quarta-feira, 21 de novembro de 2012

IX Marcha da Conscência Negra - SP

Dia 20 de novembro de 2012 – Do MASP na Av. Paulista até as escadarias do Teatro Municipal, um lema um grito unido:
COTAS SIM, GENOCÍDIO NÃO!

Marcha em SP protesta contra mortes de negros na periferia

 

  No MASP Gilson Negão

São Paulo – Com o slogan Cotas sim, genocídio não, a 9ª Marcha da Consciência Negra protestou desde o início da tarde de hoje (20) contra os assassinatos de jovens negros na periferia paulistana e defendeu as cotas raciais. Cerca de 500 pessoas de diversas entidades ligadas à defesa dos direitos da população negra participaram da marcha, segundo a Polícia Militar.

 

 

Egbonmy Conceição Reis Reis

 

 

 

Nelson Triunfo

Gilson Negão

(Foto: Marcelo Camargo / Abr)

Por volta das 15h, os manifestantes tomaram duas faixas da Avenida Paulista e seguiram, embaixo de chuva e granizo, até o Teatro Municipal de São Paulo.

“O nosso objetivo é fazer crescer a luta pela igualdade racial no Brasil. Apesar dos passos que estão sendo dados serem positivos, tanto no âmbito da sociedade quanto do governo, ainda tem muito o que se fazer”, disse Edson França, presidente da União de Negros e Negras Pela Igualdade (Unegro).

O presidente da Unegro pediu a atenção do governo para os assassinatos de jovens negros nas periferias. “A população negra acumula grandes desvantagens, continua sendo a principal vítima da violência, especialmente neste momento delicado de São Paulo.” Segundo França, é preciso garantir o direito à vida. “A nossa molecada precisa ter garantia de que vai nascer, crescer, viver. Hoje, ser jovem negro e ultrapassar a barreira dos 30 anos, é contrariar as estatísticas”, disse.

Também participou da manifestação Nelson Gonçalves Campos Filho, conhecido como Nelson Triunfo, um dos responsáveis por introduzir a cultura hip hop no Brasil. O arte educador, produtor cultural, músico e dançarino, que atua em diversos movimentos sociais, disse que a violência contra o negro na periferia não é um problema atual. “Isso vem acontecendo há muito tempo, só que de uma forma mais enrustida. Antes, não tinha tantos celulares para filmar”, disse.

No âmbito da educação, Edison Benedito Luiz, diretor do Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Ceabra), defendeu que o estado aprove uma lei de cotas para as universidades e institutos paulistas, assim como fez o governo federal. “É uma reivindicação antiga do movimento negro, para diminuição da desigualdade racial. O negro não ascende à faculdade em função de uma série de coisas que são fruto da escravidão. Esta é uma forma de ressarcir o negro do período da escravidão”, argumentou.

De acordo com Edson França, não basta oferecer vagas, por meio de cotas aos negros, é necessário também que se crie condições para que ele permaneça no ensino superior. “Nós precisamos garantir que esses jovens negros e pobres almocem, jantem, tenham condução, livros, passeiem, vão ao cinema, ao shopping, à praia. Isso o governo precisa fazer, as cotas não têm sido acompanhadas desse reforço.”

 

Capoeira, capoeira…

 

Durante a marcha, que passou pelo vão livre do Museu de Arte de São Paulo, alguns grupos jogaram capoeira, outros cantaram músicas em homenagem ao líder negro Zumbi dos Palmares. Representantes da religião umbanda também benzeram os participantes.

Por volta das 15h, os manifestantes tomaram duas faixas da Avenida Paulista e seguiram, embaixo de chuva e granizo, até o Teatro Municipal de São Paulo. “Terminou no teatro porque foi onde se iniciou o primeiro movimento negro, em 1974, o Movimento Negro Unificado (MNU)”, explicou França.

