segunda-feira, 27 de junho de 2016

São Paulo separada do Brasil, quem financia?

 

Um movimento separatista nascido em 2014 depois das eleições, onde o deputado Coronel Telhada reclamava da eleição: ¨Deputado estadual eleito em São Paulo, Coronel Telhada (PSDB) usou as redes sociais para manifestar sua indignação com a reeleição de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, que venceu o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição.”

Sampa Adeus

De início as considerações do deputado logo após as eleições (27-10- 2014) eram:

“Coronel Telhada fala em separar Sul e Sudeste do resto do país”

O coronel Telhada (PSDB), deputado estadual eleito em São Paulo, culpou nas redes sociais os eleitores que votaram branco, nulo ou que não votaram neste domingo (26) pela vitória de Dilma Rousseff.

A declaração foi mais amena que a publicada na noite de domingo, também em sua página no Facebook, quando Telhada disse que o Sul e o Sudeste deveriam iniciar "o processo de independência de um país que prefere esmola do que o trabalho, preferem a desordem ao invés da ordem, preferem o voto de cabresto do que a liberdade". Folha de São Paulo

Para o portal do site “Terra” era mais radical em seu pensamento separatista São Paulo deveria se separar de todo Brasil nem o sul e sudeste escapava: “O deputado estadual eleito disse estar “triste, estou muito triste” e que acha “que chegou a hora de São Paulo se separar do resto desse país”. “Que o Brasil engula esse sapo atravessado”, afirmou.

Tirando indignações do calor de quem perde eleições (2014), vemos surgir agora em 2016 um movimento chamado São Paulo Livre org., que aproveitando a saída da Inglaterra da Comunidade Europeia com o “Brexit” lançam o “SampAdeus”.

Casamento

Material do SPL com acabamento profissional

"A ação é encampada por uma organização não-governamental do Estado chamada São Paulo Livre surgido em 2014, que batizou o movimento de "SampAdeus", algo como São Paulo dizer adeus ao Brasil." Site bem organização na sua estruturação, e surge a pergunta quem paga os profissionais?

Muita gente séria, encara como brincadeira e acrescenta: “Apoio com entusiasmo e já vou fazer campanha pela Internet desde de que garantam que levam mesmo Temer, FHC, Serra, Alckmin, Tiririca, Kassab, Jair Bolsonaro & família, Pastor Marco Feliciano, João Dória, Paulo Maluf, Janaína, Paschoal, VEJA, Paulinho da Força, Alexandre de Moraes, Aloysio Nunes, FIESP & Skaf, MBL, Vem pra Rua, ITAU, Revoltados On Line, Folha, Estadão, Celso Russomano, Martha Suplicy, William Waack, William Bonner, Ratinho, família Setubal, Guilherme Leal, Guilherme Afif Domingos, Abilio Diniz, Eliana, Danilo Gentilli, Lobão, Adriane Galisteu, Silvio Santos &SBT, TV e rádio Band, deputado Fernando Máfia da Merenda Capez que levaria junto todo o PSDB paulista junto com o PP, PSD e Solidariedade. Se confirmarem, estamos juntos. ”

Realmente concordo com a brincadeira do texto, mas o que está atrás de tudo isso?

Quem financia esse movimento São Paulo Livre, que irá fazer “No dia 2 de Outubro, o SPL vai organizar um grande Plebiscito Consultivo ('Sampadeus')”.

Entendendo melhor é uma: “CONSULTA SEM VALOR LEGAL, E NÃO OBRIGATÓRIA” (Flávio Rebello – Presidente Nacional do São Paulo Livre) que montaria barracas nas calçadas. Claro que para confundir melhor no dia das eleições municipais, perto das votação das urnas municipais, e duas perguntas com resposta Sim ou Não:

1- “Você está insatisfeito com a atual representação política São Paulo na Federação?”

2- “Você gostaria que São Paulo se tornasse um país independente? “

(Informações dadas em entrevista pelo presidente nacional do SPL)

Beijo Reino Unido

Muita gente na Inglaterra votou a favor da saída do Reino Unido da União Europeia por “brincadeira para mostrar a insatisfação” e já se arrependeram com o resultado, existem mais de um milhão e setecentas assinaturas pedindo novo referendo, informa a Veja. O Reino Unido que é também formado pela Escócia (onde a permanência ganhou com 62%) está pedindo novo referendo pedindo a independência do Reino Unido.

