quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A miséria é mundial…

Enquanto houver pobreza haverá escravidão…

Zambukaki

Bangladesh

Pela Demarcação das Terras Guarani-Kaiowá

PELA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS

Guarani Kaiowá no MS

DEFENDA ESSA IDÉIA!

 

Demarcação Garani

Liminar determinando saída dos

Guarani Kaiowá em MS é suspensa

Somos todos Guarani Kaiowa – Somos todos Zulmira

SUSPENSA SAÍDA dos Guarani Kaiowá VITÓRIA!

Liminar que determinava saída dos Guarani Kaiowá em MS é suspensa

AGORA É LUTAR PELA DEMARACAÇÃO

Início de uma vitória do Povo Guarani Kaiowá com a ajuda de todos que se envolveram e pressionaram o governo através das redes sociais e atos de apoio pelo Brasil todo.

Ministra Maria do Rosário participa de reunião do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Segundo informou por meio do Twitter a ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário,  o governo federal conseguiu suspender nesta terça-feira (30), a liminar que determinava a reintegração de posse da tribo indígena Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul.

“Acabamos de receber decisão judicial q suspende reintegração de posse do território dos Guarani Kaiowá. Recurso do Gov. Federal foi acatado!

Pelo Twitter, Maria do Rosário anuncia suspensão da retirada dos Guarani Kaiowá (Reprodução)

(sic)” , comemorou a ministra. Na sequência, ela complementou a informação. “De acordo com essa decisão, os indígenas ficam onde estão! Agora lutaremos p/agilizar o processo de estudos p/ demarcação desse território”.

Na tarde desta segunda, Maria do Rosário, que também preside o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) recebeu em Brasília uma comissão de representantes da comunidade indígena, junto aos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Luís Inácio Lucena Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU).

Os conflitos envolvendo a comunidade Guarani Kaiowá se intensificaram após decisão da Justiça Federal do Tribunal Regional da 3ª região (TRF-3) de São Paulo que determinou a reintegração de posse das terras reivindicadas pelos indígenas a fazendeiros locais. No dia 16 de outubro, o Ministério Público Federal em Dourados apresentou recurso no TRF 3 para reformar a decisão.

EBC-30.10.2012 -

http://www.ebc.com.br/cidadania/2012/10/liminar-que-determinava-saida-dos-guarani-kaiowa-em-ms-e-suspensa

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Coleção História Geral da África em português

 
Coleção em oito volumes disponível para download.
 
 
Coleção História Geral da África em português

Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.

Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.

Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb)

  • ISBN: 978-85-7652-123-5

Entrevista com Angela Davis 2009

 

Entre 21 e 23 de novembro de 2012 estará sendo realizado o Fórum Internacional 20 de novembro Recôncavo, Entre os palestrantes, Ângela Davis, integrante do “Panteras Negras” e do Partido Comunista dos Estados Unidos teve um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da história americana.

Angela Davis Colagem

 

Essa entrevista é de agosto de  2009 quando Angela esteve na Bahia - Brasil

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8 de agosto de 2009 – entrevista em “A TARDE”

 

“Quando Obama visitar o Brasil, vai aprender algumas lições”

“Aos 65 anos, Angela Davis continua a mostrar por que se tornou um ícone do movimento negro norte-americano nos anos 1970. Bastam minutos de conversa com a hoje pesquisadora e professora da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA), para perceber a sua facilidade em expor, numa linguagem clara, linhas de raciocínio complexo, fruto do aprofundamento que marca sua produção acadêmica. Um exemplo é quando explica a visão que tem do feminismo, para além do embate de gênero. A jovem ativista de outrora continua também a fascinar a juventude. Este segmento foi o público mais constante nas palestras que ela realizou, na última semana, em Salvador, como convidada da XII Edição da Fábrica de Ideias, programa anual sediado no Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/Ufba ). Coordenada pela doutora em sociologia Ângela Figueiredo e pelo doutor em antropologia Lívio Sansone, a Fábrica oferece treinamento para jovens pesquisadores em estudos étnicos. Angela Davis, inclusive, discorda de quem costuma apontar a juventude do mundo atual como apática, do ponto de vista político. Para ela, cada geração tem sua forma própria de atuação. “A minha postura é a de aprender com os jovens, porque sempre são eles que provocam as mudanças radicais”, afirma. Nesta entrevista concedida à repórter Cleidiana Ramos, com o auxílio da tradutora Raquel Luciana de Souza, Angela Davis falou, dentre outros assuntos, sobre as lições que o governo brasileiro pode oferecer a Barack Obama, em relação a uma política de maior aproximação com a África.

A TARDE – É a segunda vez que a senhora vem à Bahia. O que notou sobre a questão racial e de gênero aqui?
Angela Davis – O termo feminismo é ainda bastante contestado, como também é contestado nos EUA. Mas, eu descobri que há mulheres ativistas que estão fazendo um trabalho bastante semelhante. Então, nesse sentido, não faz diferença como uma pessoa se identifica. Tem mulheres que estão trabalhando nessas questões de violência contra a mulher, assistindo vítimas dessa violência e, ao mesmo tempo, pensando em formas de se erradicar um fenômeno que é uma pandemia por todo o mundo. São questões que eu acredito que perpassam as fronteiras nacionais. Acredito que ativistas nos EUA podem aprender muito com ativistas aqui do Brasil.

AT – Ao que a Sra. atribui a resistência ao termo feminismo?
AD- Há essa resistência ao termo feminismo porque pressupõe-se que se adotem posições vazias. Há posições antimasculinas, anti-homem. Quando feministas brancas formularam pela primeira vez essa noção de direitos das mulheres, elas estavam somente prestando atenção à questão de gênero e não prestavam atenção à questão de raça e de classe. E nesse processo elas racializaram gênero como branco e colocaram uma questão de classe como uma classe burguesa, mas as feministas negras argumentaram que você não pode considerar gênero sem considerar também a questão de raça, a questão de classe e a questão de sexualidade. Então isso significa que as mulheres têm de se comprometer a combater o racismo e lutar tanto em prol de mulheres como de homens.

AT – É uma visão bem diferente daquela que a maioria das pessoas tem sobre feminismo.
AD- O tipo de feminismo que eu abraço não é um feminismo divisivo. É um feminismo que busca a integração. Mas, como disse anteriormente, estou mais preocupada com o trabalho que as pessoas fazem e o resultado que alcançam do que se estas pessoas se denominam feministas ou não. Muito do trabalho histórico tem descoberto tradições e legados feministas de mulheres que nunca se denominaram feministas, mas nós as localizamos dentro de uma tradição feminista. Eu já vi trabalhos que falam sobre Lélia Gonzalez no Brasil denominando-a feminista e eu não sei se ela se considerava feminista. Tem também mulheres contemporâneas como Benedita da Silva. Eu não sei se ela se identifica como feminista.

AT- A senhora pensa em escrever algo sobre as suas impressões em relação à Bahia?
AD- Eu acho que sim. Mas eu teria de voltar aqui e passar um pouco mais de tempo fazendo uma pesquisa substantiva. Estou bastante impressionada com o ativismo das mulheres em Salvador e, em geral, aqui é um lugar maravilhoso.”

A entrevista está dividida em 3 partes.

http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?tag=panteras-negras

Colóquio Muniz Sodré - UFRJ

Colóquio Muniz Sodré debate política e cultura afro-brasileira

Muniz falará sobre Política e Cultura Afro-brasileira

25/10/2012 – quinta-feira

muniz sodre

Muniz Sodr é-  70 anos do jornalista, escritor e professor

Já estão agendadas as palestras do Colóquio Muniz Sodré para o último trimestre do ano que homenageia os 70 anos do jornalista, escritor e professor.   Na próxima quinta-feira, 25 de outubro, Muniz falará sobre Política e Cultura Afro-brasileira.  O encontro é aberto a estudantes de graduação, pós-graduação da UFRJ e de outras universidades, além de público em geral. Acontece no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM), das 13h às 15 horas. O evento é promovido pelo Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC) da UFRJ, que tem a coordenação geral da professora Raquel Paiva.

O Colóquio Muniz Sodré faz parte do Ano Muniz Sodré, iniciado em março e abril com uma semana depalestras e minicursos temáticos. Além da homenagem ao autor, os encontros são formas de compartilhar o acesso ao conhecimento de sua obra, envolvendo estudantes da pós-graduação e da graduação, da UFRJ de outras universidades e público em geral.

A programação também reabre o LECCturas, grupo de leitura, que  este ano é dedicado à obra de Muniz Sodré. A ideia é estabelecer diálogos do público discente da comunidade acadêmica com o pensamento do autor, bem como apresentar as principais temáticas do pesquisador consagrado no campo da comunicação e áreas afins. A programação completa será publicada no site do LECC: www.pos.eco.ufrj.br/lecc.

Sobre o Homenageado:

Muniz Sodré de Araújo Cabral, nascido em 12 de janeiro de 1942, no município de São Gonçalo dos Campos (BA), é o que se pode chamar de um genuíno pensador brasileiro. Autor de 36 livros, Sodré reúne em sua carreira extensa produção acadêmica nos campos da cultura e da Comunicação, o que o consagra como professor e pesquisador. Além disso, possui uma biografia política como jornalista-militante e o trabalho público-administrativo, como presidente da Biblioteca Nacional e diretor da TV Educativa. Sua obra contempla o campo da Comunicação, Literatura, Filosofia, Educação, e reflete as mais diversas temáticas em um conhecimento múltiplo, fruto de sua experiência acadêmica, somado ao aprendizado adquirido na vivência com mestres da sabedoria e da cultura popular.

Serviço:

Colóquio Muniz Sodré/Leccturas:

Política e Cultura Afro-brasileira

Data: 25/10/2012 – quinta-feira

Horário: das 13h às 15h.