Fonte: Fernanda Cruz - Agência Brasil

20.11.2012 - 19h19 | Atualizado em 20.11.2012 - 20h15

Edição: Carolina Pimentel

  • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0

domingo, 11 de novembro de 2012

O vinte de novembro origens em Porto Alegre

ORIGENS DO VINTE DE NOVEMBRO

Comemorava-se o 13 de Maio, um grupo de jovens negros, em Porto Alegre Rio Grande do Sul no ano de 1 971 em plena ditadura militar reuniram-se na Rua da Praia formaram o Grupo Palmares. A reunião foi por volta de 20/07/1971 a proposta comemorar Palmares e a morte de seu líder Zumbi em oposição "liberdade" doada no dia 13 de maio de 1888, etc”

Oliveira Silveira

Uma entrevista com o saudoso poeta Oliveira Silveira

Oliveira Silveira em 2006  * 1941 + 2009

 

ORIGENS DO VINTE DE NOVEMBRO

"Assim, numa breve definição, a Consciência Negra é,
em essência, a percepção

pelo homem negro d a necessidade
de juntar forças com seus irmãos
em torno da causa de sua atuação –
a negritude de sua pele – e de agir
como um grupo, a fim de se

libertarem das correntes que os
prendem em uma servidão perpétua."
Bantu Steve Biko

por Oliveira Silveira, professor e integrante do Conselho Nacional de Promoção a Igualdade Racial (2004-2007)

Foram necessários 35 anos! E evidente há um relativismo nessa afirmação e... exclamação. são 35 anos do que se pode chamar de período contemporâneo da resistencia e das lutas negras no Brasil, quando já denominadas Movimento Negro - período contado a partir de 1971. Esse foi um ano demarcador através da primeira celebração nacional do Vinte de Novembro.

Novos tempos se iniciam desdobrando-se em três fases: 1971-78 - a virada histórica; 1978-88 -organização, ações políticas,, protestos, posicionamento estratégico...; e de 1988 rm diante - as conquistas mais concretas e palpáveis: presença na Constituição, espaços públicos desde Fundação Cultural Palmares à Seppir, reparações via ações afirmativas (cotas, reserva de vagas, programas e áreas como saúde e educação, bolsas de estudos como as do instituto Rio Branco),territorialidade negra, etc.

Foram necessários 35 anos de ação continuada para chegar a algum retorno significativo - muito significativo, aliás - ou para encaminhar outros, dando sequência ao trabalho resistente de gerações e gerações negras ao longo de cinco séculos. mas desde 35 anos com o Vinte de Novembro, fiquemos apenas com as origens.

Daquele treze a este vinte

A evocação do dia vinte de novembro como data negra foi lançada nacionalmente em 1971 pelo grupo Palmares, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O grupinho de negros se reunia costumeiramente em alguns fins de tarde na Rua da Praia (oficialmente dos Andradas) quase esquina com Marechal Floriano, em frente a casa Masson. Eram vários esses pontos de encontros, havendo às vezes algum deslocamento por alguma razão. Pontos negros.

Na roda, tendência à unanimidade.O Treze de maio não satisfazia,não havia por que comemorá-lo. A abolição só havia abolido no papel, a lei não determinara medidas concretas, práticas, palpáveis a favor do negro. E sem o Treze era preciso buscar outras datas, era preciso retomar a história do Brasil. Nas conversas , a república, o Reino, o Estado, o Quilombo dos Palmares (Angola Janga) foi o que logo despontou na vista d'olhos sobre os fatos históricos.

As fontes que levaram ao 20 de novembro de 1695 foram o fascículo Zumbi da série Grandes Personagens da nossa história, editora Abril Cultural, 1969, o livro O Quilombo dos Palmares, de Edson Carneiro (São Paulo: Editora Brasiliense, 1947 e, corroborando, a obra As guerras nos Palmares, do português Ernesto Ennes, ditado na coleção Brasiliana (São Paulo: companhia Editora Nacional, 1938).

Foram quatro participantes da primeira reunião, iniciadores da agremiação ainda sem nome: Antonio Carlos Cortes, Ilmo da Silva, Oliveira Silveira e Vilmar Nunes. Um quinto de nome Luiz Paulo, assistiu mas não quis fazer parte do trabalho. A idéia era um grupo cultural com espaços para estudos e artes, notadamente literatura e teatro. Afinal estavam bem presentes e atuantes os exemplos do Teatro Experimental do Negro, o TEN, e da militância de Abdias do Nascimento, exemplo do poéta Solano Trindade e do Teatro Popular Brasileiro. Era preciso conhecer mais a história, debater as questões raciais, sociais. Vinham do exteriorinstigações como socialismo versus capitalismo, negritude, independências africanas e movimentos negros estadunidenses. A reunião foi por volta de 20/07/1971 (e adotou-se esta como data inicial do grupo).

Já na próxima ou em alguma das reuniões seguintes, ingressou Nara Helena Medeiros Soares (falecida) e dois ou três meses adiante Anita Leocádia Prestes Abdad, ambas consideradas também fundadoras.

