

Estima-se que metade dos 13 milhões de africanos capturados na África vieram ao Brasil.

Um exemplo do fenômeno é o destino da própria família Alakija, que conectou os dois continentes mesmo após a abolição da escravatura, em 1888.

“Meus bisavós eram vizinhos na África, mas só se conheceram no Brasil. Meu bisavô reconquistou seu título de nobreza e dinheiro quando voltou à Nigéria, estabelecendo lá uma plantação de algodão com o que aprendeu no Brasil”, disse Ana.

O avô da jornalista, Maxwell Alakija, visitou o Brasil na infância e se apaixonou pelo país. No início do século 20, o filho do próspero fazendeiro decidiu estudar advocacia em Salvador, que já contava com uma renomada faculdade de direito. Na Bahia, ele fez carreira como advogado e teve três filhos. O pai de Ana e sua irmã se dedicaram à medicina, e o irmão deles optou pela engenharia civil.

O objetivo da historiadora é que a preservação e divulgação do papel dos negros na África e nas Américas contribuam com a continuidade dos vínculos originalmente estabelecidos entre esses continentes. "Esse diálogo pode ajudar a criar um entendimento mútuo para os relacionamentos entre brancos e negros nas sociedades modernas e multiculturais”, disse Ana.

O projeto da jornalista é intitulado Memorial Alakija e já está programado para ser promovido nos próximos meses em eventos no Brasil, Nigéria, Estados Unidos e alguns países europeus. “Quero ter um sentimento de missão cumprida”, afirma Ana.

Ligia Hougland

De Washington para a BBC Brasil

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121011_brasileira_projeto_africa_brasil_lh.shtml

Rodas de Conversa – 5a. edição

Discussão: Dados a população negra como formadora majoritária da nova classe média.

Pesquisa que aponta população negra como maioria da classe média é tema de debate na SEPPIR

A 5ª edição da série Rodas de Conversa acontece em Brasília, no dia 25 de outubro, e será transmitida online

 

PARTICIPAÇÃO ONLINE.

O próximo encontro da série Rodas de Conversas, da Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), vai discutir dados Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), da Presidência da República, que apresentam a população negra como formadora majoritária da nova classe média.

O encontro acontece na terça-feira (25) a partir das 15h, no auditório térreo do Bloco A, da Esplanada dos Ministérios. Essa quinta edição terá como debatedores o subsecretário da SAE, Ricardo Paes de Barros, e Paula Montagner, Secretária Adjunta de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Para participar, cadastre-se através do email seppir.eventos2012@seppir.gov.br, enviando nome completo e telefone de contato. Também é possível assistir em tempo real e interagir via chat no link: www.aids.gov.br/mediacenter.

O público poderá se inscrever para fazer intervenções durante o encontro, e os internautas poderão interagir enviando perguntas e ponderações através do Chat no endereço www.aids.gov.br/mediacenter.

 

 

http://seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2012/10/pesquisa-que-aponta-populacao-negra-como-maioria-da-classe-media-e-tema-de-debate-na-seppir