Local: Auditório da Central de Produção Multimídia (CPM).

Av. Pasteur, 250 – fundos da ECO/UFRJ.

Quem quiser receber certificado pode se inscrever

Inscrições: semanamunizsodre@gmail.com.

Publicado em Domingo, 21 Outubro 2012 11:09

Fórum Internacional 20 de novembro Recôncavo

Fórum Internacional 20 de novembro ultrapassa fronteiras do Recôncavo

A edição deste ano de um dos mais importantes eventos da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) irá ultrapassar fronteiras brasileiras. Entre os dias 21 e 23 de novembro, o campus de Cruz das Almas, a 146 km de Salvador, será palco do Fórum Internacional 20 de Novembro, com convidados de várias nacionalidades debatendo política, relações raciais, sexualidade, gênero e direito à saúde.


Entre os palestrantes, Ângela Davis, integrante do Panteras Negras e do Partido Comunista dos Estados Unidos, personagem de um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da recente história americana; o pró-reitor de Políticas de Ações Afirmativas da Universidade de Washington, Luis Fraga, e; o presidente do Benin e da União Africana, Boni Yayi. Ângela irá participar da conferência de abertura, intitulada “raça, gênero, classe: uma tríade inseparável nas políticas de empoderamento das populações negra”, em 21 de novembro. O presidente do Benin, Yayi, falará sobre o Brasil na diáspora africana. Encerrando o encontro, Fraga discutirá a “equidade e excelência: conceitos complementares”.
O evento contará também com a presença de personalidades artísticas e referências na comunidade acadêmica nacional. A atriz Zezé Mota e o ator e bailarino Luis Miranda irão conversar sobre "O Cinema Negro ou O negro no Cinema". Já o tema “Racismo, Sexualidades e Diversidades” será apresentado pelos professores da UFRB, Osmundo Pinho e Ana Givigi, ao lado deles o professor da Universidad Nacional de Colômbia, Franklim Hernandez.
Para o Pró-Reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Educacionais (PROPAAE), Ronaldo Barros, o evento traz um conjunto de experiências novas, reflexões para pensar políticas públicas não só no Brasil, como também no mundo. “Este é um espaço de reconhecimento da luta do povo negro e de suas maiores lideranças”, afirma o pró-reitor. Em sua opinião, os dez anos de políticas afirmativas no Brasil é um dos temas centrais do Fórum, com a existência de várias mesas para debater o assunto.
A data que dá nome ao evento, Dia da Consciência Negra, é uma celebração da vida de Zumbi dos Palmares, personagem marcante da história brasileira na luta pelo fim do regime escravocrata que durou 358 anos. Formada por 84,3% de afrodescendentes autodeclarados, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) transformou a ocasião em um dos principais marcos do seu calendário. Na programação, o Fórum Internacional 20 de Novembroincluirá ainda o VI Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo.
Confira a programação parcial do evento.

Raça Etnias - Download

A série de fascículos Adolescentes e Jovens para a Educação entre Pares, do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), como o próprio nome indica, é destinada a adolescentes e jovens. Tem como objetivo auxiliá-los(as) no desenvolvimento de ações de formação para
promoção da saúde sexual e saúde reprodutiva, a partir do fortalecimento do debate e da participação juvenil.

Livro Adolescentes e Jovens para a Educação entre Pares em PDF Gratuíto

Com atividades de Oficinas

Oficina 1 - Preconceito e discriminação.................................................................17
Oficina 2 - Que Paí s é esse?...................................................................................22
Oficina 3 - A escola e a discriminação ..................................................................26
Oficina 4 - Diversidades e vulnerabilidades .........................................................34
Oficina 5 - Mídia e racismo ....................................................................................40
Oficina 6 - Desigualdades raciais e políticas de inclusão ..................................46

Seu propósito não é ser apenas mais um conjunto de fascículos, e sim trazer provocações e aprofundar o conhecimento que os(as) adolescentes e jovens têm a respeito de temas presentes em toda a sociedade, e que muitas vezes são tratados de maneira equivocada
ou com preconceitos. Ao mesmo tempo, deseja orientar o trabalho por meio de oficinas, debates e leituras. Pretende, também, provocar reflexões e instigar o diálogo sobre as temáticas do SPE dentro das escolas brasileiras.
Os temas fundamentais destes fascículos são dados pelos eixos de ação do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, que têm como objetivo central desenvolver estratégias de promoção dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos, de promoção da saúde, de
prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, do HIV e da aids, e da educação sobre álcool e outras drogas, com adolescentes e jovens escolares, por meio do desenvolvimento articulado de ações no âmbito das escolas e das unidades básicas de saúde.
O SPE é conduzido, no âmbito federal, pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde, em parceria com a UNESCO, o UNICEF e o UNFPA. Essas instituições constituem o Grupo de Trabalho Federal (GTF) que está encarregado da elaboração de diretrizes,
avaliação e monitoramento do Projeto.

RAÇAS E ETNIAS ADOLESCENTES E JOVENS PARA A  EDUCAÇÃO ENTRE PARES

LINK PARA DOWNLOAD: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_racas.pdf

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cotas Injustas

Injustiça para quem?

 

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff, nova lei de cotas evidencia a debilidade do ensino público básico no Brasil, mas representa um grande passo para a luta contra o preconceito racial no país

 

  • Aprovada pelo Senado no início deste mês e sancionada pela presidente Dilma Rousseff na tarde de quarta (19), nova lei de cotas (PLC 180/2008) passa a valer a partir de 2013. A medida que obriga todas as universidades e institutos tecnológicos federais a destinarem 50% de suas vagas a estudantes de escolas públicas e, dentro disso, 25% a candidatos pretos, pardos e índios; evidencia a debilidade do ensino básico no Brasil, mas representa um grande passo para a luta contra o preconceito racial no país.

    O texto começou a tramitar no Congresso no final dos anos 1990 e surgiu com intuito de reformular o sistema de ingresso universal, o vestibular. Mas oprojeto foi sendo modificado com o tempo: na alvorada dos anos 2000, quando o Estado começou a implementar políticas públicas a favor de ações afirmativas, as cotas sociais e raciais passaram a ser a principal bandeira. E não é à toa: o Censo Escolar 2010 realizado pelo IBGE aponta, por exemplo, que o Brasil tem 51,5 milhões de estudantes matriculados na educação básica, sendo 43,9 milhões, estudantes das redes públicas (85,4%). Do número total de alunos que frequentam o Ensino Médio, o Censo mostra que 50,9% deles são pretos ou pardos. No ensino superior público – que possui as mais conceituadas universidades do país - 87,4% dos estudantes são oriundos de escolas particulares. Pretos, pardos e índios variam conforme o estado.

    A historiadora Verena Alberti, coordenadora de documentação do CPDOC (FGV) e professora de História na Escola Alemã Corcovado (que fica no Rio de Janeiro), diz que é a favor das cotas raciais e sociais e explica que a aprovação da lei no Senado representa, sobretudo, uma reparação de uma injustiça histórica. “Agora que o Estado do Brasil é a favor da lei de cotas, está apresentando a responsabilidade de consertar o que estava errado. E muitas vezes a gente pensa que o que estava errado estava assim por herança da escravidão, como se fosse por inércia. Mas é importante ver que o Estado, depois de 1889, instituiu políticas diferenciando a população; estimulando a imigração, o embranquecimento. Nós nunca tivemos leis de segregação racial, mas tínhamos leis que proibiam manifestações afro-brasileiras, até a década de 1920, por exemplo”.

    Alberti, que coordenou um projeto sobre a história do movimento negro no Brasil com base em relatos orais, acredita que a adoção do sistema de cotas não vai enfraquecer o ensino superior brasileiro ou invalidar políticas de melhoria na educação básica pública e acrescenta: “O curioso é que somos orgulhosos da mistura cultural no Brasil, mas quando existe a mistura física, essa miscigenação não é tão valorizada. Continua havendo o preconceito racial. Ainda que raça seja um conceito biologicamente inexistente. Acho que há necessidade de pessoas se acostumarem que negros possam fazer parte das camadas médias da sociedade, porque enquanto isso não acontecer, pessoas vão continuar morrendo devido a crimes motivados por racismo”.  

    Senado aprova PLC 180/2008 em seção realizada no dia 7 de agosto

    Senado aprova PLC 180/2008 em seção realizada no dia 7 de agosto

    O relator do projeto aprovado na Casa, senador Paulo Paim (PT/RS) afirma que o sistema de cotas nacional vai fortalecer o ensino superior em seus dez anos de vigência. “Hoje, ficou comprovado pelas pesquisas que os cotistas têm, na maioria dos casos, notas iguais ou maiores do que os não cotistas nas universidades que já adotam o sistema de cotas [seja ele qual for]. Não tem nenhuma injustiça nisso”. A opinião de Paim não é a mesma do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o único que votou contra a aprovação do PLC na seção deste mês. Segundo ele, o projeto “impõe uma camisa de forças para todas as universidades brasileiras". Além de afetar a excelência do ensino e tirar a autonomia das reitorias acerca do modelo de ingresso.

    A voz das pesquisas

    Apesar da opinião radicalmente contrária apresentada pelo senador Nunes Ferreira, a sociedade parece ser a favor do sistema de cotas, em sua maioria: em pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2008, 51% dos entrevistados se disseram favoráveis às cotas raciais; quando a pergunta disse respeito às cotas sociais, 86% das pessoas apoiaram a medida. O apoio popular ganha mais força quando se analisa o desempenho de cotistas em universidades que já adotam alguns sistemas: alunos que entram na universidade por meio de cotas têm notas iguais ou até maiores do que os que utilizam o sistema universal. E os índices de evasão são praticamente os mesmos que os dos alunos não cotistas, se a universidade apresenta algum programa de apoio financeiro aos mais pobres.

    Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), referentes ao biênio 2005-2006, cotistas obtiveram maior média de rendimento em 31 dos 55 cursos  da Unicamp e coeficiente de rendimento (CR) igual ou superior aos de não-cotistas em 11 dos 16 cursos  da UFBA. Os números se repetem em outros casos, conforme alerta a pesquisa elaborada pelo professor Jacques Velloso, da Faculdade de Educação da UnB [disponível aqui].

    “O povo brasileiro não é contrário às políticas de ações afirmativas, nem na sua versão mais polêmica, o programa de cotas. Quem as rejeita são as classes médias e as elites, inclusive intelectuais e alguns veículos de comunicação”, afirma o historiador Petrônio Domingues, professor visitante da Rutgers University (EUA). “São necessárias ações concretas para se enfrentar o problema da exclusão do negro no Brasil, mais do que ‘boas intenções’, retórica política e debates acadêmicos”, acrescenta.

    A antropóloga Yvonne Maggie, professora titular da UFRJ, é contrária à nova lei, porque acha que o governo, dessa forma, quer resolver o problema “a custo zero”. Em artigo publicado em seu blog 'A vida como ela parece ser', Maggie explica que apenas a entrada obrigatória de alunos pobres no ensino público superior não garante seu sucesso, já que o sistema vai continuar não oferecendo o apoio necessário. “Temo por esses jovens mais despreparados. Terão um longo caminho pela frente e não será fácil percorrê-lo. Já são sobreviventes do ensino médio. Já passaram pelas agruras para obter o diploma do ensino básico, cumprindo uma grade de 12 disciplinas em média por ano. Na universidade enfrentarão obstáculos mais pesados. Não há no ensino superior nenhuma preocupação em formar os menos preparados e ajudá-los a adquirir a base necessária para cumprir o currículo enciclopédico que é a regra. Ninguém presta muito atenção, mas sabemos que os mais fracos vão ficando pelo caminho”.

    Imagem de divulgação do 'Novo ENEM'

    Imagem de divulgação do 'Novo ENEM'

    Diferentes sistemas

    Em 2001, o governo do Rio de Janeiro aprovou a leiestadual que instaurava o primeiro sistema de cotas em ensino superior do Brasil: Uerj e Uenf adotaram a medida já no vestibular de 2004. Foi neste ano, aliás, que a UnB anunciou seu próprio sistema de ações afirmativas, seguida da UFBA. Há poucos meses, em votação marcante, o STF declarou o sistema de cotas raciais como constitucional, o que abriu portas para que o PLC saísse de vez da gaveta e fosse levado adiante.

    Evandro Piza, professor da Faculdade de Direito da UnB e um dos responsáveis pela criação do sistema de cotas na UFPR, anuncia que é a favor da nova lei porque ela vai obrigar as universidades que não adotavam qualquer sistema de inclusão social ou racial a passar a fazê-lo, mas se diz crítico com relação a alguns pontos. “A lei em si tem vantagem – impõe políticas de ação afirmativa direto às universidade que foram inertes. Isso é necessário. Porque a universidade é pública. Agora, por outro lado, tem uma coisa que se esquece. O debate qualificado. Cada estado tem uma necessidade diferente, por isso, o debate precisa ser diferente”.

    Piza diz que na Universidade de Brasília, quando o sistema foi implantado, percebeu-se que muitos alunos que ingressavam no ensino superior da região vinham de escolas públicas. Mas se via pouca mistura racial nos corredores. Por conta disso, 20% das vagas dessa universidade são destinadas a pretos, pardos e índios. Na UFPR, o modelo adotado destina 20% das vagas à escola pública e 10% a cotas raciais. “Sou contra as cotas destinadas à escola pública. E isso não é um argumento elitista. Ali se faz um filtro que não funciona sempre. Não pega as pessoas que tiveram chances diminuídas no ensino público, porque só cobra três anos cursados na rede. Na minha opinião, o número de anos tinha que aumentar. Para seis, por exemplo”. Além disso, ele critica o sistema de declaração de renda explicitado na lei, porque é passível de fraude.

    Bem ou mal, a lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff manteve o veto ao artigo que dizia respeito ao ingresso de cotistas no ensino superior sem vestibular, por meio da análise do CR obtido ao longo do ensino médio. Ou seja, para ingressar nas universidades públicas brasileiras, que ainda representam o que há de melhor no ensino superior no país, só fazendo o vestibular e tirando boas notas. Independente da cor da pele ou classe social.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/injustica-para-quem-a

Alice Melo

24/8/2012

Fontes de literatura e história dos países de língua portuguesa

Memórias da África e do Oriente

Fontes sobre literatura e história dos países de língua portuguesa nem sempre são muito fáceis de encontrar, em grande parte porque as informações sobre esses países estão dispersas em bibliotecas ou centros de documentação pouco divulgados em nível global. O portal
Memórias de África e do Oriente é uma das iniciativas pioneiras para mudar essa realidade.

Atuando sob responsabilidade da Fundação Portugal-África, o portal abre espaço para uma biblioteca virtual reunindo registros bibliográficos de Portugal, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Macau. Também possui uma biblioteca digital , pela qual é possível ter acesso a diversas coleções históricas e contemporâneas desses países.

Faça uma visita em http://memoria-africa.ua.pt/Default.aspx para conferir.

Fifa pode proibir acarajé benefícia McDonald’s na Bahia

 

 

Fifa pode proibir acarajé para beneficiar McDonald’s na Bahia

 

Os torcedores que forem assistir aos jogos da Copa de 2014 na Arena Fonte Nova, em Salvador, poderão ficar proibidos de comprar o tradicional acarajé. A venda do quitute poderá ser proibida em um perímetro de até dois quilômetros ao redor do estádio por causa da Fifa, que recomenda que esse tipo de comércio ambulante seja afastado da região para evitar concorrência com os hambúrgueres produzidos pela rede McDonald’s, patrocinadora da entidade.

 

 

 

Teoria da evolução do McDonald´s


O bolinho de acarajé é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial e é um produto característico do comércio ambulante.
"Até agora ninguém me chamou para conversar sobre a situação das baianas", reclama a presidenta da Associação das Baianas de Acarajé e Vendedoras de Mingau (Abam), Rita Maria Ventura dos Santos.
Ela classifica como absurda a hipótese de não haver baianas vendendo acarajé na Fonte Nova. "Eram oito baianas lá dentro que tiveram que sair devido à obra. Agora que está tudo novo vão retirar as baianas? Todas tinham carteira", conta Rita dos Santos.
A presidenta da Abam ainda reclama de atraso nos cursos de preparação. Segundo ela, o Sebrae programou a formação de 300 baianas para o serviço de receptivo, mas calcula que, mesmo com a abertura de nova turma em 29 de outubro, este número não será alcançado.
De acordo com ela, a Secretaria Estadual do Turismo (Setur) inscreveria outras cinquenta para curso de formação realizado pelo Ministério do Turismo. "Mas não há previsão", lamenta.
Há a ideia de que os acarajés sejam levados já fritos para o estádio e aquecidos em fornos de micro-ondas - esta prática já ocorre no Estádio Manoel Barradas, o Barradão, onde ocorrem jogos do Vitória.
"Alegam que há risco para os torcedores. Se for assim, era proibido venda de acarajé no Carnaval. Nunca soube de ninguém queimado com azeite nestas festas", diz a presidente da Abam. No Estádio Roberto Santos, mais conhecido como Pituaçu, com mando de campo do Bahia, a venda é permitida.
A Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 (Secopa) informa que não há certeza sobre o local onde as baianas ficarão durante os jogos. "Mas elas serão contempladas", diz a chefe de gabinete da Secopa, Liliam Pitanga, que não assegurou se este local será dentro do estádio.
Ela disse que a Fifa também participa da discussão. "Mas ainda não há informações concretas". A chefe de gabinete garante que cursos estão sendo oferecidos para as baianas e outras categorias, como os taxistas.
De acordo com Liliam Pitanga, no final de setembro, cinco mil pessoas foram inscritas em cursos de inglês, espanhol e língua brasileira de sinais (Libras). A Setur informou, via assessoria de comunicação, que vai realizar cursos de capacitação para atender as baianas de acarajé.
A reportagem entrou em contato, ontem, com o Comitê Organizador Local da Copa (COL), mas não houve posicionamento sobre a venda do acarajé nos estádios até o fechamento da edição.
A reportagem fez o primeiro contato às 14h30 e foi solicitado pelo COL o envio de um e-mail com as perguntas. Às 18 horas, a reportagem recebeu do COL e-mail informando que aguardava resposta do marketing da Fifa, sediado em Zurique, Suíça.
Às 18h08, o COL comunicou que não seria possível ter resposta da Fifa no mesmo dia devido ao fuso horário com cinco horas de diferença.
Fonte: Imirante Esporte
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

4 DE OUTUBRO DE 2012 - 17H16

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=10&id_noticia=195528

Moral e Ética no Culto aos Orixás

 

Lançamento do livro Moral e Ética no Culto aos Orixás

20 de outubro (sab) – 14h – BP Raimundo de Menezes

São Miguel Paulista - 08021-000 São Paulo, SP

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Lançamento
Moral e Ética no Culto aos Orixás
Alan Geraldo Myleo e Márcio de Ogum - Scortecci Editora
Atendendo à diversas demandas reflexivas e informativas em relação sobre culto aos Orixás no Brasil, a obra trata do assunto partindo do ponto de vista das essências e significados morais e éticos que permeiam o culto. Em curtos, porém intensos, capítulos o livro aborda conceitos sobre fé e razão, fatos históricos, simbologias, filosofia e comportamento que estão diretamente associados ao culto aos Orixás no Brasil. Desse modo a obra atende com sua temática à Lei 10.639 de 2003 que impõe o ensino de História e cultura afrobrasileira no currículo escolar, pois a religiosidade nunca se separou da cultura e do comportamento dos afrobrasileiros e da população em geral.