O local da primeira reunião foi a casa situada no número 303 da rua Tomás Flores, bairro Bom Fim. Era uma casa de professores: José Maria Vianna Rodrigues (falecido no ano anterior), Maria aracy dos Santos Rodrigues, Julieta Maria Rodrigues, Oliveira Silveira, a menina Naiara Rodrigues Silveira, futura docente, e a senhora Jovelina Godoy Santana, sem esse título mas guardiã de lições de vida (longa). Ali haviam sido corroborados os estudos do Vinte de Novembro, e de Palmares, com a leitura do livro de Ernesto Ennes, num esquecido e mal folhado exemplar cedido ainda em vida pelo professor josé Maria. Lembrado e retomado em momento oportuno, o volume passou a ser devidamente conhecido como valioso.

A segunda reunião e algumas das seguintes, foram em casa de Antônio Carlos Cortes e seus familiars, no prédio da Loteria estadual sito à Rua da Praia quase esquina com a José Manoel. Foi onde e quando o trabalho nascente recebeu o nome de Grupo Palmares.

A denominação Grupo Palmares nasceu do conjunto de participantes da segunda reunião devido as considerações de que Palmares parecia ser a passagem mais marcante da história do negro no Brasilao representar quase um século de luta e liberdade conquistada e sendo também um contraponto à "liberdade" doada no dia 13 de maio de 1888, etc. Outras propostas de nome praticamente não tiveram espaço.

Ao expor brevemente essas considerações já compartilhadas desde as reuniões informais do ponto da Rua da Praia, o componente que vinha estudando Palmares e tentando uma vista d'olhos sobre a história (Oliveira Silveira) - estudos impulsionados por aqueles encontros e diálogos - sugeriu a adoção e evocação do dia 20 de novembro, morte heróica de Zumbi e final de Palmares, justificando:

*não se sabia dia e mês em que começaram as fugas para os Palmares (lá por 1595);

*não havia data do nascimento de Zumbi ou outras do tipo marco inicial;

*Tiaradentes também era homenageado na data de morte, 21 de abril;

*A homenagem a Palmares em 20 de novembro foi incluida no grupo na programação elaborada para aquele ano e foi pocedida por duas outras - a Luiz Gama em setembro e a José do Patrocínio em outubro.

Primeiro vinte

A homenagem a Palmares ocorreu no dia 20 de novembro de 1971, um sábado à noite, no Clube Náutico Marcílio Dias, sociedade negra sita à avenida Praia de Belas nº 2300, bairro Menino Deus, em Porto Alegre. O Marcílio, fundado em 4/7/1949, foi um importante espaço físico, social e cultural perdido nos anos 80. público reduzido, conforme o esperado, mas considerado satisfatório.

"Zumbi, a homenagem dos negros do teatro" foi título da Folha da Tarde para a nota publicada no dia 17. E nessa época de ditadura, em que os militares eram chamados de gorilas, o teatro era muito visado. O grupo foi chamado à sede da Polícia Federal para, através de um de seus integrantes, apresentar a programação do ato e obter liberação da censura no dia 18.

A homenagem a Palmares em 20 de novembro de 1971 foi o primeiro ato evocativo dessa data que, sete anos mais tarde, passaria a ser referida como dia nacional da consciência negra.

Virada histórica e construção

A partir de meados de 1972 a formação do grupo contava com Antonia Mariza Carolino, Helena Vitória dos Santos Machado e Marli Carolino, além de Anita e Oliveira. Um dos principais locais de reunião passou a ser o bar da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS, que na época era URGS. Anita Leocádia Prestes Abad, que em 1973 já não estava mais no grupo. Helena Vitória dos Santos Machado e, a partir de 1976, Marisa Souza da Silva foram integrantes cuja participação contribuiu decisivamente para o ajuste do trabalho ao contexto das lutas sociais.

Uma cronologia pode demonstrar o esforço continuado, marcando o Vinte de Novembro,ano a ano até a sua total implantação no país.

1971 - Primeiro ato evocativo do Vinte de Novembro, a homenagem a Palmares em 20/11 no clube Náutico Marcílio Dias.

1972 – Sete páginas dedicadas a Palmares na revista ZH o jornal Zero Hora em 19/11. Histórico de Palmares, depoimento do grupo, redigido por Helena Vitória dos Santos Machado, poema de Solano Trindade com ilustração de Trindade Leal, um conto, capa e ilustração da artista plástica negra Magliani (Maria Lídia), além da ilustração de Batsow, imagens aproveitadas do fascículo Zumbi da Editora Abril e fotos. Material organizado e redigido pelo componente Oliveira e Editado por Juarez Fonseca, do Zero Hora.

