sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Hitler teria fugido para Mato Grosso?

Livro defende tese de que Hitler foi enterrado em cidade de Mato Grosso

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Foto obtida pela pesquisadora mostra o senhor Adolf Leipzig com a companheira em Livramento no ano de 1982, quando Hitler teria 93 anos de idade. (Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)

O ditador Adolf Hitler, marcado na história pela execução de milhões de judeus no século passado, pode ter escapado da invasão soviética a Berlim em 1945 e forjado o próprio suicídio a fim de fugir para a América do Sul, onde teria vivido e morrido com cerca de 95 anos na pequena cidade de Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá. Pelo menos é o que defende o livro “Hitler no Brasil – Sua Vida e Sua Morte”, dissertação de mestrado em jornalismo de Simoni Renée Guerreiro Dias, que subverte a versão conhecida dos últimos dias do nazista. A pesquisadora deve realizar um exame de DNA em Israel com um suposto descendente do nazista.
Ainda em desenvolvimento, a dissertação segue a linha de outras pesquisas que apontam rastros de nazistas na Argentina após a Segunda Guerra, mas já recebeu críticas como a do professor de História Política e Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cândido Moreira Rodrigues. Ele aponta falta de rigor científico no trabalho e afirma que não faltam referências na historiografia segundo as quais o ditador se suicidou ao ver-se encurralado pelos soviéticos em 1945.
A própria mestranda Simoni Dias, judia e residente em Cuiabá, conta que demorou dois anos para acreditar nos primeiros relatos que ouviu sobre a suposta passagem do Führer em território mato-grossense. “Eu zombava, dava risada, dizia que era blefe”, relata. Hoje, porém, ela se diz convicta e afirma que o austríaco não teria vindo parar em Mato Grosso por acaso.

 

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Autora do livro defende que Hitler tinha interesses
em Mato Grosso. (Foto: Renê Dióz/G1)

O livro
Graduada em Educação Artística, Simoni começou a pesquisar os últimos anos de Hitler após ouvir boatos de que ele, assim como outros nazistas de primeiro escalão, teria perambulado pela América do Sul após a guerra que derrubou o Reich na Europa. Em "Hitler no Brasil", a autora registrou a parte inicial da pesquisa e ligou as versões de passagem pela América do Sul a outra história, a de que o Vaticano teria oferecido ao ditador derrotado o direito de posse e o mapa para localização de um tesouro jesuíta escondido desde o século XVIII em uma caverna em Nobres, cidade turística a 151 km de Cuiabá.

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Pesquisa contou com abertura do túmulo em Livramento. (Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)Pesquisa contou com abertura do túmulo em Livramento.

O local é indicado apenas por um toco de madeira. (Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)
Hitler, portanto, teria escapado da invasão soviética e, com ajuda de Roma, viajou para Argentina, para o Paraguai, para o Rio Grande do Sul e, finalmente, para Mato Grosso, instalando-se numa cidade que hoje com pouco mais de 11 mil habitantes.
Na região, teria buscado sem sucesso o tal tesouro prometido pela igreja e morreu na década de 80, tendo sido enterrado com outro nome.
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Hitler na prisão em 1925. (Foto: Heinrich Hoffmann/
Keystone Features/Getty Images)

'Alemão velho'
No livro, Simoni diz que se intrigou pela existência de um idoso estrangeiro na cidade de Nossa Senhora do Livramento, na década de 80, que utilizava como sobrenome a cidade onde o compositor Bach, admirado pelo líder nazista, foi enterrado. Adolf Leipzig, conhecido pela vizinhança por “Alemão Velho”, seria o próprio Führer disfarçado e virou objeto de pesquisa de Simoni, que recolheu objetos, restos mortais e relatos sobre ele.
A pesquisadora obteve uma fotografia de 1982 de Adolf Leipzig com sua companheira "Cutinga" e quase se convenceu por supostas semelhanças fisionômicas com Hitler. 71k5axos 6

Ela conta que manipulou a foto, adicionando um bigode no rosto do sujeito, e a imagem alterada lhe teria convencido por completo. Já a relação com uma mulher fora dos padrões da chamada "raça ariana" seria mais um elemento de disfarce, supõe.