20 de outubro (sab) – 14h – BP Raimundo de Menezes

Endereço: Av. Nordestina, 780
São Miguel Paulista - 08021-000 São Paulo, SP
Tel.: 11 2297-4053

Festival A Cena Tá Preta - Bahia

 

Novembro mês da Consciência Negra

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A quarta edição do Festival A Cena Tá Preta, promovido pelo Bando de Teatro Olodum, Teatro Vila Velha e o Coletivo de Produtores do Subúrbio. Artistas e grupos culturais irão movimentar a programação em Salvador, entre os dias 09 e 18 de novembro de 2012. Selecionados 12 espetáculos nacionais e internacionais de teatro, dança ou música, além de dois textos teatrais inéditos para realização de leituras dramáticas.

Tema - A mostra visa à valorização da arte baseada na temática afro-brasileira, revelando a diversidade da estética negra, nas variadas linguagens artísticas. Além das apresentações e exibições de filmes, o Festival contará com debates e mesas redondas com pesquisadores. “O projeto vem se consolidando como espaço de visibilidade da performance negra e a ideia agora é expandir as fronteiras, trazendo grupos e artistas de outros países da diáspora africana para uma rica troca de experiências artísticas”, afirma Chica Carelli, uma das responsáveis pelo A Cena Tá Preta.

O projeto será realizado em convênio com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República / SEPPIR. Todas as apresentações serão gratuitas.

SERVIÇO

Informações: www.acenatapreta.com.br

Sugestão de fonte: Chica Carelli, atriz e diretora de teatro, cofundadora do Bando de Teatro Olodum. Contato: 71. 3083-4600

Informações: www.acenatapreta.com.br

ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA DA DIÁSPORA AFRICANA

 

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Autor: Nei Lopes

Obra que reúne, num único volume, uma significativa massa de informações multidiscilplinares sobre o universo da cultura africana e afrodescendentes. Traz ao conhecimento de um público amplo assuntos até agora restritos a especialistas e de difícil acesso ao público leigo. Os verbetes, em ordem alfabética, abrangem uma vasta área de conhecimentos, incluindo personalidades, fatos históricos, países, religiões, fauna, flora, festas, instituições, idiomas, etc

A 'Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana' é o resultado de longos anos de pesquisa minuciosa. Seguindo um rigoroso critério de pesquisa, o livro contém cerca de nove mil verbetes, abordando assuntos dos mais diversos - que vão de biografias a vestuário; de fatos históricos e contemporâneos a acidentes geográficos, flora e fauna; de festas e divertimentos a profissões e atividades. Reúne, assim, num único volume, uma gigantesca massa de informações ligadas à matriz cultural do mundo africano, tornando-as acessíveis a um público amplo.

Com nove mil verbetes, a obra, assinada por Nei Lopes , compositor e escritor, integrante do mundo do samba e militante da causa negra, é um trabalho inédito e pioneiro. Com isso, além de elevar a autoestima da população negra, a obra aparece como referência fundamental entre os modernos estudos sobre o continuum africano na diáspora.

Sambista de sucesso, militante da causa afrodescendente e intelectual com senso prático, Nei Lopes há muito tempo percebeu a carência de uma bibliografia popular brasileira sobre assuntos africanos. Sem vinculação acadêmica, mas autor de 14 livros publicados (mais 2 já no prelo), há cerca de 10 anos ele decidiu produzir uma obra de cunho enciclopédico que reunisse, em um único volume e em forma de dicionário, informações multidisciplinares sobre o universo das culturas africanas, afro-americanas e afro-brasileiras. O resultado dessa inquietação e de longos anos de trabalho é a “Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana”, lançada pela Selo Negro Edições. São nove mil verbetes, abordando assuntos dos mais diversos a partir do ponto de vista brasileiro — de biografias a vestuário; de fatos históricos e clip_image004contemporâneos a acidentes geográficos, flora e fauna; de festas e divertimentos a profissões e atividades.

Um dos grandes objetivos da Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, segundo o autor, é popularizar conhecimentos antes restritos a especialistas, num momento em que ocorrem no Brasil reformas de currículos escolares, em uma perspectiva mais afrocentrada. Nesse sentido, a obra vai muito além dos estereótipos frequentemente associados ao negro brasileiro — cuja participação na formação da cultura nacional é recorrentemente restrita às áreas do folclore, da música, da dança e da culinária. De acordo com Elisa Larkin Nascimento, pesquisadora e cofundadora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, “a Enciclopédia é um compêndio de informações complexas, aprofundadas e não divorciadas de seu contexto mais amplo, a matriz cultural do mundo africano”.

Outro alvo importante é a autoestima do negro. Para o autor, a Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana sinaliza um passo decisivo na reflexão para construção de uma autoestima positiva na emocionalidade do leitor afro-brasileiro. “São referências onde o leitor negro se localiza e se estrutura para construir a tão buscada e quase nunca atingida autoestima”, diz. Nei Lopes lembra que nas publicações disponíveis, o negro parece só ter interesse etnográfico. “Nessas obras, raramente figuram heróis, sábios, grandes homens. Para essas publicações, em geral, o vocábulo ‘negro’ define, no Brasil, mais uma categoria social, já que os ‘grandes homens’, quando afrodescendentes, são apenas ‘nascidos em lar humilde’ e quase nunca efetivamente ‘negros’”.

A paixão e o engajamento nas questões da negritude, independentemente de vínculos acadêmicos, fez com que Nei Lopes, estudioso e pesquisador nato, mergulhasse em um minucioso e rigoroso processo de pesquisa para produzir verbetes curtos e resumidos. A ótica desenvolvida dedica bastante ênfase às biografias de anônimos que fizeram ou fazem parte da história africana, como revolucionários, líderes religiosos e educadores. No que diz respeito à religião de origem africana, o autor procura fechar um círculo de informações no tripé Brasil-Cuba-África.

http://leituranegra.blogspot.com.br/2008/05/enciclopdia-brasileira-da-dispora-negra.html

Aluno cotista ganha Prêmio

Prêmio Inventor a estudante mostra competência de alunos cotistas

Emily é bolsista do programa Permanecer da UFBA

Prêmio entregue no dia 18 de outubro pela Universidade Federal da Bahia UFBA

A aluna Emily Karle dos Santos Conceição, formanda da primeira turma de Farmacêuticos Generalistas da Universidade Federal da Bahia, é uma dos muitos estudantes cotistas responsáveis pelo sucesso a política de Ações Afirmativas implantadas pela UFBA há aproximadamente 10 anos.

 

 

A aluna Emily Karle dos Santos Conceição, formanda da primeira turma de Farmacêuticos Generalistas da Universidade Federal da Bahia, é uma dos muitos estudantes cotistas responsáveis pelo sucesso a política de Ações Afirmativas implantadas pela UFBA há aproximadamente 10 anos. Ela integra o grupo de inventores que a Universidade premiará nesta quinta-feira (18 de outubro), durante solenidade às 19h30 no Salão Nobre do Palácio da Reitoria, na quarta edição do Prêmio Inventor: UFBA Homenageia Seus Inventores. O prêmio atribuído a Emily Karle, pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação, através do Núcleo de Inovação Tecnológica e da Coordenadoria de Inovação, corresponde ao depósito da patente intitulada "Uso da Amêndoa de Bombacopis retusa, como potencial matéria-prima para fins alimentícios, cosmético, farmacêutico e de obtenção de biodiesel, realizado em 2011.

Técnica em Processos Industriais com Ênfase em Química, Emily Karle concluirá seu curso na UFBA em abril de 2013 e atualmente realiza estágio recebendo bolsa do programa Permanecer, no Instituto de Saúde Coletiva (ISC), integrante do projeto de pesquisa em Análise Situacional da Vigilância Sanitária nas Farmácias e Drogarias do Distrito Sanitário da Liberdade em Salvador e do Projeto de Extensão Projeto Integração SUS-Liberdade - Componente de Vigilância Sanitária. No período de 2008 a 2011 ela cumpriu o programa de Iniciação Científica no Laboratório de Pescado e Cromatografia Aplicada (Lapesca), na Faculdade de Farmácia, e entre 2011 e 2012 foi integrante do Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde da Família), projeto previsto no Programa Mais Saúde - Direito de Todos, do Mistério da Saúde. Em 2009 a estudante integrou a equipe vencedora da Etapa Nordeste do Prêmio Técnico Empreendedor, promovido pelo Sebrae, com o projeto Produção de Biofilme a partir da glicerina oriunda da produção de biodiesel".

https://www.ufba.br/noticias/premia%C3%A7%C3%A3o-de-estudante-mostra-compet%C3%AAncia-de-alunos-cotistas

Simulação de venda de escravos

Fato ocorrido em 13 de abril, 2011 -Norfolk, Virgínia (EUA), traz a discussão o legado do sistema escravista.

 

“Venda’ de alunos negros em simulação de leilão de escravos causa polêmica nos EUA”

 

Pintura representando Abraham Lincoln após a vitória na Guerra Civil e a libertação de escravos nos EUA

Aula visava ilustrar papel da escravidão na Guerra Civil dos EUA

'Uma professora em Norfolk, Virgínia (EUA), causou polêmica ao simular um “leilão de escravos” em uma escola americana, numa aula comemorativa aos 150 anos da Guerra Civil americana.

Segundo o Washington Post, a professora Jessica Boyle, que dá aulas para uma sala da 4ª série da escola Sewells Point, separou os alunos brancos dos negros e mestiços – estes últimos foram, então, “vendidos” para seus coleguinhas brancos.

A iniciativa despertou críticas dos pais dos alunos e forçou a escola a pedir desculpas, alegando que Boyle estava bem intencionada, mas agiu de forma “inapropriada”.