1973 – de 6 a 20/11, exposição “três pintores negros” (Magliani J. Altair Paulo Chimendes), palestra de Décio Freitas e o espetáculo “Do carnaval ao quilombo” ( música e texto.

Local: Teatro de Câmara. Em treze de maio fora publicada no jornal do Brasil uma entrevista concedida pelo grupo Palmares. Segundo informações, uma síntese de matéria apareceu no jornal francês Lê Monde. Nesse e noutros anos, televisão e rádio ajudaram na difusão da proposta.

1974 – Divulgação de manifesto através do jornal do Brasil, em matéria assinada por Alexandre Garcia (repórter também na entrevista de 13/5/73). No texto, breve histórico de Palmares “e outros movimentos negros”e indicação de bibliografia. Maria Beatriz Nascimento (2002, p.48), atenta registrou.

1975 - Encontro do grupo Palmares e grupo Afro-Sul, de música e dança, no Clube de Cultura, associação judaica. A seguir em 10 e 16 de dezembro, foram realizadas em parceria com o clube duas palestras e Décio Freitas.

1976 – Lançamento do livreto “Mini-história do negro brasileiro”, na sociedade negra Nós os Democratas. Da tentativa de reformulação surgiu posteriormente “História do negro brasileiro:uma síntese”, um outro livreto editado pela prefeitura de Porto alegre, através da SMEC, em 1986, assinado por Anita Abade outros. Nesse ano em novembro, semanas do negro em Campinas-SP com o grupo Teatro Evolução e em São Paulo com o Cecan e o Cebac. No Rio de Janeiro, conferir ações do IPCN, por exemplo, entidade nova já atenta ao Vinte de Novembro.

Meses antes em 1976, o grupo Palmares recebeu a visita de Orlando Fernandes, vice presidente do IPCN, e Carlos Alberto Medeiros, vice-presidente de relações públicas. O vinte ganhava adesões.

1977 – Ato de Associação Satélite-Prontidão, sociedade negra, com exposição da minibiblioteca do Grupo Palmares e a presença do escritor negro paulista Oswaldo de Camargo, convidado especial. O grupo Nosso Teatro, depois Grupo Cultural Razão Negra, fez apresentação demonstrativa (não a caráter) de sua montagem para a dramatização de “Esperando o embaixador“, conto de Oswaldo.

Além de assinalar o Vinte de Novembro, o Grupo Palmares realizou outra atividades como visita, estudo e divulgação da Congada de Osório-RS em 1973, aproximação com sociedades negras (clubes) mural na sociedade 508 Nós os Democratas, interação e intercâmbio com outros grupos ou entidades... Motivado pelo exemplo de Porto Alegre foi criado em 4/8/1974 em Rosário do Sul – RS, o grupo Unionista Palmares – data de registro para a fundação ocorrida em 21/7. A partir de 20/11/2001º nome mudou para Grupo Palmares de Rosário do Sul.

A primeira fase do Grupo Palmares de Porto Alegre, encerrou em 3 de agosto de 1978. Viriam outras duas, mais adiante. Mas o Vinte de Novembro já estava implantado no país, já estava estabelecida a virada histórica e construído ao longo de sete anos um novo referencial para o povo negro e sua luta. Para o indivíduo negro, o homem ou mulher, sua auto-estima, sua identidade. Criança ou adulto. Novo referencial para o Brasil,com atenções até no exterior, verificadas mais tarde.

E o Vinte de Novembro logo receberia a adesão importante do MNUCDR com a denominação Dia Nacional da Consciência Negra. Receberia , na figura do rei e herói o Festival Comunitário Negro Zumbi (Feconezu), para cidades do Estado de São Paulo. E estava, através da imagem de Zumbi ou explicitamente, como data negra, no Grupo Tição (1977-1980), de Porto Alegre, em sua revista nº 1, de março de 1978; na seção afro-latina-América do jornal ou revista Versus em outubro de 1978, São Paulo; na literatura negra, em “Cadernos Negros” nº 1, São Paulo, o primeiro de uma grande série e com versos de Cuti, Eduardo de Oliveira e Jamu Minka falando em Zumbi, em Ele Semong e José Carlos Limeira juntos em “O arco-íris negro”, no Rio em 1978, ou em Abelardo Rodrigues de “Memória da noite”, no mesmo ano em São Paulo. O Vinte de Novembro e seu espírito já estavam muito bem incorporados à vida e à luta.