Cunha tá

Quando os movimentos de paneleiros que agitavam a Paulista silenciam, vendo a ameaça de prisão de seu ídolo, muito estranho o surgimento de um novo movimento para arregimentar e mobilizar. Fica a pergunta quem financia e a quem serve esses movimentos?

E se São Paulo elegesse uma prefeita nordestina?  Usando a ironia: O tal país independente excluiria a cidade São Paulo?

Hugo Ferreira Zambukaki

Fontes

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1539043-coronel-telhada-critica-votos-nulos-e-defende-autonomia-dos-estados.shtml

http://noticias.terra.com.br/eleicoes/indignado-coronel-telhada-fala-em-separar-sp-do-pais,5a94b9f2ffe49410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/pedido-de-novo-referendo-sobre-saida-do-reino-unido-da-ue-supera-17-milhao-de-assinaturas

http://economico.sapo.pt/noticias/brexit-pode-levar-a-novo-referendo-pela-independencia-na-escocia-e-a-crise-na-europa_252392.html

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Finalizado 17 anos depois: “Cabra marcado para morrer”

Filme interrompido e finalizado 17 anos depois:“Cabra marcado para morrer”

Em fevereiro de 1964 durante o governo do presidente João Goulart, no município de Sapé na Paraíba, iniciam-se as filmagens sobre o assassinato em 1962 de João Pedro Teixeira, líder camponês participante das “Ligas Camponesas” de Galileia e de Sapé. No entanto com o golpe de 1 de abril, forças militares invadem o engenho da Galileia local das filmagens e prendem parte da equipe sob a alegação de comunismo.

Cartaz Cabra

Dezessetes anos depois, o diretor Jorge Coutinho volta à região, reencontrando Elizabeth Altino Teixeira (viúva de João Pedro) que desde 1964 vivera escondida e separada dos filhos. Recolhendo depoimento de outros camponeses que haviam atuado no filme interrompido pela repressão policial e militar.

Jorge Coutinho cineasta

cineasta Jorge Coutinho

De uma forma semidocumental apresenta a história do líder João Pedro e das Ligas Camponesas de Galileia e de Sapé na Paraíba.

As Ligas Camponesas vinham sendo criadas desde os anos 50, procurando conscientizar e mobilizar o trabalhador rural contra o latifúndio e na defesa da reforma agrária. Sindicatos rurais e associações cresceram durante o governo de João Goulart (1961 à 1964) ganhando força política reivindicando condições de vida dignas.

As Ligas Camponesas ponto central de conflitos com latifundiários é atribuída a fundação à Francisco Julião Arruda de Paula (1915 – 1999). Nasceu no Engenho Boa Esperança, no agreste pernambucano. Advogado formado em1939, em Recife, foi líder em 1955 das Ligas Camponesas (organizações cujo objetivo era lutar pela distribuição de terras e os direitos para os camponeses), no Engenho Galileia.

Francisco Julião    Francisco Julião campo

advogado Francisco Julião

1a Liga Camponesa Vitória de Antão

1a. Liga Camponesa 1955 sede no Engenho da Galileia

Em seu próprio relato, de 1940 a 1955, foi na verdade advogado dos camponeses, e mostra como ocorreu a organização popular: "Não fundei a Liga - ela foi fundada por um grupo de camponeses que a levou a mim para que desse ajuda. A primeira Liga foi a da Galileia, fundada a 1 de janeiro de 1955 e que se chamava Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco. Foi um grupo de camponeses com uma certa experiência política, que já tinha militado em partidos, de uma certa cabeça, que fundou o negócio, mas faltava um advogado e eu era conhecido na região. Foi uma comissão à minha casa, me apresentou os estatutos e disse: 'existe uma associação e queríamos que você aceitasse ser o nosso advogado'. Aceitei imediatamente. Por isso o negócio veio bater na minha mão. Coincidiu que eu acabara de ser eleito deputado estadual pelo Partido Socialista e na tribuna política me tornei importante como defensor dos camponeses."