“A aula (sobre a Guerra Civil) poderia ter sido pensada com mais cuidado, para não ofender os estudantes ou colocá-los em uma situação desconfortável”, disse em comunicado a diretora da escola, Mary B. Wrushen.

Em entrevistas a uma TV local, alguns pais de alunos e moradores de Norfolk reclamaram do teor “ofensivo” da aula e de os alunos “vendidos” terem sido tratados como “animais”.

Uma mãe, no entanto, defendeu Boyle, por acreditar que a professora só estava tentando “demonstrar” o papel desempenhado pela escravidão como um estopim da Guerra Civil. “Acho que ela não estava tentando ferir (os sentimentos) de ninguém”, disse Tara Woodruff.

A professora, que trabalha na escola há seis anos, não comentou o caso.

A Guerra Civil (1861-1865) foi o confronto mais sangrento ocorrido em território americano, deixando centenas de milhares de mortos. A vitória dos Estados do norte sobre os do sul resultou na abolição da escravidão nos EUA.

Um caso parecido já havia acirrado os ânimos no Estado de Ohio, no mês passado, quando, segundo uma TV local, uma professora do ensino fundamental dividiu sua sala de aula entre escravos e senhores.”

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/04/110413_aula_escravidao_polemica_pai.shtml

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Um novo olhar sobre a origem e destino dos escravos

 

Projeto de brasileira lança novo olhar sobre origem e destino de escravos

Ana Alakija | Crédito da foto: Live Smart Videos

Descendende de escravos, Ana Alakija quer ampliar conhecimento sobre a escravatura

Uma jornalista radicada nos Estados Unidos se dedica, há mais de uma década, à missão de registrar e divulgar a história de vítimas da escravidão e o destino de seus descentes.

O objetivo de Ana Alakija, que é descendente de um clã de um antigo reino iorubá, o segundo maior grupo étnico nigeriano, é destacar aspectos pouco explorados pela ensino oficial de história.

“Peço licença aos meus antepassados africanos para quebrar a tradição de passar nossa história oralmente e apresentar suas memórias de forma mais concreta”, disse à BBC Brasil.

Desde 1997, a jornalista vem reunindo informações e documentos coletados no Brasil e também na África - especificamente em Lagos, na Nigéria - para onde um grupo de africanos e descendentes voltou após a abolição da escravatura.

O esforço resultou na produção de um documentário, um livro e uma série de exposições com fotos, documentos e artesanatos que ilustram a trajetória do grupo interconectado pelo Atlântico.

 

Escravidão no Brasil

Estima-se que metade dos cerca de 13 milhões de africanos capturados para servirem de escravos nas Américas tenham sido enviados para o Brasil.

Ana se concentra na história que não é ensinada nas escolas, mostrando as conquistas e as contribuições intelectuais, comerciais e políticas dos africanos à sociedade, antes e depois da escravatura.

Um número expressivo de vítimas, por exemplo, fazia parte da elite política e religiosa iorubá, e esses indivíduos foram vendidos como escravos porque eram prisioneiros de guerra. Isso representa uma perspectiva histórica diferente da ideia de servidão passiva dos escravos que é geralmente contada nas salas de aula, segundo a pesquisadora.

Muitos dos escravos brasileiros alforriados reconquistaram o status social de seus antepassados, tornando-se médicos, advogados, comerciantes, políticos e donos de propriedades, tanto na África quanto no Brasil.

Estima-se que metade dos 13 milhões de africanos capturados na África vieram ao Brasil.

Um exemplo do fenômeno é o destino da própria família Alakija, que conectou os dois continentes mesmo após a abolição da escravatura, em 1888.

“Meus bisavós eram vizinhos na África, mas só se conheceram no Brasil. Meu bisavô reconquistou seu título de nobreza e dinheiro quando voltou à Nigéria, estabelecendo lá uma plantação de algodão com o que aprendeu no Brasil”, disse Ana.

O avô da jornalista, Maxwell Alakija, visitou o Brasil na infância e se apaixonou pelo país. No início do século 20, o filho do próspero fazendeiro decidiu estudar advocacia em Salvador, que já contava com uma renomada faculdade de direito. Na Bahia, ele fez carreira como advogado e teve três filhos. O pai de Ana e sua irmã se dedicaram à medicina, e o irmão deles optou pela engenharia civil.

O objetivo da historiadora é que a preservação e divulgação do papel dos negros na África e nas Américas contribuam com a continuidade dos vínculos originalmente estabelecidos entre esses continentes. "Esse diálogo pode ajudar a criar um entendimento mútuo para os relacionamentos entre brancos e negros nas sociedades modernas e multiculturais”, disse Ana.

O projeto da jornalista é intitulado Memorial Alakija e já está programado para ser promovido nos próximos meses em eventos no Brasil, Nigéria, Estados Unidos e alguns países europeus. “Quero ter um sentimento de missão cumprida”, afirma Ana.

Ligia Hougland

De Washington para a BBC Brasil

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121011_brasileira_projeto_africa_brasil_lh.shtml

Rodas de Conversa – 5a. edição

Discussão: Dados a população negra como formadora majoritária da nova classe média.

Pesquisa que aponta população negra como maioria da classe média é tema de debate na SEPPIR

A 5ª edição da série Rodas de Conversa acontece em Brasília, no dia 25 de outubro, e será transmitida online

 

PARTICIPAÇÃO ONLINE.

O próximo encontro da série Rodas de Conversas, da Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), vai discutir dados Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), da Presidência da República, que apresentam a população negra como formadora majoritária da nova classe média.

O encontro acontece na terça-feira (25) a partir das 15h, no auditório térreo do Bloco A, da Esplanada dos Ministérios. Essa quinta edição terá como debatedores o subsecretário da SAE, Ricardo Paes de Barros, e Paula Montagner, Secretária Adjunta de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Para participar, cadastre-se através do email seppir.eventos2012@seppir.gov.br, enviando nome completo e telefone de contato. Também é possível assistir em tempo real e interagir via chat no link: www.aids.gov.br/mediacenter.

O público poderá se inscrever para fazer intervenções durante o encontro, e os internautas poderão interagir enviando perguntas e ponderações através do Chat no endereço www.aids.gov.br/mediacenter.

 

 

http://seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2012/10/pesquisa-que-aponta-populacao-negra-como-maioria-da-classe-media-e-tema-de-debate-na-seppir

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Debates sobre cotas na USP

USP terá debates sobre cotas


Conselho Universitáio (CO) delibera que serão organizados seminários para ampliar a discussão


O Conselho Universitário  aprovou em reunião que serão formadas comissões  ara a discussão do tema sobre as cotas na Universidade, com esforços  onjuntos da reitoria e das instituições. Para Adrian Fuentes, do Diretório Central dos Estudantes, a atitude de não propor votação simples pela adoção  as cotas foi estratégica. “Com certeza seria derrotada. É preciso amadurecer o debate primeiro”.
Luiz Carlos dos Santos, fundador e ex-coordenador do Núcleo de Consciência Negra, comemorou o fato, apontando que houve um sensível avanço no espaço concedido para o debate da pauta. Já para Adrian, a medida, apesar de boa, é  insuficiente, pois não há obrigação dos institutos em discutirem a questão. Havia  expectativa por parte da grande mídia a respeito de uma deliberação simples a respeito das cotas (sim ou não) e, desde o início da tarde, cerca de 50 manifestantes, entre alunos e membros de movimentos sociais se reuniram no  lado de fora da reitoria para pressionar o Conselho, com tambores, faixas e megafones.

Alunos fazem ato a favor da pauta das cotas no CO (Foto: Gabriel Roca)
A USP é acusada pelos movimentos favoráveis a adoção das cotas de ter  ”parado no tempo” nas questões de acesso à Universidade. Para o Frei David Raimundo dos Santos, diretor executivo da Educafro, o Conselho é “extremamente elitizado e não tem a humildade de olhar para as experiências positivas que ocorrem com políticas de inclusão social nas demais  universidades brasileiras”.
Estudos da UERJ e da Unicamp revelaram que alunos que entraram na  universidade por meio de ações afirmativas têm desempenho superior aos dos ingressantes pelos meios tradicionais em mais da metade das carreiras. De acordo com esses estudos, as dificuldades dos ingressos por cotas apareciam mais nas carreiras que envolviam as ciências exatas, por requererem maior  base trazida do ensino médio. A respeito da evasão, os movimentos pró-cotas também reivindicam uma bolsa permanência, para garantir condições da população negra e pobre se manter na universidade.
As partes contrárias a adoção das cotas na USP, por sua vez, alegam que o Inclusp, programa que concede bônus nas notas do vestibular de alunos vindos do ensino público, já cumpre seu papel. Para Sunao Sato, membro
do Conselho Universitário e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, as cotas são uma forma trivial de se resolver o problema. “É preciso atacar os problemas básicos de educação e moradia, por exemplo”. E completa. “Eu não nasci em berço de ouro. Também lutei para entrar na USP”. Apesar da posição contrária, Sunao elogiou os argumentos dos que defenderam a questão na reunião e afirmou que a promoção do debate é saudável.
No dia 26 de abril passado, o STF considerou, por unanimidade, que as cotas raciais nas universidades são um direito constitucional. Para Luiz Carlos dos Santos, a medida compensatória é emergencial e faz parte de um processo que diminuirá a desigualdade entre brancos e negros no Brasil, podendo ser extinta quando seus objetivos forem atingidos.
De acordo com matéria da BBC, a reserva de vagas para uma determinada etnia nos EUA é ilegal, podendo ser concedidas, em alguns estados, bonificações nos exames de ingresso à universidade. Na década de 70,
pessoas que entravam no ensino superior por ações afirmativas acabavam sendo excluídas do mercado de trabalho, sob a alegação que feriam a meritocracia. Desde 2006, estados como a Califórnia e Michigan proibiram
qualquer tipo de bonificação por questões étnicas, o que refletiu em vertiginosas quedas de negros e hispânicos nas universidades de ponta
desses estados.
por Gabriel Roca
04/10/2012
http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2012/10/usp-tera-debates-sobre-cotas/

Lei das cotas pode ser ampliada para Ciência sem Fronteiras


Lei das cotas pode ser ampliada para Ciência sem Fronteiras, diz ministro

Segundo Mercadante, lei será aplicada quando bolsista falar inglês.
Ministério deve lançar 'Inglês sem Fronteira' e exame de proficiência gratuito.