O espírito do Vinte

O historiador negro mineiro Marcos Antônio Cardoso (2002, p.47, 48, 66, 67) faz justiça ao Grupo Palmares e sua iniciativa de marcar o Vinte de Novembro, destacando a atuação do grupo no conjunto de ações do movimento negro ,objeto de sua preciosa disertação.

O grupo Palmares primou sempre por um detalhe: ser formado exclusivamente por negros. Com isso, a iniciativa, as idéias e a prática do Vinte se constituem em criação inequivocadamente negra, emergindo da própria comunidade negra e seguindo caminhos próprios, com suas próprias forças e fragilidades . A nominata consagra a importância do individual na composição de um grupo.

Grupo Palmares – Porto Alegre,Rio Grande do Sul, Brasil

Fases:1971ª 1978; GT Palmares do MNU e autônoma novamente, ambas na ´cada de 80. A partir de 1988 ou 1989 dilui-se em ramificações.

Iniciadores – Antonio Carlos Cortes,Ilmo da silva, Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Anita Leocádia Prestes Abad e Nara Helena Medeiros Soares.

Em novas formações – Antônia Mariza Carolino, Gilberto Alves Ramos, Helena Vitória dos Santos Machado, Margarida Maria Martimiano, Marisa Souza da Silva e Marli Carolino.

Registre-se ainda a passagem, pelo grupo, de Irene Santos, Leni Souza, Luiz Augusto, Luiz Carlos Ribeiro, Maria Conceição Lopes Fontoura, Otalício Rodrigues dos Santos, Rui Rodrigues Moraes e Vera Daisy Barcelos. Na segunda fase (GT Palmares MNU), Cees Santos. Na terceira (Autônoma, pós MNU ), Hilton Machado. Estiveram ligados de alguma formaao trabalho Luiz Mário Tavares da Rosa e Maria da Graça Lopes Fontoura , além de um grupo de estudantes de ensino médio, entre os quais Eliane Silva (Nany) e Aírton Duarte. O grupo Palmares contou, paralelamente, com o apoio de um cpirculo de colaboradores e simpatizantes negros. Aliados, em outro segmentos étnico-raciais, emprestaram também seu apoio, ocasionalmente.

O Grupo Palmares sempre valorizou e destacou Zumbi como herói nacional que é, mas preferiusempre centrar a evocação no coletivo: 20 de novembro - Palmares, o momento maior (slogan em cartaz e convite em 1973). Ou então: a homenagem a Palmares em 20 de novembro, dia da morte heróica de Zumbi. Afinal o Estado Negro foi uma criação coletiva da negrada.

O espírito do Vinte é negro, popular e se aninha junto à família negra: homem negro, mulher negra, criança negra. Continuidade étnico-racial com identidade cultural negra e poder político. Conjugadamente. Uma fórmula, três pricípios. No espírito do Vinte. Ou raça, cultura, poder - em três palavras.

Surgindo numa época em que eram internacionais as influências - da negritude antilhano-africana, das independências na África, do socialismo europeu e dos movimentos negros estadunidenses - o Vinte de Novembro, com todo seu potencial aglutinador, era e continua sendo motivação bem nacional. Afro-brasileira. Negra. Natural, portanto, que em seus 35 anos esteja contemplado numa agenda nacional montada sob liderança da ministra Matilde Ribeiro e coordenada pela Seppir, essa grande experiência, inédita e fecunda. Modelar, inspirando adoção de organismos similares em outros países com peculiariade local e criatividade própria de cada um deles. Mais: conduzindo internamente um processo importante, necessário e, por vocação, irreversível.Sinal de que a luta valeu e vale a pena. Sinal de que negros e negras, com adesão de aliados e aliadas construímos e vivemos simtempos novos e promissores no Brasil.

Referências bibliográficas

CARDOSO, Marcos Antônio. O movimento negro em Belo Horizonte : 1978 - 1998. Belo Horizonte: Mazza, Ed; 2002. 240 p.

SILVEIRA, Oliveira. Vinte de Novembro: história e conteúdo, , in SILVA, Ptronilha Beatriz Gonçalves e;

SILVERIO, Valter Roberto (Orgs) . Educação e Ações Afirmativas: Brasília-DF: Mec/Inep, 2003. 270 p.

Fonte http://mnudf.blogspot.com.br/2009/10/origens-do-vinte-de-novembro.html

Foto Internet

O que é um Quilombo"?