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Pesquisadora obteve roupas e material genético.
(Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)

Evidências
Outra suposta evidência considerada pela pesquisadora é o registro de uma internação para cirurgia na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá no dia 29 de novembro de 1979. O registro, porém, é para um paciente chamado Adolfo Sopping, então com 81 anos de idade e natural do estado do Rio Grande do Sul. Em fevereiro do ano seguinte a Santa Casa registrou a entrada de Adolfo Lepping, de 82 anos e de mesma naturalidade. Simoni defende que trata-se da mesma pessoa.
Para daí afirmar que se tratava de Hitler, a pesquisadora relata uma outra suposta evidência: segundo uma fonte não identificada no livro, uma freira polonesa do hospital teria reconhecido a figura de Hitler.
"Aqui esse homem não entra! Ele é sanguinário! Matou muita gente! Tire-o daqui, por favor!", teria exclamado a religiosa. Um padre a teria repreendido afirmando que aquele doente deveria ser atendido por ordens do próprio Vaticano.
A publicação de Simoni traz ainda evidências de outras supostas relações de Hitler com grupos de europeus que se fixaram em Mato Grosso, como suíços, e explora a peculiaridade da arma e de vestimentas que pertenceriam ao tal Adolf Leipzig, cujos restos mortais foram retirados do cemitério em Livramento para a pesquisa de Simoni.
Ela pretende submeter parte dos restos mortais, como cabelo e fragmentos de ossos, a exames genéticos com base em material colhido de um suposto descendente de Hitler localizado, segundo Simoni, em Israel. Ela deve viajar para o país ainda este ano para realizar o exame de DNA e depois seguir para a Alemanha a fim de concluir o projeto de mestrado.
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Professor da UFMT critica critérios da pesquisa.
(Foto: Cândido Moreira Rodrigues/Arquivo Pessoal

Crítica
Apesar de se tratar de um trabalho acadêmico, o professor Moreira Rodrigues, da UFMT, afirma que não há qualquer evidência de que Hitler tenha sobrevivido à invasão soviética a Berlim e deixado o território alemão após a derrota dos nazistas. Ele também apontou falta de rigor científico e não enxergou os devidos critérios de apuração historiográfica na apuração de Simoni.
"Não é novidade o fato de que muitos que se dizem historiadores venham a levantar hipóteses as mais diversas sobre as possíveis estadias de Hitler na América do Sul e a sua consequente morte num dos países desta região do mundo", lembra o historiador, referindo-se a outras suposições já divulgadas sobre passagens de Hitler no Cone Sul.
Segundo ele, a historiografia é farta de evidências de que Hitler e sua companheira Eva Braun se suicidaram no bunker onde tentavam resistir aos ataques soviéticos. Subordinados, os próprios nazistas podem ter sido responsáveis pela incineração do corpo do líder antes que os soviéticos o capturassem. Segundo Rodrigues, esta é uma das únicas lacunas que ainda restam nesta história.

Fontes: G1; Hipernotícias; Contato Latino

sábado, 18 de janeiro de 2014

Chacinas e crianças-soldados no Sudão do Sul

Até o final deste mês, mais de 100 mil já terão abandonado o país rumo a nações vizinhas

O subsecretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, afirmou que há crianças-soldados combatendo no Sudão do Sul e que foram registradas matanças em masssa.

— As informações que nos chegam nos dão conta de matanças em massa, execuções extrajudiciais, destruições em grande escala, saques e recrutamento de crianças-soldados.

A ONU também afirmou hoje que mais de 86 mil pessoas buscaram refúgio em países vizinhos para escapar dos confrontos no Sudão do Sul desde meados de dezembro, e que o número será superior a 100 mil até o final de janeiro.

Soldado criança

 

"Desde meados de dezembro, (...) mais de 86 mil sul-sudaneses fugiram para os países vizinhos. Se continuarem a chegar a uma taxa de cerca de mil pessoas por dia, esperamos que o número de refugiados supere os 100 mil até o final de janeiro", declarou um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

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Crianças comem em acampamento em Joda, na fronteira com o Sudão, onde aguardam permissão para deixar país  16.01.2014/Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

Metade de todos os refugiados, com menos de 18 anos, foram para Uganda — cerca de 46,5 mil pessoas.

Mais de 20,6 mil refugiados se encontram na Etiópia, pelo menos 8.900 estão no Quênia e cerca de 10 mil no Sudão, de acordo com a ACNUR, que indica necessitar de R$ 138 milhões (US$ 58,8 milhões) para satisfazer as necessidades humanitárias ligadas à crise.

Para lidar com a deterioração da situação, a agência da ONU planeja construir novos acampamentos e ampliar os já existentes em Uganda, Etiópia e Quênia.

No Sudão do Sul, milhares se deslocaram para perto das fronteiras e estão dispostos a partir para o exterior, se a situação piorar, indicou Edwards, sem dar números.