Notícias de 15/10/2012 indicam que poderá serem aceitas reinvindicações do Movimento Negro.

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Encontro no CNPq com EDUCAFRO 22 de abril 2012

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta segunda-feira (15/10) que a lei de cotas pode ser ampliada para o Ciências sem Fronteiras. O programa prevê concessão de 101 mil bolsas para estudantes brasileiros em universidades do exterior até 2014.
De acordo com Mercadante, as cotas devem ser aplicadas quando o bolsista atingir proficiência em inglês ou em outra língua.

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Encontro no CNPq com EDUCAFRO 22/4/2012 onde foram discutidas as COTAS PARA O CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS
“Existe a possibilidade das cotas serem ampliadas para o Ciências sem Fronteiras. Dependendo da avaliação que a gente fizer de como [o programa] está se comportando. Os estudos preliminares são bem positivos", disse Mercadante.
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CNPq com EDUCAFRO 22/4/2012 onde foram discutidas as COTAS PARA O CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS
saiba mais
O governo federal publicou nesta segunda, no "Diário Oficial da União", o decreto que regulamenta a lei que garante a reserva de 50% das vagas nas universidades federais, em um prazo progressivo de até quatro anos, para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas. O critério de seleção será feito de acordo com o resultado dos estudantes no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
Mercadante informou ainda que o ministério vai lançar ainda neste ano o “Inglês sem Fronteiras”.
Educafro Brasilia 705 CNPq com EDUCAFRO 22/4/2012 onde foram discutidas as COTAS PARA O CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS
“Não adianta dizer que tem uma política de cotas, sem proficiência em inglês. Se não, só posso mandar para Portugal”, disse.
De acordo com o ministro, cerca de 150 mil alunos que tiraram mais de 600 pontos no Enem vão ser classificados pelo exame Test of English as a Foreign Language (Toefl), que será aplicado gratuitamente, de proficiência em inglês e poderão fazer curso presencial, ou semipresencial, de acordo com o desempenho.
O Toefl é um dos exames de proficiência em inglês mais conhecidos no Brasil e no mundo. Ele já foi administrado mais de 20 milhões de vezes desde sua criação, em 1964. O Toefl é desenvolvido pela ETS, uma instituição sem fins lucrativos dos Estados Unidos dedicada à pesquisa e testes educacionais.

15/10/2012 20h14 http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/10/lei-das-cotas-pode-ser-ampliada-para-ciencia-sem-fronteiras-diz-ministro.html
Fotos Hugo Ferreira

Vereador eleito em Piracicaba ameaçado para não assumir cargo

“Vereadora travesti recebe ameaça de morte após eleição em Piracicaba, SP

A futura parlamentar suspeita de discriminação por ser homossexual.
Ocorrência foi registrada no 6º Distrito Policial, em Santa Teresinha.

Madalena experimenta terno que usará na posse como vereador de Piracicaba (Foto: Thomaz Fernandes/G1)

Vereadora eleita disse que foi ameaçada de morte
caso tome posse (Foto: Thomaz Fernandes/G1)

A primeira travesti eleita vereadora em Piracicaba (SP) registrou, nesta terça-feira (16), boletim de ocorrência por estar recebendo ameaças de morte desde que venceu as eleições. Madalena (PSDB), cujo nome de batismo é Luis Antônio Leite, disse que recebeu ligações de um desconhecido que ameaça matá-la caso tome posse na Câmara. A futura parlamentar recorreu ao departamento jurídico do Legislativo, que a orientou a prestar queixa.

Os telefonemas à casa de Madalena são diários. "A pessoa me diz coisas horríveis, diz que se eu assumir vai me matar no primeiro de janeiro", disse. O assessor jurídico da Câmara, Robson Soares, acompanhou a política até o 6º Distrito Policial de Piracicaba e afirmou que, pelo conteúdo das ameaças, tudo indica que houve preconceito em função da orientação sexual de Madalena.

"A pessoa que liga diz que ela não merece ter sido votada por ser homossexual, que ela não pode assumir o cargo em 1º de janeiro e faz ofensas. A ligação era no telefone residencial, então a Madalena não sabia quem era. Agora ela já colocou um identificador de chamadas e estamos atentos em caso de uma nova ligação. O autor pode ser um adversário ou alguém mal intencionado do próprio partido", disse Soares.

Madalena disse estar assustada com a série de ameaças e relatou ter sido fotografada por uma pessoa que estava em um carro desconhecido nesta semana na Rua Governador Pedro de Toledo, no Centro de Piracicaba. "Eu estava conversando com uma amiga minha quando um carro preto parou e o motorista tirou uma foto nossa. Eu me virei pra ver quem era, mas o carro já havia acelerado", completou a vereadora eleita.

http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2012/10/vereadora-travesti-recebe-ameaca-de-morte-apos-eleicao-em-piracicaba-sp.html

COTAS sem reserva de vagas, USP fará SEMINÁRIO

USP decide promover debate sobre inclusão social e cotas nas unidades

Conselho Universitário se reuniu nesta terça-feira dia 25 para deliberar o assunto.
Em nota, reitoria afirma que vai promover um grande seminário.

Estudantes da USP fazem manifestação a favor de cotas sociais e raciais na universidade (Foto: Ernesto Rodrigues/AE)O Conselho Universitário da USP se reuniu nesta terça-feira (25), na sede da reitoria da Universidade de São Paulo, para discutir, entre outras coisas, se adotaria ou não o sistema de cotas no vestibular da Fuvest. Após mais de três horas de reunião, ficou decidido que a universidade vai promover o debate sobre o tema em cada uma de suas unidades de ensino (faculdades e institutos). Por enquanto, nada muda. A USP vai seguir sem reserva de vagas para estudantes cotistas.
Em nota divulgada no início desta noite, a reitoria da USP afirmou: "Como resultado da ampla discussão sobre o tema “Inclusão Social / Cotas”, que fez parte da pauta da sessão do Conselho Universitário,dentre as sugestões apresentadas pelos conselheiros e pelos convidados externos presentes à reunião, houve consenso quanto à promoção de amplo debate sobre inclusão social na USP nos Órgãos Centrais e nas Unidades de Ensino e Pesquisa, bem como a realização de um grande seminário, em que a questão da inclusão social será discutida com maior profundidade e detalhamento junto à comunidade universitária". Ainda não há datas de quando os novos debates serão promovidos.
Estudantes da USP fazem manifestação a favor de cotas sociais e raciais na universidade
A reuniãou levou um grupo de estudantes favoráveis à adoção das cotas a promover um manifesto na frente da sede da reitoria da USP. A universidade não tem sistema de cotas raciais ou sociais que garantiria uma porcentagem das vagas para estudantes cotistas. A USP, por sua vez, dá bônus para candidatos vindos da rede pública pelo Programa de Inclusão Social (Inclusp). Neste ano, 28% dos novos alunos vieram de escolas públicas.
Foi a primeira vez que o Conselho Universitário (composto por representantes das unidades da USP, de professores, funcionários e alunos) debateu o tema desde a criação do Inclusp, em 2005. Em maio deste ano, a Faculdade de Direito da USP aprovou o encaminhamento de uma recomendação para que a USP adote o sistema de cotas raciais. O colegiado, que é o órgão máximo da tradicional faculdade do Largo São Francisco, considera o programa de bônus para estudantes de escolas públicas insuficiente para permitir o acesso de estudantes de negros e de baixa renda a cursos mais concorridos como direito e medicina, por exemplo.
Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela constitucionalidade do sistema de cotas raciais aplicados por outras instituições, como a Universidade de Brasília e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e estendeu a decisão para todo o país.
Há pouco menos de um mês, a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que destina 50% das vagas em universidades federais para estudantes oriundos de escolas públicas. De acordo com a lei, metade das vagas oferecidas serão de ampla concorrência, já a outra metade será reservada por critério de cor, rede de ensino e renda familiar. As universidades terão quatro anos para se adaptarem à lei. Atualmente, não existe cota social em 27 das 59 universidades federais. Além disso, apenas 25 delas possuem reserva de vagas ou sistema de bonificação para estudantes negros, pardos e indígenas.
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/09/usp-decide-promover-debate-sobre-inclusao-social-e-cotas-nas-unidades.html

Cemitério dos Pretos Novos Rio de Janeiro

 

Um genocídio acidentalmente descoberto e vergonhosamente recordado.

 

Vídeo sobre a descoberta do sítio arqueológico onde eram enterrados africanos que não resistiam a viagem entre a África e Brasil.

Em 1996, as obras de reforma em uma casa a cerca de 500 metros do local onde foi encontrado o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, foram a chave para a descoberta do espaço conhecido como Cemitério dos Pretos Novos. Nele, os negros que não resistiam ao deslocamento entre a África e o Brasil, no período colonial, eram enterrados em covas coletivas. Ainda é impossível determinar o número de pessoas enterradas no local.

Os ossos estão sendo analisados pela Universidade de Brasília (UnB) que identificará de que estes africanos se alimentavam, em que condições e onde viviam. No cemitério, também foram encontrados búzios, miçangas e anéis que serviam de amuletos de proteção. Para Tânia Andrade de Lima, arqueóloga responsável pelas escavações, as peças representam a última esperança daqueles negros que, além trazidos para uma terra estranha, eram violentados de todas as maneiras.