Definição de Quilombo

Quilombo é a comunidade formada pela fuga de negros, índios e brancos pobres do regime de trabalho forçado, alienado e desumano: escravidão.

Serra da Barriga Vista

Como forma de sobrevivência e resistência ao poderio Brasil-Colônia. Os negros se rebelavam e fugiam de seus senhores e do meio de vida exploratório em que viviam impostamente, formando comunidades em locais dentro das matas e sertões o mais longe possível dos centros econômicos. Posteriormente, o quilombo produzira uma imagem de terra prometida para os escravos ainda cativos. Era, segundo definição do rei de Portugal, respondendo ao Conselho Ultramarino em 02 de dezembro de 1740, “toda habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”. Estima-se que existam aproximadamente três mil comunidades no país, segundo a Seppir. A palavra quilombo é de origem Bantu (povos africanos que viviam na região hoje conhecida como Angola e África Ocidental), originalmente a palavra era utilizada para designar o lugar de pouso e paragens de viajantes e povos nômades. Foi aqui no Brasil que a palavra quilombo passou a ser empregada como definição de local de refúgio de negros escravizados.

Com o fim da escravidão muitas famílias negras continuaram a viver em áreas de quilombos preservando os costumes e a cultura de seus antepassados. Hoje essas famílias são denominadas “comunidades remanescentes de quilombos” e a maioria ainda lutam para garantir o direito de ter o título de posse de seus territórios.

O número de comunidades quilombolas existentes pelo Brasil ainda é impreciso, junto com o processo de titulação o governo está fazendo o processo de reconhecimento e catalogando as comunidades remanescentes de quilombos no país.

fonte:Redação Raízes

http://portalraizes.org/index.php?option=com_content&view=article&id=61:definicao-de-quilombo&catid=6:quilombos&Itemid=5

Qulombo dos Palmares – Serra da Barriga

 

SERRA DA BARRIGA – BERÇO DA LIBERDADE

Localizada na Zona da Mata alagoana na atual cidade de União dos Palmares, há 92 km de Maceió, nas margens do Rio Mundaú, acima do nível do mar mais de 500 metros, no então Planalto da Borborema, a SERRA DA BARRIGA antes chamada de Oiteiro da Barriga e Cerca Real dos Macacos, foi berço de liberdade de milhares de guerreiros quilombolas sublevados e determinados a viverem uma nova forma de vida, totalmente diferente da que queriam seus opressores, como povo escravizado e sem dignidade humana.

Serra da Barriga Vista

Vista da Serra da Barriga e arredores

Localizada na Zona da Mata alagoana na atual cidade de União dos Palmares, há 92 km de Maceió, nas margens do Rio Mundaú, acima do nível do mar mais de 500 metros, no então Planalto da Borborema, a SERRA DA BARRIGA antes chamada de Oiteiro da Barriga e Cerca Real dos Macacos, foi berço de liberdade de milhares de guerreiros quilombolas sublevados e determinados a viverem uma nova forma de vida, totalmente diferente da que queriam seus opressores, como povo escravizado e sem dignidade humana.

Habitaram primeiramente nos sítios e nas encostas da Serra da Barriga: A Princesa Banta – imbangala Aqualtune e seus filhos Ganga-Zumba, Ganga-Muiça, Ganga-Zona, bem como seu neto Andalaquituche irmão de Zumbi. Todos de descendência angolana da cultura Bantu dos jagas e imbangalas.

Fatos Históricos

 

1597

Fundação do Quilombo dos Palmares por Aqualtune, que posteriormente tornou a Serra da Barriga a Capital do Quilombo, servindo como residência oficial aos grandes chefes Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares, Sabendo-se que no decorrer dos tempos o Quilombo se descentralizou entre dezenas de mocambos espalhados por toda região da mata, onde cada um tinha seu comandante-em-chefe que juntos prestavam obediência ao grande chefe na Cerca Real dos Macacos, situada na Serra da Barriga.

1694

A Cerca Real foi destruída em 06 de fevereiro, após dois anos de intenso combate com os inimigos, que surpreenderam os quilombolas usando seis canhões, tipo de armamento pouco conhecido pelos palmarinos. Nesta época, residiam cerca de 5.000 (cinco mil) quilombolas, entre negros, índios e alguns brancos. Muitos foram degolados, alguns se jogaram no despenhadeiro, outros fugiram com Zumbi para a Serra Dois Irmãos entre as atuais cidades de Viçosa e Cajueiro, sendo que em média 500 (quinhentos) quilombolas foram capturados com vida.