Segundo a ONU, cerca de 468 mil pessoas precisaram se deslocar por causa do conflito.

Os confrontos, que ameaçam mergulhar o Sudão do Sul em uma guerra civil, foi provocado por uma disputa de poder entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar.

Os confrontos entre os dois rivais causaram quase 10 mil mortes.

Fonte AFP

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Falso Anúncio de venda de negros Punido

Autor de falso anúncio de venda de negros a R$ 1 é apreendido no Rio
Segundo a polícia, adolescente de 16 anos confessou ter feito a publicação.
Ele será encaminhado à Vara de Infância e da Juventude.

Daniel SilveiraDo G1 Rio

Anúncio oferecia "negros com diversas utilidades" ao preço de R$ 1 (Foto: Reprodução / Mercado Livre)Anúncio oferecia "negros com diversas utilidades" ao preço de R$ 1 (Foto: Reprodução / Mercado Livre)

Um adolescente de 16 anos foi apreendido no Rio nesta quarta-feira (15) pela publicação de um falso anúncio no site Mercado Livre oferecendo a venda de negros a R$ 1. Ele foi localizado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) após denúncia feita pela Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, que é vinculada à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

De acordo com o delegado titular da DRCI, Gilson Perdigão, o menor prestou depoimento na unidade acompanhado pela mãe e confessou ser o autor da publicação. O teor do interrogatório não foi divulgado. O caso será encaminhado à Vara da Infância e da Juventude. Segundo a Polícia Civil, ele deverá responder por ato infracional análogo ao crime tipificado pelo artigo da Lei 7.716 (Praticar, induzir ou incitar a discriminação, o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional).
O anúncio foi retirado do ar pelo Mercado Livre no dia 6 de janeiro, um dia depois de ser denunciado por usuários do site. Por meio de nota, o site repudiou a publicação e destacou que os anúncios publicados têm mecanismo para denúncias. Ao ser notificado pela Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, o site forneceu à polícia os dados cadastrais do autor da postagem.
A denúncia da Seppir foi encaminhada à Polícia Civil e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Por meio de nota, o ouvidor Carlos Alberto Souza Junior ressaltou ser "inaceitável a tentativa de desumanização da população negra, enquadrando seus indivíduos como mercadoria e remetendo os mesmos de volta à escravidão”.

15/01/2014 21h07 - Atualizado em 15/01/2014 22h51

Postado por Hugo Ferreira Zambukaki à

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A maior revolta escrava nos Estados Unidos

Revolta na Louisiana

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O medo de uma revolta dos negros dos proprietários de escravos da Louisiana materializou quando o feitor de escravos Charles Deslondes, de origem haitiana, liderou a maior rebelião de escravos na história dos Estados Unidos. Em 8 de janeiro de 1811, ele e várias centenas de homens participou de uma revolta no norte de Nova Orleans. Desafiador mas mal armados, eles estavam indo para a cidade de Nova Orleans, quando agentes federais atacaram. O governador Claiborne escreveu para o secretário de Estado, Robert Smith, "Os negros no município de Costa alemã ... estão em estado de insurreição;. Seus números são aproximadamente entre 180 à 500 pessoas. Esta insurreição começou na fazenda do coronel André cerca de 36 quilômetros acima da cidade .... Um destacamento de tropas norte-americanas e dois destacamentos marcharam contra os revoltosos. Toda a milícia da cidade são ordenadas, e você pode ter certeza de sua segurança ". Uma semana após a sua captura, Deslondes e vinte e poucos insurgentes foram julgados e executados. Suas cabeças foram penduradas em marcadores de milhas ao longo do caminho de São João para impedir revoltas futuras.

ory Scene, Abolition Slave Trade, Wikipédia

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Charles Deslondes foi um dos líderes da rebelião de escravos da Costa Alemã em 1811, no Território de Orleans. Ele levou mais de 200 rebeldes contra as plantações ao longo do rio Mississippi em direção à Nova Orleans. Plantadores brancos formaram milícias e acabaram caçando os rebeldes. Os insurgentes escravos mataram dois homens brancos, e as milícias e dos senhores de escravo matou 95 escravos. Nascido como escravo no Haiti, Deslondes foi descrito em algumas contas como mulatos ou mestiço. Ele foi trazido para o território da Louisiana por seu senhor após a Revolução do Haiti, quando milhares de franceses “crioulos” (franceses nascidos na América) imigraram para os Estados Unidos após a Revolução Negra no Haiti.

Fontes History Scene, Abolition Slave Trade, Wikipédia