Vídeo

 

TÍTULO DO FILME: CABRA MARCADO PARA MORRER (Brasil, 1984) DIREÇÃO: Eduardo Coutinho
ELENCO: Elisabeth Teixeira e família, João Virgínio da Silva e os habitantes de Galiléia (Pernambuco). Narração de Ferreira Gullar, Tite Lemos e Eduardo Coutinho. 120 min., Globo Vídeo.

fontes: http://blogdocrato.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Juli%C3%A3o

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabra_Marcado_para_Morrer

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Um filme escondido da Ditadura por 25 anos

Durante a Ditadura Militar (1964 à 1985) houve sérias restrições onde tudo era proibido e censurado. A violência e agressão eram destinada aos que discordavam do regime totalitário, era a ideologia do inimigo interno, baseada na “Guerra Fria” onde o Estados Unidos em sua disputa com a União Soviética combatia e exportava sua ideologia aos países da América Latina.

Desde estimular, financiar políticos e militares para a derrubada do governo de João Goulart, até o envio de uma frota (Operação Brother Sam) com marines norte-americanos para apoio do golpe contra o governo constituído. Como não houve reação contra o golpe a frota norte-americana voltou ao Caribe.

Operação-Brother-Sam-Destroyers-Porta-Avioes

A operação consistiu no deslocamento da frota da Marinha norte-americana estacionada na região do Caribe para o litoral brasileiro. O apoio logístico em favor dos golpistas fora solicitado pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, com quem as forças insurgentes já mantinham contatos visando o suporte norte-americano à derrubada do governo Jango.

Surgiram das manifestações populares nos finais dos anos 60 grupos de resistência, alguns através da cultura para “conscientização das massas”, outros armados tentando com ações de guerrilha diminuir o poder dos militares golpistas. Líderes estudantes, sindicais, e políticos de esquerda foram torturados, mortos, tiveram que fugir do país e muitos os seus corpos estão desaparecidos até hoje.

Brasil Ame-o

Era a época das bandeiras verde-amarelas dos adesivos nos carros “Brasil ame-o, ou deixe-o”

Filmes feitos na época mostram bem como eram a forma de se opor ao regime.

Queremos citar um filme feito em 1968 e 69 "Manhã Cinzenta" por Olney Alberto São Paulo A proposta inicial de Manhã Cinzenta era que viesse a compor um projeto de um filme com três histórias. No entanto, com a apreensão de Manhã Cinzenta e a censura, o projeto foi abandonado por Olney São Paulo, ficando apenas um filme de caráter independente que, embora ficasse inédito no Brasil, ganhou muita repercussão em outros países. Exemplo desse reconhecimento e da valorização foi a premiação recebida na Alemanha, bem como as participações em festivais de Cannes, em 1970; Cracóvia, na Polônia; Viña del Mar, no Chile; Pesaro, na Itália, e em Londres.

Olney-Sao-Paulo2

Olney São Paulo

Na manhã do dia 8 de outubro de 1969, ocorre o primeiro sequestro de um avião brasileiro, por membros da organização MR-8. O avião é desviado de Cuba. Um dos sequestradores é membro da diretoria da Federação Carioca de Cineclubistas. “Manhã Cinzenta” é exibido a bordo. Olney é vinculado pelas autoridades brasileiras ao sequestro. É detido e levado para local ignorado, ficando incomunicável por doze dias. Liberado, em 5 de dezembro é internado, com suspeita de pneumonia dupla. Em 25 de dezembro, muito debilitado psíquica e fisicamente, passa alguns dias com a família e é internado novamente.

Os negativos e cópias de "Manhã Cinzenta" são confiscados. Mas uma das cópias do filme é salva por Cosme Alves Neto, então diretor da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e ficou por vinte cinco anos escondida na Cinemateca do MAM.

Olney São Paulo morreu cedo,  com a saúde debilitada vítima de tortura em 1978, aos 41 anos.

Assista Manhã Cinzenta  Ano: 1969 - Duração: 00:22:00
Diretor: Olney Alberto São Paulo

Um golpe de estado num país imaginário da América Latina. O poder. A repressão. O filme que levou seu realizador aos porões da ditadura.

Fontes: Olney São Paulo http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br/olney-sao-paulo/

Olney São Paulo https://pt.wikipedia.org/wiki/Olney_S%C3%A3o_Paulo#Pris.C3.A3o_e_censura

Olney São Paulo http://www.cinecachoeira.com.br/2011/06/olney-sao-paulo/

Operação Brother Sam http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/operacao-brother-sam-golpe-de-64-teve-apoio-dos-eua.htm