1980

Em agosto deste ano, militantes do Movimento Negro local e nacional subiram à Serra pela primeira vez. Tal iniciativa transformou a história até os tempos de hoje. Um passo importante foi a criação do Memorial Zumbi, que tinha como objetivo primordial, recuperar a história do Quilombo dos Palmares e transformá-la em marco de luta no seio da Comunidade Negra Brasileira;

1985

Em novembro a Serra da Barriga é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN.
Foi caracterizada em novembro como Conjunto Histórico Paisagístico também pelo Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN;

1986

A Serra da Barriga foi inscrita no Livro de Tombamento Arqueológico, Etnográfico e Paisagísticodo Instituto do Patrimônio Histórico - Artístico Nacional – IPHAN;

1988

Foi reconhecida no mês de março como MONUMENTO NACIONAL através do Decreto 95.855.

1994/1995

300 anos de imortalidade de Zumbi dos Palmares
A Serra foi palco de visitações e peregrinações de milhares de pessoas advindas de todas as regiões do Brasil e vários países do Continente Africano, Europeu, Norte e Sul Americano. Neste Biênio, o Movimento Negro Local e Nacional articulou junto a Fundação Cultural Palmares dois grandes eventos em homenagem aos Guerreiros Quilombolas, pelos trezentos anos de ZUMBI.
A cidade de União dos Palmares foi visitada por mais de 10.000 (dez mil pessoas), cujos shows nos “20 de novembro” (Dia Nacional da Consciência Negra) propiciaram em plena praça pública apresentações de artistas nacionais e internacionais, a exemplo do Balé Africano de Angola KALANGO KILO, dentre outros.
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Em julho de 1995, um grupo de Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) em seu Encontro Nacional em Alagoas, chegara no “Trem da Liberdade” à cidade de União dos Palmares, trazendo seis vagões com centenas de militantes de todas as regiões brasileiras. Juntamente com os segmentos negros de Alagoas, subiram a pé a Serra da Barriga em plena madrugada, onde realizaram uma vigília ecumênica em homenagem aos guerreiros, a Zumbi dos Palmares e todos os seus ancestrais. Tal vigília tornou-se uma das mais belas homenagens haja vista na Serra da Barriga.
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20 de novembro de 1995 – Dia em que o presidente Fernando Henrique Cardoso visitou a Serra da Barriga e a cidade de União dos Palmares, acompanhado por alguns ministros, sendo um dos visitantes o Sr. Edson Arantes do Nascimento – Pelé. Na oportunidade foi anunciada a criação de um grupo de trabalho interministerial para discutir o resgate da memória de Zumbi.
Neste mesmo dia em Brasília o Movimento Negro realizou a Macha Nacional – Zumbi 300 anos, entregando ao então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso uma série de reivindicações em favor do povo negro brasileiro.

1996

No dia 21 de março (Dia Internacional pela Eliminação do Racismo), Zumbi dos Palmares foi considerado Herói Nacional Brasileiro, inscrito no livro do tombo.
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Neste mesmo ano, no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia para a Comunidade Católica, aconteceram pelo menos cinco (05) grandes Romarias da Terra, promovidas pelos segmentos: Comissão Pastoral da Terra – CPT; Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, Pastoral de Juventude do Meio Popular – PJMP; Agentes de Pastoral Negros – APNs, dezenas de paróquias e diversos outros movimentos. Durante tais romarias, em média 3.000 (três mil) participantes, subiam a pé a Serra desde o Sitio Recanto, entoando cantos e prestando homenagens aos mártires quilombolas, inclusive tirando seus calçados ao se aproximarem do Platô da Serra por entenderem ser ali um solo sagrado.

2000

Pela primeira vez as comemorações não aconteceram no Platô da Serra da Barriga, sendo para isso, erguida uma Vila Cenográfica no sopé da Serra em terras não tombadas, cujas comemorações marcaram profundamente os visitantes que se deslumbraram com um mega show em homenagem aos ancestrais da comunidade palmarina.

2003

20 de novembro – Visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Platô da Serra da Barriga, juntamente com alguns ministros e autoridades locais, onde foram assinados vários documentos e lançada a Política Nacional de Igualdade Racial;l;

2006

É apresentado pelo Instituto Magna Mater – Organização Não Governamental de Alagoas, o Projeto: Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que ao ser acatado pelo Ministério da Cultura, Fundação Cultural Palmares, Governo do Estado de Alagoas e Prefeitura Municipal de União dos Palmares, contemplou-se em forma de patrocínio pela Petrobrás e Ministério do Turismo.