Segundo Tânia, diante desse cenário era preciso buscar formas de representar a resistência necessária para superar as agressões. As peças traduzem enorme diversidade de práticas mágico-religiosas além de crenças muito distintas. “Elas constituem a herança deles para seus descendentes e para a posteridade. Eles falam através desses objetos”, afirma a especialista.

Novas descobertas – Nas escavações do Cais do Valongo, os arqueólogos encontraram dois canhões, do início do século XVII, que podem ser os mais antigos do Brasil. Tânia e sua equipe esclarecem que a existência de uma bateria de canhões na orla, próxima ao Morro da Conceição, era desconhecida pela história. A descoberta surpreendeu aos historiadores militares que também buscam vestígios do comércio escravagista do século XIX na região.

Os canhões estão sob responsabilidade do Museu Nacional para estudos. Outros objetos do século XIX passarão por limpeza e processamento na instituição. Toda a equipe envolvida já reuniu material suficiente para remontar parte da história dos negros escravizados trazidos da África que eram vendidos no Cais do Valongo, por onde passaram mais de um milhão de escravos.
Etnias - No início do século XIX, mais de 70% dos escravos na cidade do Rio de Janeiro eram de origem africana.O comércio de escravos trouxe para o Brasil várias etnias distintas. A maioria era proveniente de vastas regiões da África Ocidental, Central e Oriental e predominavam os de origem Bantu, que falavm diversos idiomas como umbundo, o quimbundo, o kicongo, o nagô e o macua. Até 1700, os portos de Guiné e Congo eram os maiores exportadores de negros, enquanto que, durante o século XVIII, as embarcações saíam com mais frequência de Angola. A cidade de Luanda foi a maior exportadora de escravos para o Brasil. No Rio de Janeiro predominavam as principais etnias: Mina, Cabinda, Congo, Angola ( ou Luanda), Kassange, Benguela e Moçambique. Gabão, Anjico, Moange, Rebola, Kajenge, Cabundá, Quilimane, inhambane, Mucene e Mombaça eram menos numerosas.

Muitos desses grupos possuíam formas de identificação particulares. Alguns apresentavam cicatrizes faciais, enquanto outros costumavam limar e/ou entalhar os dentes.Num primeiro momento, os portugueses que colonizavam o Brasil, traziam as populações africanas para o país e submetiam-nas a um trabalho forçado e escravo nas minas de ouro. Desde sua captura até o desembarque no Brasil, os escravos experimentavam, no mínimo, um ano de cativeiro. Durante o transporte na travessia do Atlântico, a taxa de mortalidade era bastante alta chegando às vezes a quase 20% do total capturado no continente. Daí, a enorme necessidade de identificar os negros com marcas feitas a ferro quente para indicar seus proprietários. Recebiam na pele também o sinal da cruz como prova de terem sido de terem sido batizados no ritual católico. Muitos eram marcados após desembarcarem nos portos de destino eram remarcados.

Cronologia – O Cais do Valongo de 1811 foi encontrado há um ano quando funcionários da prefeitura carioca trabalhavam na revitalização da Zona Portuária para a Copa de 2014. Durante as escavações, foi encontrado além dele o Cais da Imperatriz, construído para receber Teresa Cristina, que se casaria com Dom Pedro II. Os tesouros arqueológicos estavam escondidos sob a Avenida Barão de Tefé há pelo menos um século.

O Cais da Imperatriz teria sido construído sobre o Cais do Valongo logo após a primeira lei contra o tráfico negreiro em 1831, com o objetivo de apagar a realidade de mercado escravagista do local considerado o maior porto de chegada de escravos do mundo. “Houve então o embelezamento do Cais para pôr fim aquela etapa da história”, explica Tânia. “O que passou a ser visto como uma vergonha foi desativado para que a princesa pudesse desembarcar em uma terra onde não existia o comércio de gente”, conclui.

http://africas.com.br/portal/esconder-e-esquecer-cemiterio-dos-pretos-novos-um-genocidio-acidentalmente-descoberto-e-vergonhosamente-recordado/

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Debate sobre adoção de cotas raciais na USP emperra na Justiça

 

Hédio Frei Colagem Cancelamento B

Uma audiência de conciliação entre a USP e entidades que defendem a reserva de vagas de ensino superior para negros, marcada para hoje, foi cancelada pelo Tribunal de Justiça após a universidade apresentar a possibilidade de realizar um seminário sobre o tema.

via Folha de SP - Educação

 

Definição da raça para acesso a cotas será somente por autodeclaração
Governo instala 'Estado racial', diz sociólogo
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As ONGs têm cinco dias para recorrer da decisão. O cancelamento foi determinado pelo desembargador Marrey Uint, da 3ª Câmara de Direito Público do TJ.

Desde 2004, a Educafro (Educação para Afrodescendentes e Carentes) e o Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) tentam pelas vias judiciais fazer com que a USP apresente um programa de cotas para afrodescendentes e pessoas carentes.

Na audiência marcada para hoje, as entidades pediriam a apresentação de um estudo para as cotas já para o vestibular de 2013. O mesmo desembargador que havia marcado a audiência, porém, aceitou o pedido da universidade e a desmarcou.

Ao ser questionada sobre o cancelamento da audiência, a USP informou que irá fazer um seminário sobre o tema dentro da universidade e que isso já foi discutido com as entidades que pedem a implementação de um sistema de cotas na instituição.

A USP dispõe de um sistema de inclusão de alunos carentes, chamado Inclusp (Programa de Inclusão Social), para estimular a entrada de estudantes egressos da escola pública, segundo a universidade.

Entre as medidas do sistema está o Pasusp, que concede a candidatos que cursaram os ensinos fundamental e médio na rede pública bônus de até 15% da nota.

O advogado das duas ONGs, Hédio Silva Júnior, ex-secretário estadual de Justiça (em 2005 e 2006), disse que a USP nunca apresentou um estudo que mostrasse a eficácia de seu sistema para beneficiar os negros e mais pobres.

"A USP tem mais alunos africanos do que negros brasileiros. O único professor negro da entidade também era africano e já se aposentou", afirmou Silva Júnior.

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1169794-debate-sobre-adocao-de-cotas-raciais-na-usp-emperra-na-justica.shtml

USP PEDE CANCELAMENTO DE AUDIÊNCIA

 

USP pede cancelamento de audiência sobre cotas, dizem ONGs

 
Hédio Frei Colagem Cancelamento B
Encontro com entidades do movimento negro estava marcada para esta 3ª-feira 16/10

O desembargador Marrey Uint, da 3.ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, cancelou audiência de conciliação entre a universidade e entidades do movimento negro para discutir a adoção de cotas raciais no vestibular da Fuvest. O encontro estava marcado para a tarde desta terça-feira, 16, no Palácio da Justiça, centro da capital.

Participariam da audiência o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e a Educafro. O objetivo era debater um sistema de reserva de vagas para negros e pobres já na seleção de alunos ingressantes em 2013. As ONGs dizem que a reunião foi desmarcada a pedido da USP.

"A USP não está preparada para o diálogo", afirma o diretor executivo da Educafro, Frei David dos Santos. "Vamos pedir a remarcação da audiência. Uma universidade pública não tem o direito de não conversar com a sociedade."

A reportagem ligou para a Assessoria de Imprensa da USP por volta das 20h desta segunda, 15, mas ninguém atendeu.

Em 2004 o CEERT e a Educafro moveram ação judicial contra a USP. "Como não podíamos usar a palavra cota, porque o debate sobre reserva de vagas ainda estava inconsistente, pedimos à USP a criação de um índice eliminador de injustiça social e educacional", diz o frei. O modelo previa a concessão de bônus no vestibular a "brancos pobres, pretos e indígenas".

A USP não tem sistema de cotas ou mesmo de bonificação para negros no vestibular. Ela mantém um programa de inclusão para estudantes da rede pública, o Inclusp, e o considera satisfatório.

No dia 25 de setembro, o Conselho Universitário (CO) decidiu criar uma comissão para organizar seminários sobre inclusão social nas unidades que compõem a USP. Os eventos visam a discutir com a comunidade acadêmica a possível adoção de cotas no vestibular.

O grupo será nomeado pelo reitor João Grandino Rodas e contará com a participação de professores e ativistas do movimento negro. Os seminários devem culminar com a realização de um evento no qual poderão ser aprovadas propostas de modelos de reservas de vagas. Os encontros não têm data prevista para começar.

Para o dirigente da Educafro, a decisão do CO foi "mais um ato irresponsável". "São 13 anos discutindo o assunto e a USP fazendo ouvido de mercador. Agora que viu que não tem alternativa, inventa que vai começar um debate. Isso é unicamente enrolação."

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,usp-pede-cancelamento-de-audiencia-sobre-cotas-dizem-ongs,945896,0.htm

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Lei de Cotas dívida do Brasil com jovens pobres

Dilma: Lei de Cotas contribui para saldar dívida do Brasil com jovens pobres

 

A presidente Dilma Rousseff disse hoje (15/10) que o decreto que determina a reserva de metade das vagas de universidades e institutos federais para alunos de escolas públicas, negros e índios contribui para saldar uma dívida histórica do Brasil com os jovens pobres. A regulamentação da chamada Lei de Cotas está publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União.

“Nosso objetivo, com essa lei, é ampliar o acesso às nossas universidades e aos nossos institutos federais para os jovens das escolas públicas, para os negros e para os índios. Essas universidades e os institutos estão entre os melhores do país e, muitas vezes, as pessoas vindas das escolas públicas têm dificuldade de ter acesso à universidade pública”, explicou Dilma.