2006

Em maio é aberto o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

Fonte: http://www.quilombodospalmares.com.br/index.php?sec=historia_serra_barriga

Imagens Web

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

AJUDE a Comunidade Indígena Guarani Mybia

 

A aldeia Tekoa Payau, está localizada próximo ao Pico do Jaraguá no município de São Paulo. Atualmente conta 125 famílias, com uma população de aproximadamente  650 índios, dos quais quase 400 são crianças.

Como a aldeia está localizada dentro de uma grande metrópole, muitos são os problemas relacionados a interferência branca em seus usos e costumes, além da absoluta carência de recursos naturais para subsistência da população.

Os recursos necessários à sua sobrevivência provém da venda de artesanato, da ajuda dos órgãos competentes e doações de grupos que se mobilizam para auxiliá-los.

BEM VINDOS À ALDEIA NOVA (ou aldeia pequena)!!!

Comunidade Indígena Guarani Mybia

A aldeia Tekoa Payau, está localizada próximo ao Pico do Jaraguá no município de São Paulo. Atualmente conta 125 famílias, com uma população de aproximadamente  650 índios, dos quais quase 400 são crianças.

Seu líder espiritual e social é o Cacique e Pajé Guirá-Pepó - José Fernandes, que orienta os destinos da aldeia, juntamente com um conselho representativo formado em sua maioria por anciões.

Como a aldeia está localizada dentro de uma grande metrópole, muitos são os problemas relacionados ainterferência branca em seus usos e costumes, além da absoluta carência de recursos naturais parasubsistência da população.

Os recursos necessários à sua sobrevivência provém da venda de artesanato, da ajuda dos órgãos competentes e doações de grupos que se mobilizam para auxiliá-los.

O papel do grupo independente “Amigos do Caminho” é auxiliar sem interferir...

A aldeia está localizada em local ermo e frio, e por isso necessita de doações de roupas, agasalhos ecobertores, para diminuir as dificuldades enfrentadas por sua população.

Contamos com você para ajudar-nos a

AQUECÊ-LOS NESTE INVERNO...

Amigos do Caminho

amigosdocaminho2005@gmail.com

 

Fonte: http://tekoapyau.zip.net/

Homenagem a Esmeraldo Tarquínio no próximo dia 12/11

Homenagem a Esmeraldo Tarquínio começa no próximo dia 12/11

Nascido em São Vicente SP, em 12 de abril de 1927, Esmeraldo Tarquínio Filho foi vereador e deputado estadual, além de advogado, despachante aduaneiro e jornalista. Eleito prefeito de Santos SP em 1968, com cerca de 45 mil votos, foi cassado pela ditadura militar antes de tomar posse. Faleceu em 10 de novembro de 1982, aos 55 anos, na condição de provável candidato à prefeitura da cidade.


Fonte: AssCom PMS

A programação comemorativa ao Dia Esmeraldo Tarquínio começará no próximo dia 12, data em que o ex-prefeito de Santos completaria 85 anos. Neste dia, às 9h30, haverá apresentação de coral formado por alunos da escola municipal Esmeraldo Tarquínio e de outras unidades de ensino, na escadaria do Paço Municipal, no Centro Histórico.

Na sequência, às 11h, será inaugurado mausoléu do homenageado no Cemitério do Paquetá. No dia 13, às 19h, as comemorações serão marcadas por sessão solene na Câmara Municipal (Praça Tenente Mauro Batista Miranda, 1, Vila Nova). No sábado (dia 14), às 9h, acontecerá a solenidade de abertura da Copa de Futsal Kids 'Prefeito Esmeraldo Tarquínio', no Gremetal, à Rua Paraná, 156, Vila Mathias.

 

Nascido em São Vicente, em 12 de abril de 1927, Esmeraldo Tarquínio Filho foi vereador e deputado estadual, além de advogado, despachante aduaneiro e jornalista. Eleito prefeito de Santos em 1968, com cerca de 45 mil votos, foi cassado pela ditadura militar antes de tomar posse. Faleceu em 10 de novembro de 1982, aos 55 anos, na condição de provável candidato à prefeitura da cidade.

 

O evento é uma realização do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Santos, com apoio da prefeitura, por meio da Secretaria de Defesa da Cidadania e Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e Étnica.

http://www.sindaport.com.br/noticia-interna.php?id=1279