No programa semanal Café com a Presidenta, ela destacou que as universidades e os institutos federais terão quatro anos para implantar a Lei de Cotas de forma integral, mas que os processos seletivos para matrículas em 2013 já precisam oferecer uma reserva de vagas de 12,5%. “É bom ressaltar que a lei vale para todos os cursos – inclusive, aos mais procurados, como medicina e engenharia, por exemplo”, disse.

Dilma lembrou que o Programa Universidade para Todos (ProUni) é outra possibilidade de acesso às universidades federais, pois oferece bolsas de estudo parciais e integrais a pessoas de baixa renda. Segundo ela, 1,1 milhão de estudantes no país já foram beneficiados pelo programa, que exige um bom desempenho do aluno no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Quem não for aprovado no ProUni, de acordo com a presidente, pode recorrer ao Programa de Financiamento Estudantil (Fies), que financia as mensalidades de faculdades particulares. Atualmente, 570 mil estudantes fazem cursos universitários em todo o país com o apoio do Fies, que também exige boas notas no Enem. “Quero dar um conselho para os quase 6 milhões de jovens que vão fazer as provas do Enem agora em novembro: que vocês peguem firme e estudem bastante, porque o Enem pode mudar a vida de vocês

Lei de Cotas nas universidades amplia acesso à educação

Lei de Cotas nas universidades vai ampliar acesso à educação, diz Dilma

Regra entra em vigor hoje e deve garantir 50% das vagas aos cotistas.
A presidente também falou de outros incentivos, como o Prouni e o Enem.

 

Do G1, em São Paulo

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (15), durante seu programa de rádio “Café com a presidenta”, que a Lei de Cotas – em vigor desde a manhã – vai melhorar o acesso à educação no país e “saldar uma dívida histórica do Brasil com nossos jovens mais pobres”. A lei tem foco nos estudantes de escolas públicas, negros e índios.

A partir do ano que vem, as universidades terão que destinar 12,5% das vagas para alunos cotistas – inclusive as instituições que utilizam as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como parte do processo seletivo. "A lei vale para todos os cursos, inclusive os mais procurados, como medicina e engenharia", disse Dilma.

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O objetivo, no entanto, é que essa porcentagem atinga 50% em quatro anos. "As universidades e os institutos federais vão ter que reservar metade das vagas, de todos os cursos, para os estudantes das escolas públicas, levando em conta ainda a renda da família e a cor ou raça do estudante", disse Dilma. Para ter acesso às cotas, os estudantes serão submetidos a testes seletivos.

"Estamos democratizando o acesso às universidades sem abrir mão do mérito e do esforço de cada aluno", falou.

Além da Lei de Cotas, a presidente Dilma Rousseff citou vários programas ligados à educação que, segundo ela, garantem um maior acesso ao ensino no país.

Dilma falou sobre o Prouni (Programa Universidade para Todos) que já beneficiou 1,1 milhão de estudantes do país, de acordo com a presidente. Ela também falou sobre do Fundo deFinanciamento Estudantil, que dá crédito ao estudante para pagar a graduação e garante um período prolongado além da conclusão do curso para quitar o valor. Segundo a presidente, 570 mil jovens fazem cursos universitários com algum apoio do Fies.

Sobre o Enem, adotado por algumas universidades federais como processo seletivo para todos ou parte de seus cursos, a presidente lembrou os estudantes de se esforçarem na preparação para as provas. "Eu quero dar um conselho para os quase 6 milhões de jovens que vão fazer as provas do Enem agora em novembro: que vocês peguem firme e estudem bastante, porque o Enem pode mudar a vida de vocês."

Além de ser usado nos vestibulares, o Enem é critério de acesso ao Programa Ciência sem Fronteiras, que dá bolsas para estudo no exterior, segundo a presidente.

Dilma parabenizou os profissionais da educação pelo dia dos professores. “A vitória de cada aluno é também de vocês”, disse a presidente.

http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/10/lei-de-cotas-nas-universidades-vai-ampliar-acesso-educacao-diz-dilma.html

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

América “descobrimento” o encobrimento da verdade.

 

A Conquista da América é filha de “grandes esperanças de lucro” (Cristóvão Colombo)

12 de outubro data em que Colombo chegava as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e mais tarde a costa do Golfo do México na América Central.

 

Provável retrato de Colombo em pormenor de "Virgen de los Navegantes" pintado por Alejo Fernández entre 1500 e 1536, atualmente na "Sala de los Almirantes", no Reales Alcázares de Sevilla

Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 — Valladolid, 20 de Maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos deEspanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objectivo de atingir a Índia.

 

Para se relembrar:

 

 

“Brasil 500 anos: do "descobrimento" ao "encobrimento" da alteridade do outro "(parte 1).

 

 

 

1. Brasil: 500 anos de quê?

2. O encobrimento do outro

3. A dominação européia: "em nome de deus"

4. O mito do "ego" moderno

5. 500 anos de exploração

6. A continuidade do colonialismo

7. Bibliografia

I - BRASIL: 500 ANOS DE QUÊ?

Ao celebrar os 500 anos do "descobrimento" do Brasil, chegada do homem europeu ao "novo" mundo, julga-se oportuno refletir sobre o que foi considerado o "mito" da modernidade, ou seja: a supremacia da razão instrumental moderna (européia), sobre o "outro", atrasado, diferente, desconhecido e por isso considerado bárbaro (índio, nativo).

Pretende-se, a seguir, apresentar algumas idéias sobre a temática "Brasil 500 anos", onde a dominação cultural (histórica e filosófica), religiosa e política aparecerão implícitas. Tais argumentos seguem a fundamentação teórica de Beozzo, Dussel, Las Casas, Leon-Portilla e Todorov. Celebração significa festejar, comemorar; quem festeja e comemora ao mesmo tempo recorda, recordar é trazer à memória. Por isso pergunta-se: vamos celebrar (trazer à memória) 500 anos de que?

1.1. O encobrimento do outro

A História Oficial brasileira sempre foi contada pelos vencedores, nunca pelos derrotados. Preocupou-se com heróis da classe poderosa, nomes importantes da mesma classe, datas a decorar, fatos que não refletiram e não refletem a verdadeira realidade do povo que foi, e ainda é, massacrado. Frente a isso, é possível celebrar e festejar os 500 anos do "descobrimento" do Brasil?

A História brasileira é uma farsa que deve ser desvelada, porque omite a verdade dos fatos. Além do mais, compactuar com o "descobrimento" do Brasil é aceitar e justificar a dominação do homem europeu, que chegou por estas terras com a intenção de dominar e enriquecer, e omitir que, antes de 1500, já existia uma civilização milenar vivendo por aqui, com quarenta mil anos de história dos povos indígenas. Abordar os 500 anos, nada mais é do que seguir um caminho que nos leva até à Europa, à história medieval, ao direito romano, à filosofia grega e à Bíblia.

O encontro das duas culturas (européia x nativa das américas) foi o confronto trágico de duas forças em que uma pereceu necessariamente, um encontro nada amigável de duas civilizações: uma considerada "desenvolvida" (a européia), por conhecer certas tecnologias (a irrigação, o ferro e o cavalo) versus a nativa (desconhecida, por isso "bárbara"), ensimesmada com a natureza, com uma religião diferente (divindades da natureza: panteísta, a Lua, o Sol, as estrelas...), com uma organização política (império maia, asteca, inca), uma filosofia e uma cultura milenar. "Índio" foi o nome dado pelos europeus ao se confrontarem com o "outro" (habitantes das terras meridionais), e quem deu o nome acabou se apossando, ficando dono.

Bartolomeu de Las Casas nos relata as atrocidades cometidas pelos conquistadores europeus contra os habitantes destas terras, seguindo, assim, a lógica da mentalidade renascentista sustentada na supremacia da razão instrumental: "Os espanhóis, com seus cavalos, suas espadas e lanças, começaram a praticar crueldades estranhas; entravam nas vilas, burgos e aldeias, não poupando nem as crianças e os homens velhos, nem as mulheres grávidas e parturientes e lhes abriam o ventre e as faziam em pedaços como se estivessem golpeando cordeiros fechados em seu redil. Faziam apostas sobre quem, de um só golpe de espada, fenderia e abriria um homem pela metade, ou quem, mais habilmente e mais destramente, de um só golpe lhe cortaria a cabeça, ou ainda sobre quem abriria melhor as entranhas de um homem de um só golpe". A violência era uma prática comum: atiravam crianças contra os rochedos, esfacelando suas cabeças, jogavam outras nos rios, faziam forcas baixas na medida que os índios quase tocassem com os pés no chão, passavam a fio de espada crianças e mulheres, queimavam as pessoas vivas, cortavam as mãos de outras, colocavam o indivíduo em grades sobre garfos e, na parte de baixo ateavam fogo, lentamente, e, enquanto o indivíduo, aos berros, sob queimaduras, encontrava a morte, roubavam e saqueavam. Os espanhóis treinavam cães carniceiros, próprios para matar índios: "(...) despojados de qualquer piedade, ensinavam cães a fazer em pedaços um índio à primeira vista. Esses cães faziam grandes matanças e como, por vezes, os índios matavam algum (cão), os espanhóis fizeram uma lei entre eles, segundo a qual por um espanhol morto faziam morrer cem índios".

Milhões de vidas humanas foram ceifadas pela ganância do homem europeu "civilizado". Tzvetan Todorov relata que "em 1500 a população mundial devia ser da ordem de 400 milhões de pessoas, dos quais 80 habitavam as Américas", sendo que, no século seguinte "restavam apenas 10 milhões". Já no Brasil, segundo Oscar Beozzo, antes de 1500, a população indígena era estimada em torno de 4 a 6 milhões de pessoas vivendo com suas culturas, religiões, com mais de 2.200 línguas diferentes; hoje, não passam de 230 mil pessoas.